6 de novembro de 1983

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-Algo está vindo. Algo faminto por sangue. - anuncia Mike - Uma sombra cresce na parede atrás de você, engolindo você na escuridão.  Está quase aqui.
Sábado tinham terminado de montar o jogo para poderem passar todo o domingo a jogar. A ruiva chegara no fim da manhã já com o almoço tomado e estavam a jogar à horas (Daniela ficou feliz em ter avisado a mãe que poderia chegar tarde).
-O que é?- Will pergunta.
- E se for o Demogorgon? -indaga Dustin preocupado pela saúde do seu personagem - Oh Jesus, estava tão ferrado se for o Demogorgon.
-Não é o Demogorgon. - afirma Lucas com ares de certeza.
- Um exército de trogloditas invade a câmara!- Mike exclama.
- Trogloditas?- Dustin fica confuso
- Eu te disse!- Lucas gaba-se.
- Espere um minuto, você ouviu isso?  - Mike narra sombriamente - Aquele... aquele som?  Boom Boom Boom! - Mike exclama fazendo Daniela pular na cabeça- Isso não veio dos trogloditas.  Não, isso... Isso veio de outra coisa... O Demogorgon!
- Estamos na merda.- Dustin afirma com pesar.
- Daniela, sua ação! - Mike avisa.
- Eu não sei!- a ruiva entra em pânico sem saber o que fazer
- Bola de fogo nele!- Lucas fala.
- Ela teria que rolar um 13 ou mais!- Will informa.
- Muito arriscado.  Lance um feitiço de proteção!- sugere Dustin
- Não seja um bichano!  Bola de fogo nele!
- Lança proteção.
Lucas e Dustin discutem apenas interrompido de breve pelo Mike fazer o seu trabalho de narrador:
-O Demogorgon está cansado de suas brigas humanas bobas!  Ele bate em sua direção!  ESTRONDO!
- Bola de fogo nele!
- Outra pisada, bum!
- Feitiço de proteção!
- Ele ruge de raiva!
- Bola de fogo! - Daniela lança os dados e eles caem da mesa - Ah Merda!
Todos se abaixam e começam a procurar os dados pelo chão.
- Onde foi? – Lucas procura-  Cadê?
- Eu não sei! - Will fala exasperado
- É um 13? - Dustin pergunta ao que Daniela responde: -Eu não sei!
- Oh, meu Deus!  Oh meu Deus!  Oh meu Deus!- exclama.
- Mike! -Kareen grita da cozinha- Mike!
- Você já conseguiu encontrá-lo?- Lucas pergunta
- Não, não consigo encontrá-lo!- responde Daniela.
Karen grita novamente: -Mike! - e Mike sobe.
-Oh, meu Deus!  Oh meu Deus!- Dustin fala.
O Mike estava a falar com a mãe quando encontraram o dado perdido.
- O sete conta?- Daniela pegou no objetivo pequeno.
- Foi um sete?  Mike viu?- Lucas interrogou
Daniela balança a cabeça em negação.
- Então não conta.- Lucas falou
- Ei, ei, pessoal.  Alguém quer isso?- Dustin oferece com a caixa da pizza na mão e eles dizem que não
Mike volta desapontado e chateado para informar aos amigos que a sua mãe diz que tem que ir para suas casa.
Antes de ir embora, o Dustin sobe até ao quarto da irmã do Mike que está a falar ao telefone:
- Sim.  Não, eu não acho... Sim, ele é fofo.  Barb, não, acho que não.  Barb, você não é...
- Ei, Nancy.  Há uma fatia sobrando se você quiser.  Salsicha e calabresa!
- Espera.- Nancy fala à pessoa do outro lado da linha e levanta-se para fechar a porta na cara do menino de cabelos encaracolados.

- Há algo errado com sua irmã.- Dustin comenta a subir para a sua bicicleta.
- Do que você está falando?- Mike está confuso pelo que o amigo falou.
- Ela está uma babaca.
Lucas concorda e acrescentar: - É porque ela está namorando aquele babaca do Steve Harrington.
- Sim, ela tem sido uma verdadeira idiota.
- Ela sempre foi uma verdadeira idiota.- Mike discorda.
- Ela costumava ser legal. - Dustin argumenta - Como naquela vez em que ela se vestiu de elfa para nossa campanha Eldertree.
- Quatro anos atrás!- Mike contradiz ao mesmo tempo que Daniela exclama surpresa - A sério?
- Só estou dizendo.
Daniela termina de calçar os patins e Mike ajuda-a a pôr-se em pé. Ela acena com a mão enquanto patina para longe sendo acompanhada pelo Lucas que exclama:
- Boa noite senhoras- aqual Dustin responde: - Dê um beijo à sua mãe por mim- a ruiva em movimento de as quatro rodas em linha sorri divertida.
- Foi um sete.- Will fala a Mike antes de começar a ir para casa.
- O que?
- O rolo. Foi um sete. O Demogorgon. Isso nos pegou. Te vejo amanhã.- e vai embora.
- Corrida para minha casa?  O vencedor ganha um quadrinho?
- Qualquer quadrinho?- Will pergunta.
- Sim - Dustin fala e Will começa a pedalar o mais rápido possível ganhando um grande avanço sobre o amigo- Oi!  Ei! Eu não disse "vá"! Volte aqui!- ele está a pedalar com força mas ainda está para trás - Eu vou te matar!
- Vou levar seu X-Men 134! - Will grita de uma distância considerável.

