Capítulo 2

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Numa manhã ensolarada Victoria caminhava pela cidade, as pessoas a observavam com admiração e fascínio. Ela raramente saia de casa pela manhã e mais raramente ainda andava pela cidade. Ela não parecia se importar com a atenção que recebia, mantendo-se sempre altiva e distante. Era como se ela soubesse que era a figura mais poderosa e enigmática da cidade, e que ninguém poderia fazer nada para mudar isso.
Quando ela se aproximava das pessoas, elas sentiam um arrepio na espinha, como se estivessem diante de um ser sobrenatural. Victoria parecia ter o poder de hipnotizar as pessoas com sua beleza e presença magnética. Ela falava com uma voz suave e melódica, mas ao mesmo tempo firme e autoritária, como se estivesse acostumada a ser obedecida.
Ninguém realmente sabia o que era verdade e o que não era sobre Victoria Blackwood, mas todos concordavam que ela era uma mulher perigosa e imprevisível. Ela tinha uma reputação de ser fria e amarga, sem amigos ou aliados, exceto por seus criados, que a temiam profundamente. No entanto, ela era também uma pessoa muito influente na cidade, com muitos contatos e conexões nas esferas políticas e empresariais.
Enquanto Victoria seguia seu caminho, as pessoas se afastavam para dar-lhe espaço. Ela parecia estar sempre em seu próprio mundo, envolvida em seus próprios pensamentos e segredos. E, por mais que as pessoas tentassem desvendar seus mistérios, elas sabiam que Victoria Blackwood era uma figura que jamais seria completamente compreendida.
Victoria era uma pessoa singular, sempre vestindo preto e raramente saindo durante o dia. Ostentando jóias extravagantes, geralmente usando um anel de prata com um grande diamante negro em cada mão. Seus sapatos num preto brilhante, complementando perfeitamente seu estilo sombrio.
Victoria chegou a uma feira movimentada. Ela caminhou pelos corredores, observando os vendedores e suas mercadorias. Finalmente ela sai da área da feira e entra numa loja, tão chique, uma Boutique de perfumes caríssimos, que só era frequentado por pessoas da elite. Ela entra e pede um produto específico. Havia umas pessoas na loja, mas ninguém parecia entender o que ela queria, e as pessoas começaram a olhar para ela com curiosidade.
Victoria permaneceu calma e insistiu no pedido, sem explicar o que era. O vendedor finalmente entregou a ela um frasco com uma substância escura e espessa. Victoria pegou o frasco com um sorriso satisfeito e saiu, desaparecendo em meio as pessoas na rua.

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Victoria caminhava pelas ruas da cidade quando um grande ônibus a vapor, zunindo como um enxame de abelhas, avançou em sua direção. Ela mal teve tempo de piscar antes que um homem alto e musculoso, com cabelos negros como a noite e olhos no mesmo tom, a puxou para fora do caminho, salvando-a de um destino terrível.
O nome dele era Gabriel Richards, e vestia uma camisa gasta, num tom marrom, que não se sabia se era a cor natural ou de poeira e também usava calças pretas esfarrapadas, mas seus músculos se destacavam contra a roupa ajustada. No entanto, apesar de salvar a vida de Victoria, ela não demonstrou nenhuma gratidão ou emoção alguma ao pobre homem. Ela simplesmente agradeceu de forma seca e fria, como se não tivesse recebido ajuda alguma.
Gabriel ficou intrigado com a atitude dela e tentou puxar conversa, mas Victoria respondeu de forma evasiva e misteriosa. Ele sentiu que havia algo estranho em relação a ela, algo que ele não conseguia decifrar.
Enquanto isso, o ônibus a vapor passava rugindo, lançando nuvens de fumaça e fuligem pelo ar. A multidão na rua parecia ter desaparecido, deixando apenas Victoria e Gabriel em um mundo vazio e silencioso. Gabriel sentiu que algo estava errado, algo que ele não conseguia entender. O ar parecia carregado com uma energia misteriosa e tensa.
Quando Victoria se afastou, Gabriel ficou parado ali, observando-a se afastar. Ele não conseguia tirar a imagem dela da mente e decidiu que, se tivesse a chance, faria o possível para entendê-la melhor. A cena deixou um ar de mistério no ar, como se houvesse algo além do que ele conseguia ver ou sentir.

