30- dona Morte

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Estou com raiva. Com raiva e medo.

Eu costumava almejar pela morte, chamar por seu nome, procurá-la e pedir por que eu. Eu queria vê-la, mais que isso, eu queria senti-la. Nada mais fazia sentido, então eu te conheci.

Eu te conheci no meu momento mais escuro, quando eu desconhecia todo o significado do que é amor, do que é amar. Eu, toda imperfeita e cheia de falhas, toda quebrada e sangrando, eu, que não merecia ser amada. Você me amou. Por algum motivo, você ficou na minha vida. Você cuidou de mim, me protegeu, me mostrou o lado bom das coisas. Você me ensinou a amar um lado da vida, me ensinou a sorrir, me ensinou como ser honesta, me ensinou a ser uma boa pessoa, a deixar meu passado para trás.

Você me ensinou muitas coisas que eu jamais pensei que aprenderia. Você me ensinou o que é o amor. Você me amou como ninguém antes. E assim eu o amo também, eu o amo com todas as minhas forças. Você me fez agradecer todos os dias por viver, porque todos esses dias eu tenho a oportunidade de te ver, de ver seu sorriso perfeito, seus olhos brilhando, admirar suas covinhas e desejar tocar seu cabelo. Todos os dias eu tenho uma motivação pra levantar da cama. Todos os dias eu espero por você. Porque você é tudo que eu tenho. Porque você é tudo o que eu quero. Porque eu te amo.

Eu odiava a vida, e não vou mentir, ainda a detesto, mas ela fica melhor com você. Eu costumava almejar pela morte, mas agora eu a temo. Eu a temo porque ela quer tirar você de mim. Ela quer te levar, mas eu não consigo sobreviver sozinha nisso tudo. Você é tão incrível que até mesmo a morte me inveja e o deseja. Ela não pode simplesmente o levar, ela não tem esse direito. Ela não poder acabar com tantos sonhos criados. Eu não posso. Eu não consigo. Não vá.

Poemas da LuaWhere stories live. Discover now