Naquela noite Daniela tem um sonho, um sonho esquisito onde sentia o coração bater demasiado depressa.
Ela mal teve tempo de olhar em volta e analisar a casa de estilo americano onde se encontrava. Ela não reconhecia a casa. Parecia desarrumada e tinha alguns desenhos bonitos no frigorífico e sob a mesa de uma cozinha. Mas não conseguiu ver mais nada antes de ver uma sombra desumana a passar pela porta da cozinha e ouviu barulhos que deviam pertencer à criatura.
Tentou ligar à polícia mas o telefone não parecia estar a funcionar, até que ouviu algo como uma respiração pesada do outro lado.
A porta começou a se destrancar sozinha e Daniela, involuntariamente, correu para a saída da traseiras que não sabia que existia.
Com a pressa, quase tropeçou, mas, felizmente, conseguiu chegar a um barracão atrás da casa.
Entrou e começou a vasculhar claramente à procura de algo, mas nem ela sabia o que era.
Uma espingarda. A ruiva tinha pegado numa espingarda e em um pacote de balas.
Ela olhou para baixo enquanto fazia algo que não sabia fazer e passou dois flashes de dois pensamento ao qual ela não deu muita atenção mas que mais tarde, ao pensar sobre o pesadelo, iria refletir sobre:
1º- Ela não tinha as suas longas madeixas, as quais gostava de comparar com o laranja das fogueiras
2º- Ela estava com um colete impermeável vermelho que ela já tinha visto em algum lugar.
A luz da lâmpada do barracão começou a ficar mais forte e mais forte e ainda mais forte à medida que o monstro se aproximava. Até que a lampada deve ter partido, deixando a Daniela no escuro da noite.
O monstro chegou ao barracão e a sua cara abriu parecendo pétalas de flores assassinas cheias de dentes e, com as mãos a tremer imenso, o seu eu do sonho disparou a espingarda e desviou o olhar ao fazê-lo. Parecia tudo tão real. Deve ter sido o sonho mais realista (se os monstros fossem reais) que já teve, se é que ainda estava a sonhar - este pensamento assustador passou pela mente da menina - «As respostas ficarão para depois. Agora só lhe resta agir
BLAM
Ela esperou um pouco na mesma posição. Assustada demais para se mexer, a tentar aceitar o facto que a bala não tenha parado a criatura e aqueles eram os seus últimos segundos de vida.
Silêncio. Não se ouvia nada. Nem um grilo a cantar nem o vento a abanar as folhas das árvores. A respiração que fazia um tremendo esforço para controlar e impedir de ser ruidosa era o único som ali.
O monstro fora-se.
Contudo não teve tempo para mais nada pois alguém a puxou para si mesma.
-Daniela? Acorda. Estás bem?- era a sua mãe.
A luz do seu quarto desorientou Daniela.
-O que é que aconteceu? Porque estás no meu quarto.- falou em português, a língua em qual a mãe respondeu-a.
-Eu tinha acabado de chegar do trabalho (fiquei retida lá por causa do trabalho extra) e encontrei-te a chorar a dormir e a murmurar algumas coisas que não consegui entender. Parecias estar a ter um pesadelo assustador por isso decidi que era melhor tentar acordar-te.
-Pois… sim.. era um pesadelo… não precisas de preocupar mamã.
-Era sobre o quê?
-Podemos não falar disso? Não me apetece recordá-lo
-Sim… claro… Queres dormir comigo?
-Já não sou pequena. Acho que fico bem.
-Está bem - ela levanta-se da cama - Qualquer coisa chama-me, pode ser?
Ela parou na porta. Daniela ficou em silêncio até perceber que a mãe estava à espera que respondesse:
-Ok
-Boa noite.
-Boa noite.
A mãe desligou a luz ao sair e fechou a porta.
Daniela acendeu o candeeiro em cima da mesa de cabeceira. Não queria estar às escuras.
Ela olhou para o relógio e viu que era uma da manhã. Apesar de estar cansada, Daniela não queria, nem conseguiria se tentasse, dormir.
Por pegou o segundo livro do Senhor dos Anéis da sua mãe. Ela dizia que tinha a coleção recebido pouco antes de eu nascer, e que foram dados por alguém muito especial que já não estava entre nós (supus que devia ter morrido, apesar dela não usar essa palavra em específico). Por isso, nunca me deixava levar os livros para fora de casa, então eu lia-os apenas em casa.

Notas do autor: Está a começar a desenvolver o enredo não está?
Espero que estejam a gostar e, se estiverem, peço que comentem. Não precisam de partilhar com ninguém nem mesmo votar (ainda que agradeceriam se o fizessem), só comentar alguma coisa (qualquer coisa) que isso já ajuda muito na divulgação desta história a pessoas que talvez gostem.
Obrigada

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⏰ Última actualización: Apr 18, 2023 ⏰

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