Stupid Moments | Catradora

Um dia em paz

Deslizo os dedos sobre a testa da mulher morena à minha frente, espalhando bem o protetor solar em sua pele. Minha esposa está impaciente, resmungando o tempo inteiro, mas eu não poderia me importar menos. Se ela ficar queimada de sol, depois, quem terá que cuidar sou eu. Obviamente, cuidaria com todo carinho e cuidado, mas a cobriria de esporros. E não seria uma surpresa algo assim acontecer, visto que pareço ter me casado com uma eterna adolescente teimosa.

- Você é muito teimosa. Depois fica choramingando quando tem insolação!

- O sol nem está forte!

Catra rebate, fazendo uma careta. Eu me afasto um pouco dela e fecho o frasco de protetor solar. O olhar que direciono a ela deixa claro que sua fala foi a coisa mais idiota que eu ouvi até agora. Talvez eu esteja exagerando, mas Catra sempre esquece como sua pele é sensível à qualquer exposição prolongada aos raios solares.

- Não vou ficar te lembrando a última vez que isso aconteceu e nós quase fomos parar no hospital. Você verificou se a carne está boa?

Ela me dá um sorriso sem jeito e então se afasta rapidamente, caminhando na direção da churrasqueira. Nego com a cabeça e desvio minha atenção dela, olho em volta brevemente e encontro o que estou procurando: Meu filho e o Duke, o cachorro do meu sogro que estamos cuidando nesse final de semana. Os dois parecem muito entretidos brincando com a bola e uma mangueira. Impossível não me sentir feliz com essa cena, eu sou completamente apaixonada pelo meu filho.

- Adora? - Ouço minha esposa me chamando e rapidamente a olho. - Você pode terminar de arrumar as mesas, amor? Já está tudo pronto.

Faço um sinal de positivo para ela com meus dois polegares e vou na mesma direção que ela está. Domingos geralmente são dias entediantes, menos quando se está fazendo um sol tão maravilhoso quanto esse no dia de hoje, é claro. E, como de costume, não poderia faltar um churrasco em família. Depois de arrumar as coisas, aviso à minha esposa que irei chamar nosso pequeno para comer. Finn e Duke ainda estão brincando como se o mundo não existisse ao redor deles. Ver meu filho tão feliz assim com o cachorro dos avós deles tem feito Catra e eu conversarmos sobre adotar um, pois ter um animal em casa ajuda a criança a desenvolver responsabilidades. Além da companhia, óbvio.

- Pequeno? Vamos comer? Já está tudo pronto.

Chamo a atenção dele, não demorando muito para que o pequeno olhe para mim. Ele está segurando a mangueira, jogando água para cima e Duke exasperado tentando morder a água. Eu acabo rindo dessa cena.

- Só mais um pouco, mamãe. Por favor!

Ele implora, abaixando a mangueira e fazendo uma expressão tão adorável que meu coração até se encolheu no meu peito mesmo sabendo que era apenas um truque dele para me convencer.

- Depois do almoço você continua, meu amor.

- Bora, franguinho. Comer.

Catra surge de repente, colocando as mãos em meus ombros. Eu sabia que o pequeno iria ficar bravo por ter a mãe o chamando daquele jeito e não de outra, pois Finn fechou a cara e ficou encarando a mãe que estava rindo bastante.

- Pare de ser implicante!

Eu a repreendo, colocando uma mão para trás e beliscando sua cintura. Minha mulher resmunga, mas ainda parece se divertir. Não sei exatamente em qual momento aconteceu, mas tudo que senti foi ela me puxar muito rápido e então a água cobriu meu rosto e parte do meu peito deixando a blusa que estou usando toda molhada. Não posso acreditar que essa estúpida realmente me usou como um escudo humano para impedir que nosso filho a molhasse.

- Essa foi por pouco.

Ela diz com orgulho, mas meu sangue está fervendo. Começo a retirar minha blusa, em minhas costas a imbecil da minha esposa fica implicando com nosso filho que está com um bico enorme em seus lábios. Ele quer jogar água em sua mãe, mas essa cretina sabe que o pequeno não fará enquanto eu estiver em sua frente. Sorrio para meu filho e espero que ele entenda o que pretendo, Duke está correndo em círculos e latindo sem parar, isso se torna a distração perfeita quando olho por cima do ombro e me deparo com Catra chamando pelo cachorro e fazendo sinais para agitá-lo ainda mais.