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Gabriel morava a pouco tempo ali na cidade, foi parar no lugar para ficar longe dos olhos curiosos da pequena cidade onde cresceu. No entanto, mesmo com a nova vida que se apresentava à sua frente, ele não conseguia se livrar de um segredo recente que carregava.
O segredo em questão estava relacionado com a família da menina que foi encontrada morta sob lençóis pretos, há algumas semanas atrás. Gabriel não tinha parentesco com a menina, mas tinha uma ligação com a família dela. Ele havia sido contratado pelo pai da menina para fazer alguns trabalhos de jardinagem em sua casa, antes do trágico acontecimento. Durante suas visitas à casa da família, ele havia se aproximado da menina, que era uma criança doce e gentil.
No entanto, o que ninguém sabia era que Gabriel havia testemunhado algo naquela casa, algo que ele nunca havia contado a ninguém. Ele havia visto algo que o deixou perturbado, algo que ele não conseguiu esquecer desde então. E a partir disso, ele não conseguia se livrar da sensação de que o segredo estava prestes a ser descoberto.

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Gabriel, ao ver Victoria indo embora, voltou a sua paranóia. Começou a notar que havia algo estranho no ar. Ele sentia como se estivesse sendo observado, como se alguém soubesse sobre o segredo. Ele tentou ignorar essa sensação, mas ela só ficou mais forte. Era como se a cidade inteira estivesse envolta em um clima de mistério e segredos.
Ao chegar no seu trabalho. Gabriel coloca sua roupa e vai cuidar do Jardim.
Mas em meio as rosas ele encontra o pai da menina dos lençóis pretos morto, caído em meio as flores. O homem não aguentou o fato de sua filha ter sido morta e acabou se suicidando, e ele sendo considerado um dos suspeitos. De sua boca escorria um líquido denso e escuro. Gabriel encosta as mãos no homem e certifica que ele realmente está morto.
Gabriel se lembra, esse líquido estava presente perto da menina morta no mosteiro.
Agora ele entendia o por que o pai da garota também era suspeito, ele tinha acesso ao líquido venenoso que possívelmente tirou a vida da menina.
Mas o que mais intrigava Gabriel era que a mulher que ele havia salvo horas antes, carregava em suas mãos um frasco com o líquido igual ao que saia da boca do homem. Mas ele sabia que Victoria era intocável e que a polícia não iria investigar ela. Ele então aciona a polícia sobre a morte do homem. Mas decide ele mesmo investigar o que acontece na Mansão Blackwood.

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Em meio a esses acontecimentos, Gabriel mal percebeu que seu rosto formigava, e que algo não estava certo com ele. Ele corre lava bem os rostos e as mãos, provavelmente ao tocar no corpo do homem, algum resquício do veneno ficou em suas mãos. Ele se esfrega de modo a tirar tudo do corpo. Gabriel não era investigador, era um simples jardineiro. Mas a polícia não vinha fazendo um bom trabalho, várias pessoas influentes morrendo do nada e agora a morte repentina e trágica da filha dum simples  comerciante de flores.
Gabriel havia se apegado a menina, ele havia perdido uma filha e a esposa e aquele trabalho trouxe uma alegria a ele.
Ele não sabia explicar, mas pra ele o seu patrão ser o culpado não fazia sentido, ainda mais depois de ver o que viu na noite do crime. O homem tinha um hálibe. Mas Gabriel não poderia revelar aonde e com quem o homem estava. Ele tentaria a todo custo desvendar esse mistério.

Segredos EscurosWhere stories live. Discover now