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24: O que eu fiz?

Kim Taehyung

Meus olhos ardiam por conta da luz que batia em meu rosto. Eu coloquei o travesseiro por cima de mim para tentar diminuir a luminosidade, porém senti uma leve fisgada em minha coluna. Então lembrei que estava em um hospital, porém não me lembrava o porque de ter parado ali.

— Que bom que acordou, pensei que teria que fazer isso. – um cara de jaleco e muito sorridente falou e eu supus que ele fosse o
médico.

— Acabei de acordar por causa da luz. – dei de ombros. — Por que eu estou internado e sentindo fisgadas em minha coluna quando me mexo? – perguntei sério e ele apenas sorriu.

— Você sofreu um sério acidente de moto, Sr. Kim. Precisou fazer duas cirurgias para sobreviver. – olho confuso e ele prossegue. —Você pode estar com perda de algumas memórias devido ao impacto da batida em sua cabeça. Você vai se lembrar do que esqueceu logo logo. – dei de ombros e ele sorriu.

Ele me examinou e me deu medicações para suportar um pouco a dor. Depois que ele saiu, vi Seokjin entrar no quarto com uma cara preocupada.

— O que aconteceu? Eu estou bem vivo e pretendo melhorar. – digo e ele apenas suspira, se sentando na cadeira ao lado da cama.

— Tenho que te contar uma coisa importante. Coisas que aconteceram enquanto você estava em cirurgia, que aconteceram por sua culpa. – ele me olhou sério e eu gelei.

— Me conte de uma vez o que eu perdi enquanto estava sendo reconstruído. – digo sério.

Eu tinha medo do que ele poderia me contar. As possibilidades eram infinitas, podia ser desde a morte de alguém ou até mesmo algo que fosse bobo. Vindo dele eu nunca sabia o que esperar.

— Tae, o Yoongi foi embora para Paris ontem de manhã. – eu fiquei estático, não conseguia acreditar que ele realmente foi embora. — Depois que você sofreu o acidente e foi para a segunda cirurgia, eu ligue para o Jungkook e avisei o que estava se passando com você. – ele deu uma pausa e eu fiquei apreensivo sobre o que poderia ter acontecido. — Ele contou para o Jimin e até aí não teve nada demais. O problema é que eles iriam passar a noite bebendo com o Yoon para se despedirem, só que o Ji te citou na conversa e o Yoongi surtou. – eu o olhei assustado, pois não sabia que as coisas estavam tão caóticas durante a minha pequena ausência. — Ele contou coisas que a gente não sabia, e descontou suas frustrações em cima do Jimin, que falou besteiras e o Yoongi pediu um tempo para a amizade dos dois. Ele literalmente terminou a amizade de anos com o Jimin. – ele suspirou e eu abaixei a cabeça, envergonhado.

— Desculpa, eu não sabia que afetava tanto o Yoongi. – falei baixo.

Eu estava extremamente envergonhado e triste por ter sido tão idiota com aquele que era um anjo em minha vida. Sabia que agora era tarde demais para consertar as coisas, mas eu precisava tentar.

— Me faz um favor, Seok? – ele me olha curioso e assente. — Primeiro, peça para o Jimin vir me visitar, quero falar com ele. E segundo, tente descobrir o endereço que o Yoongi se mudou, quero mandar uma carta de desculpas e pedir que ele não estrague a amizade de anos por causa de um merda como eu. – peço tímido e o vejo me olhar surpreso.

— Tem certeza de que você quer isso mesmo? Tipo, você sabe que ele não vai nem ler o que for enviado com o seu nome. – ele diz um pouco incerto com minha decisão.

— Sim, mas eu quero conversar com o Luh antes disso. – digo, o olhando. — Só espero conseguir consertar as merdas que eu fiz. – suspiro fraco.

— Tudo bem, vou avisar o Ji para que ele venha ainda hoje e depois tento achar o endereço. – ele suspira, um pouco cansado.

Sabia que ele estava cansado de me ajudar a consertar meus erros, que eu era como um filho perdido e trabalhoso, mas eu não tinha muito o que fazer, sempre agi mais por impulso, falando o que estava em minha cabeça e nunca me importando com ninguém.

Entretanto, todas as vezes que tentei melhorar esses defeitos em mim sempre acabavam arrumando mais problemas e confusões para minha vida. A única pessoa que sempre ficou ao meu lado, tentando me endireitar, era ele. Sempre era ele que estava me ajudando em tudo, mesmo que, às vezes, me desse uma puta bronca.

— Okay, e muito obrigado por me ajudar sempre. – me ajeito na cama, o olhando docemente.

— Eu irei vir mais tarde com o Nam e talvez com o Ji. –  ele se levanta e se aproxima de mim. — Procure descansar e não fazer esforços físicos. Se você piorar, eu te mato, garoto. – diz divertido a última parte.

Apenas confirmo com um leve aceno com a cabeça e sorrio fraco. Ele deixa um selar fraco em meus cabelos e se retira em seguida do quarto, me deixando sozinho com meus pensamentos.

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Adaptação autorizada pela autora [perfil na sinopse da história].