Capítulo 33 - Acordada

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Silvia Narrando

Albri os olhos aos poucos, eles pareciam pesados como se eu tivesse dormido uma década. Quando firmei minhas vistas, eu percebi que eu estava em um quarto de hospital com vários aparelhos, então fiquei apavorada, mas eu não conseguia chamar ninguém, minha garganta estava seca e machucada. Me lembrei dos detalhes do acidente e fiquei ainda mais assustada, coloquei a mão na minha barriga a acariciando e tudo que eu queria saber era se meu bebê estava bem.

— Ai meu Deus! Espere querida vou chamar o médico. - uma enfermeira disse eufórica e saiu correndo assim que abriu a porta do meu quarto.

— Olá Silvia, como está? Sou o doutor Henrique, estou cuidado do seu caso. - ele sorriu. Eu tentei abrir a boca e respondê-lo, mas doía muito e eu não conseguia.

— Tudo bem, não se esforce pra falar, daqui a pouco você conseguirá, sua garganta deve estar machucada e seca. - falou gentilmente. — Ana, busque um copo de água pra moça por favor. - o médico ordenou a enfermeira que me olhava sorrindo simpaticamente.

Ela saiu do quarto rapidamente, nós deixando a sós. Eu estava assustada de estar ali sozinha, sem nenhum rosto familiar, eu odiava hospitais.

— Silvia, eu vou precisar fazer alguns testes neurológicos e talvez mais tarde uma tomografia pra ver se você está bem, no acidente você bateu a cabeça muito forte e ficou desacordada por 2 semanas e 2 dias.

Quando o doutor falou isso, eu comecei a chorar, lágrimas rolavam no meu rosto silenciosamente, eu estive desacordada por duas semanas e ficar sabendo disso me deixava muito sensível emocionalmente, era algo bem assustador pra mim.

Como eu não conseguia falar, eu passei a mão pela minha barriga e o doutor entendeu o recado.

— Sílvia, vamos fazer os testes e aí conversamos sobre o bebê, tá bom? - eu assenti com dificuldade e um pressentimento ruim tomou conta de mim.

— Preciso que você acompanhe meu dedo com os olhos Sílvia. - fiz o que o doutor pediu.

[...]

O doutor Henrique fez vários testes e assim que ele terminou, a enfermeira Ana me ofereceu um pouco de água e me ajudou a tomar em um copo com canudo que facilitava muito pra mim.

— Silvia, você está muito bem e parece que não tem nenhuma sequela neurológica, isso é muito bom! Daqui uma semana se tudo ocorrer bem, você irá pra casa. - o doutor Henrique sorriu gentilmente.

— Agora vamos falar sobre o bebê, eu queria te dar boas notícias, mas o feto não aguentou Silvia. Você foi arremessada, chegou aqui sangrando e quando soubemos que estava grávida, tentamos ouvir o coração do seu bebê e fizemos uma ultrassonografia de emergencia, mas não havia mais batimentos. Quando você entrou na sala de cirurgia, a doutora Helen, sua médica, aproveitou prafazer sua curetagem, eu imaginei que seria melhor ela fazer, já que ela estava acompanhando seu pré natal, então a chamei até o hospital e ela veio prontamente. - quanto mais o doutor Henrique falava, mais eu chorava.

Meu peito doía tanto, eu estava tão magoada, me sentindo tão impotente por ter perdido meu bebê, era uma sensação horrível, eu havia perdido a coisa mais importante da minha vida.

— Sinto muito Sílvia. - o doutor Henrique falou com uma expressão triste.

Eu só sabia chorar, eu sentia uma dor tão forte que pelo monitor eu via todos os meus sinais vitais se alterarem, eu só queria meu bebê de volta.

— Ana, aplique um calmante na senhorita Lisa. - escutei o doutor Henrique falar.

— Não, eu já estou cansada de dormir. - falei com dificuldade, era a primeira vez que eu falava depois de acordar. Ana não me obedeceu e injetou o calmante em mim rapidamente. Senti meus olhos pesarem e logo apaguei.
[...]

Me Enamoré De Mi Padrastro Onde histórias criam vida. Descubra agora