A verdade

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POV S/n

- S/n, tem uma visita pra você. - Palácios diz, e eu assinto.

Me levanto da cama, guardo o livro, e acompanho ele.

Quando chego na sala de visitas, me surpreendo com o rosto da minha tia.

Hoje faz nove dias que estou nesse lugar, e ela decidiu me visitar só agora, isso porquê falei pro meu namorado pedir pra ela vir me visitar.

Mas fico esperançosa de novo, pois isso me faz imaginar que talvez ela tenha novidades boas.

- Tia! - A abraço. - Até que enfim!

- Oi, S/n. - Ela retribui o abraço.

- Por favor, separem-se. - Valeria diz.

Nos sentamos na cadeira.

Ela estava radiante, isso talvez seja um bom sinal, significa que está tudo indo bem, e que eu talvez saia daqui em breve.

- Por que demorou tanto pra me visitar? você conseguiu um advogado? e minha fiança, é muito cara? vai conseguir me tirar daqui? - Faço uma pergunta em cima da outra, quase desesperada. - Me explica o que aconteceu, por que estou aqui?

- Se contenha, S/n. Vamos por partes. - Ela diz, e suspira. - Vou começar explicar pela a última pergunta.

Me acalmo, e espero ela falar.

Ela olha em direção a Valéria, que estava longe, e depois se inclina pra sussurrar.

- Eu fiz o que tinha que ser feito. Não é nada pessoal. - Ela diz.

Eu fiquei confusa.

- Como assim? mas é só você pagar um advogado, e aí vão alegar que sou inocente... - Explico.

- É que você não entendeu. - Fico mais confusa ainda. - Assim que você completou dezoito anos e assinou aqueles papéis... não se pode assinar papéis sem ler.

- O que está me dizendo?

- Estou te dizendo que... têm muitas coisas pra investir agora, foi feito o necessário.

Não consigo entender nada do que ela falou, ou pelo menos, não queria acreditar.

Lembro do que Zulema me disse na enfermaria, e começa a me dar um nó na garganta em pensar na possibilidade de ela estar certa.

- Tia... está me dizendo que você está por trás de tudo isso? - Pergunto, trêmula.

Ela espera a supervisora passar.

- Veja o lado bom das coisas! você vai conhecer melhor essas pessoas, entender as expectativas delas, e aí quem sabe, você consegue criar uma empresa visionária, futuramente, quando sair daqui?

Eu fiquei perplexa. Não sabia o que falar e nem como reagir, principalmente pela a naturalidade como ela fala isso, como se fosse algo normal.

Lágrimas se formam em meus olhos.

- Tia, por favor... pague minha fiança. Ou pelo menos, chame meus pais. - Imploro.

- Jovens como você não entende como funciona o mundo dos adultos, né? mas não se preocupe, esse lugar vai te preparar pra vida adulta, um dia você vai entender.

- Não... - eu não sabia mais o que falar.

- É só você esperar dois ou três anos, e depois está fora desse lugar. É como se fosse uma faculdade pra vida no mundo.

A única coisa que faço, é deixar as lágrimas molharem meu rosto.

Estava assimilando tudo ainda, era muita coisa pra eu processar, eu nunca pensei que ela fosse capaz de fazer alguma coisa assim.

Vis A Vis: Mi LibertadWhere stories live. Discover now