04.

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GEORGE

FRED e eu não estávamos nos falando muito nas últimas semanas, o que era muito estranho. Eu suspeitava que meu irmão estava bravo comigo mas sinceramente estava morrendo de preguiça de ter que lidar com isso agora, então deixei passar um tempo antes de ir falar com ele.
Eu encontrei Fred no salão comunal, ele estava jogando xadrez com Rony e isso me deixou preocupado já que ele odiava xadrez. Me sentei no sofá, esperando eles terminarem a partida para falar com meu gêmeo.

Rony, que até então tinha uma expressão de concentração no rosto, moveu uma peça do tabuleiro e se virou para mim.

- Cadê sua namorada?

Obviamente, ele e Ginny tinham descoberto sobre o meu namoro e também vieram tirar satisfação. Eu os mandei calar a boca e cuidarem da própria vida.

- Não nascemos grudados. - eu o lembro - Ela está com as amigas, ou com o irmão.

Fred franziu o cenho desconfiado.

- Não sabe onde sua namorada está?

Suspiro, buscando por paciência.

- Lay está no salão comunal dela, ela disse que precisava terminar uma tarefa que Snape passou então possivelmente está com as amigas resolvendo isso. Satisfeito?

Fred torceu o nariz e voltou a atenção para o jogo de xadrez, movendo o cavalo. Rony sorriu maliciosamente e mexeu seu bispo.

- Xeque-mate.

Fred jogou a cabeça para trás frustrado e me olhou.

- Precisamos conversar. Rony, vaza.

- Mas--

- Vaza. - eu e Fred dizemos juntos.

Rony suspira chateado e junta seu xadrez, saindo da comunal. Eu me sento na frente de Fred e tiro um pacote de Feijõezinhos de Todos os Sabores do bolso, o colocando em cima da mesa. Fred tira um feijão do pacote e o coloca na boca, fazendo uma careta em seguida.

- Pimenta preta. - explica - Enfim, por que não me contou sobre Nott? Você me prometeu que aquela obsessão era apenas para se entreter.

- Eu não percebi quando comecei a gostar dela. - confesso - Até quando eu enviei a primeira carta pensei que fosse apenas provocação, mas acabou que se tornou algo mais. Saiu do meu controle, cara, eu juro.

Fred suspirou, passando a mão pelo cabelo, então afirmou.

- Tudo bem, eu aceito, só promete que nunca mais vai esconder nada de mim. Eu sou seu irmão gêmeo, se não pode confiar em mim, vai confiar em quem?

As palavras me atingiram com força, apertei os lábios.

- Preciso te contar uma coisa.

Pego um feijão. Mirtilo.

Fred fica apreensivo.

- Ai meu Deus, o que você fez?

Olho ao redor, por ser horário de jantar, não tinha ninguém na comunal.

- Eu aceitei entrar num relacionamento falso. - confesso.

Fred arregala os olhos.

- Eu sabia! Estava muito esquisito essa história. Por que raios isso aconteceu?

- Não posso dizer, mas eu aceitei porque ela me ofereceu dinheiro.

- Você se deixou comprar? Qual é, George, você é melhor do que--

Falei a quantidade de dinheiro que Layla me ofereceu, deixando Fred sem palavras por um momento. O garoto começou a rir incrédulo.

- Se ela quiser, ela pode me namorar de mentira.

Empurro o ombro do meu irmão.

- Fica na sua. - mando.

- O que? Ela é gata e 'tá oferecendo essa grana? Eu toparia, cara.

- Fazer algo que você faria me preocupa.

Fred ignora.

- Esse dinheiro mais o prêmio que Harry nos deu vai ser ótimo para começarmos os negócios.

Afirmo, fazendo contas mentalmente, se eu continuasse esse relacionamento pelo resto do ano ganharia uma ótima grana. O único problema era se eu aguentaria um ano inteiro.

* * *

LAYLA

UMA das coisas mais importantes para mim na minha vida era meu irmão mais novo, por isso o fato dele estar sem falar comigo há quase um mês estava me dando nos nervos e hoje eu mudaria isso.
Eu estava na comunal, fazendo uma tarefa que Snape passou com Diana e Willa, quando Theodore passou por nós com seus amigos Draco Malfoy, Pansy Parkinson e Blaise Zabini e eu decidi que iria até ele para podermos conversar. Quando parei em frente ao grupinho, Malfoy torceu o nariz, Zabini abriu um sorriso malicioso e os olhos de Pansy brilharam, eu soube exatamente o que cada um deles sentia por mim.

Theo suspirou ao me ver.

- Do que precisa, Lay?

- Preciso falar com você. A sós.

Theo deu uma olhada para seus amigos e eles se afastaram. Malfoy ergueu o queixo ao passar por mim, Zabini deu uma piscadela e Pansy acenou, eu sorri para eles com educação.
Eu gostava dos amigos do meu irmão, mesmo Malfoy era suportável às vezes, o único problema era que a maioria deles parecia ter uma quedinha por mim.

Assim que eles se afastaram, Theo fechou a cara.

- Um Weasley? Sério?

- Theo, eu vou te explicar, me escuta.

- Não, eu não quero ouvir. Eles são deploráveis, Lay, você já viu como eles se vestem?

Respiro fundo, essa seria uma conversa que teríamos que ter em particular.

- Vem, vamos para o meu dormitório.

Theo me segue emburrado. Ao chegarmos lá, o garoto se senta na cama e cruza os braços, esperando.

- Então?

Engulo em seco, aqui vai.

- Mamãe quer que eu me case com David Rogers assim que o ano acabar.

Theo franze o cenho, descruzando os braços.

- Mas... Ele é um traste. Um ogro, um trasgo.

- Eu sei.

Suspiro e me sento ao lado do meu irmão na minha cama.

- Por isso você 'tá com o Weasley? - pergunta Theo - Para tentar cair fora desse noivado?

- Exatamente. George é minha única salvação, você precisa entender e não pode contar a ninguém, Theo, por favor, por mim.

Meu irmão me olha com os olhos azuis idênticos aos meus e passa a mão pelo rosto, então respira fundo.

- O que eu não faço por você?

Abro um sorriso, sentindo meus ombros mais leves de alívio, e abraço meu irmão mais novo, ele reclama a princípio mas me abraça de volta.

- Só não quero você se casando com ele. - ele faz uma careta - Imagine só, eu, com sobrinhos ruivos.

- Não se preocupe, eu e George nunca vai rolar de verdade, nunca.

Theo me olha desconfiado, mas disso eu tinha certeza.

Eu e George Weasley nunca seríamos um casal de verdade, não se eu pudesse evitar.

BOYFRIEND [George Weasley]Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon