Prólogo

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Alerta de gatilhos pesados pra caralho: menções explícitas a: estupro de vulnerável; abuso físico, psicológico e sexual; sequestro; agressão a menores de idade; crise de ansiedade.

Me avisem se acharem mais algum.

Tudo aqui é ficção e foi descrito com o máximo de respeito e o mínimo de explicitação possível (então não, não possui uma descrição desnecessária de estupro, apenas uma menção). Caso se sinta mal durante a leitura, por favor se retirar.

××××

A rua estava vazia. Os postes mal iluminavam a estrada; a maior fonte de luz provinha da lua, que brilhava e acompanhava a figura frágil e suja que corria na maior velocidade que conseguia.

Há pouco tempo, escorria sangue de suas pernas. As feridas eram recentes o suficiente para que ainda doesse caso forçasse aquela parte específica do corpo.

A respiração daquele que corria ofegava, cansada de se esforçar. A cabeça virou-se levemente para trás, a fim de ver o quão longe estava de seu cativeiro.

Talvez estivesse longe do cativeiro, mas não do sequestrador que lhe enfiou lá. A Van preta familiar lhe perseguia com os faróis desligados e a velocidade intensa.

O garoto abriu a boca e começou a gritar.

— Socorro! Estou sendo sequestrado, alguém me ajuda! - Sua voz não conseguia ser tão estridente quanto queria devido ao machucado que ainda residia em seu pescoço, resultado do estrangulamento que quase tirou seu último suspiro.

O veículo que lhe perseguia estava cada vez mais perto. Mais perto. Mais perto.

Aquele garotinho fraco estava para ser encurralado.

Mas então, ao virar a rua, seus olhos avistaram uma pessoa que caminhava pela rua naquele horário. Ao arregalá-los, o garoto abriu a boca para gritar novamente.

— Ajuda! Por favor, ajuda!

Foi uma conquista enorme quando viu que aquela pessoa lhe escutou. Ele continuou correndo sem sequer olhar para trás, para então ouvir as rodas da Van derrapando para trás.

O garoto conseguiu fugir. Ele obteve sua liberdade após um mês vivendo o que poderia lhe soar como o verdadeiro inferno.

Enquanto se aproximava do dito cujo que indiretamente lhe salvou, as luzes das casas em volta começaram a acender. Suas súplicas haviam sido escutadas e logo os donos das residências estavam descendo de suas camas confortáveis para verificar quem gritava.

A figura finalmente chegou perto do garoto. Era um menino um pouco mais alto, de ombros largos, cachos louros e levemente longos, e jaqueta jeans.

Aquele que gritava sorriu consigo mesmo e seu corpo entendeu que estava seguro. Por isso, sua mente se desligou do instinto de sobrevivência e deixou o garoto cair para descansar.

O outro menino, confuso, segurou a criança desmaiada quando observou sua queda e começou a olhar em volta. As pessoas estavam saindo de suas casas e correndo para avaliar a situação.

Rapidamente, o garoto repleto de feridas, imundo dos pés à cabeça, rosto e fios louros suados - que estavam tão desgastados e podres que poderiam ser confundidos com tons castanhos -, e respiração pesada devido sua inconsciência foi reconhecido como Griffin Stagg.

Seu rosto estava nos cartazes de desaparecido. Foi uma explosão; um sequestro na capital do Colorado em plena luz do dia, sem sequer uma testemunha e apenas balões pretos como evidência aonde supostamente Griffin estava antes de ser levado.

Dores SolitáriasOnde histórias criam vida. Descubra agora