MELISSA
-Mel,tudo bem mesmo ele te levar?-Minha melhor amiga pergunta preocupada comigo.
-Amiga relaxa, curte a sua noite, sei que ele é meu ex mas não é como se em 30 minutos juntos em um carro fôssemos nos matar.
-Tudo bem, se cuida tá.-Ela me abraça.-Ei González,cuidado com a minha amiga em.-Ela aponta para o garoto atrás de mim que somente acena com a cabeça.
Viemos a uma festa de confraternização do time, eu vim com a Sira, mas a mesma irá passar a noite com o namorado e não ia poder me levar, então Ferran teve a incrível ideia de pedir para Pedri, meu ex namorado me deixar em casa.
Tudo bem que ele mora perto de minha casa e também já estava de saída, mas porra, com tanta gente na festa. Logo ele?
Caminho até o garoto que está fazendo de tudo para não me encarar nos olhos e ele destrava o carro e eu entro.
O cheiro de seu carro ainda é o mesmo, com seu perfume exalando. Olho para cima e vejo o pingente que compramos em um posto de gasolina quando inventamos de ir para outra cidade de carro sem avisar ninguém.
Pedri entra no carro jogando seu casaco no banco de trás, onde já transamos incontáveis vezes quando não aguentávamos esperar chegar em casa.
Ele parece ter pensado o mesmo que eu pois fica um tempo olhando para trás mas logo da partida e sai com o carro.
-Quer que liga o ar?-Ele me dirige a palavra pela primeira vez desde que terminamos nosso namoro.
-Não, tá frio.-Sem perceber acabo respondendo o que eu sempre respondia quando ele me fazia essa mesma pergunta.
Pedro da um sorriso de lado e desvia o olhar para o trânsito.
-Tem coisas que nunca mudam.-Me surpreendo com a sua fala e dou um meio sorriso de volta.
-Como está o Pepo?-Pedri pergunta do cachorro que me deu quando fizemos 6 meses de namoro, falávamos que ele era nosso filho, dei o nome de Pepo para combinar com Pepi, o apelido que eu chamava Pedri.
-Está bem, acredita que ele comeu meu chinelo de tubarão?
-Aquele que você nunca me deixava usar?-Ele pergunta divertido e eu aceno com a cabeça.
Acabamos de ter uma conversa leve e nem percebemos. Sentia falta de conversar assim com ele. Pedri era meu melhor amigo, contávamos tudo um para o outro e isso acabou de uma hora para outra.
Nosso namoro sempre foi incrível, daqueles de casais clichês e melosos, quase nunca brigávamos, vivíamos juntos e se aventurando, Pedro era a minha alma gêmea, totalmente o oposto de mim.
Enquanto eu inventava qualquer tipo de loucura, ele era contra e tentava evitar, até eu convencer ele e nos metermos em encrenca. Do tipo de ser pegos transando no provador de uma loja de roupas ou invadir um parque a noite.
O relacionamento tinha tudo que deveria ter, confiança, amizade, amor e muito sexo.
Nossos amigos nos zuavam dizendo que vivíamos no cio, já que abandonávamos todos eventos na metade para ir transar no banheiro ou no carro.
Pedri e eu não morávamos juntos, mas vivíamos um na casa do outro, sua família me amava e a minha a mesma coisa. Já tínhamos até escolhido o nome dos nossos filhos, porém tudo isso acabou num piscar de olhos.
Encontrei no bolso do casaco dele um bilhete com o número de uma menina, no começo levei numa boa pois suas fãs viviam lhe entregando esses bilhetes, ele só não costumava guardar como houve com esse.
Até que viralizou na internet um vídeo onde uma modelo entregava um papel para pedri durante um evento de premiação e ele guardava no bolso do casaco, desse mesmo casaco.
