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— O que você fez hoje? Conseguiu treinar com seu pai? – Ayuno perguntou enquanto sentava perto do mar, logo me sentando ao seu lado. Novamente estávamos sozinhos pela noite no recife.

— Não, não consegui... – Murmuro com um bico nos lábios, deitando a cabeça em seu ombro e suspirando – Ele fica muito ocupado, não tem tempo pra desperdiçar comigo.

— Do que está falando? Você não é desperdício de tempo. – ele murmurou, olhando pra mim e sorrindo de forma doce – Eu adoraria passar todos os momentos com você. – de alguma forma, eu gostei de ouvir aquilo. Me senti especial.

— Para com isso, idiota. – rio e rolo os olhos, os fechando em seguida – Eu só queria que ele tivesse tempo pra gente.

— Não é culpa dele, Teyam. Ele é um dos líderes, deve ser muita responsabilidade. – Ayuno passou um dos braços ao redor do meu corpo, me puxando para mais perto do seu.

— Eu sei... Mas mesmo assim, eu também quero meu pai. – novamente faço um bico, rindo ao sentir a boca de Ayuno em meu pescoço. Eu tinha cócegas.

— Quando você faz esse bico eu não resisto, tenho vontade de te foder até você desmaiar... – ele murmurou passou a língua pelo meu pescoço, me fazendo arfar e fechar os olhos.

— Está querendo me deixar duro no meio do recife? Cuidado. Posso te fazer me comer aqui perante a todos. – Murmuro e levo uma das mãos aos seus cabelos, gemendo ao sentir o chupão em meu pescoço – Caralho, Ayuno...

— Pode deixar, eu cuido muito bem de você... – Ayuno murmurou, me fazendo sorrir.

Ultimamente a gente têm ficado mais tempo juntos, passamos o dia prática grudados, às vezes beijando, às vezes fodendo até eu perder as forças das pernas. Dizem que existe uma linha tênue entre amor e amizade, estou começando a acreditar nisso. Não amo Ayuno do jeito que ele queria, mas amo passar o tempo com ele. E ele fode bem pra caralho, então...

Estava aproveitando os beijos de Ayuno quando ouço a voz de Ao'nung perto de nós, me fazendo grunhir em reprovação. Por um momento achei que estivesse delirando, mas quando abri os olhos e lhe vi ali, só conseguir soltar um riso baixo.

— O que quer aqui, empata foda? – perguntei em um tom seco sem me importar se o machucaria ou não – Não temos interesse em ménage, se é isso que quer saber.

— Você ainda tá nessa, Neteyam? – Ao'nung murmurou soltando um riso baixo enquanto agora encarava Ayuno – Não terminou de usar esse trouxa pra me esquecer?

— O que foi que você disse? – Ayuno agora levantou de forma rápida, ficando na frente de Ao'nung. Gente! Socorro! Eles vão brigar?

— Ah, cara. Você sabe que ele tá com você pra me fazer ciúme, né? – o mais velho provocou me fazendo fechar a mão em punho. Ele estava começando a me estressar.

— E você ainda não superou que o Neteyam te deu um pé na bunda? Gosta tanto dele que tem vergonha de admitir os sentimentos. – Ayuno murmurou enquanto se aproximava de Ao'nung.

— Eu só não te quebro aqui porque o Neteyam é sensível com essas coisas... – Ao'nung murmurou entre dentes.

— Tenta a sorte.

Ayuno provocou e Ao'nung se aproximou, porém me coloquei entre os dois e o empurrei pra longe. Segurei a mão de Ayuno e lancei um olhar de raiva para o outro que estava parado me encarando incrédulo.

— Por que você faz isso? Você diz que não me quer mas fica atrás de mim todo o tempo, Ao'nung! Que porra! – sinto meus olhos marejarem – Deixa eu seguir a porra da minha vida em paz, para de ficar atrás de mim, eu cansei de você!

Solto a mão do garoto e saio depressa dali, deixando os dois sozinhos. Não aguento mais isso, eu estou confuso. Eu estou bravo. Eu estou magoado. E a culpa é sua, idiota!


É sua!

Can't Stop Loving You (Neteyam/Aonung + aonunete + netenung )Onde histórias criam vida. Descubra agora