15: O diário.

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Dizem que o amor são cinco minutos de prazer e uma vida inteira de dor.

Scarlet tem presenciado bastante isso, e agora, John B e Sarah também.

Sarah terminou com ele, acha que foi o melhor a se fazer.

- Porra, é sério que você não vai pra escola hoje? — Scarlet confirma com Kiara.

- Para de insistir. — A morena ri.

- Ah tá, queria ver se fosse você tendo que ir para aquele lugar e ainda por cima só com os garotos.

- Já foi assim bastante tempo. Te entendo, gatinha. — Kiara comenta fazendo a loira rir e se juntar aos três amigos na Kombi para ir para a escola.

[...]

- Senhor Heyward, senhor Routledge, senhor Maybank e senhora Reese. O quarteto que eu queria ver.
— O professor Sunn diz alegre ao avisar os quatro passeando pela escola.

- Queria poder dizer o mesmo.
— JJ fala sério fazendo Scarlet segurar o riso.

- Tenho uma pergunta de natureza histórica para vocês quatro.
Eu digitalizei documentos para o Museu Marítimo e, em troca, me deram acesso aos arquivos.
— O mais velho falava agora a sós com eles na sua sala.
- E eu encontrei... isso.

- Ue, uma caixa?! — Scarlet sussurra confusa. Era para apenas os amigos ouvirem mas foi uma tentativa falha pois o professor respondeu:

- É mais do que uma caixa.
— Ele diz abrindo-a.
- É um diário. O autor é desconhecido.

Pope pega o objeto folheando-o, e logo na primeira página encontra o símbolo de qual eles têm falado esse tempo todo.
O trigo.

- Isso é uma amostra de uma carta de Denmark Tanny.
— Ele diz mostrando um papel.
- Agora compare a letra das duas.

- Meu Deus...

- Esse é o diário de Denmark Tanny.

- Olhem, é a cruz de Santo Domingo.
— Pope avisa ao ver o desenho da mesma no diário.

- Puta merda.

- Estava no Royal Merchant.

Os quatro se levantam, claramente pensando a mesma coisa. Ir embora.
Estavam cada vez mais perto.

- Scarlet! — Um garoto para a garota enquanto ela corria com os amigos para a Kombi.

- Oi, te conheço?

- Não, mas eu te conheço. Bem, na real, queria conhecer melhor, topa?
— Ele fala colocando a mão na árvore atrás dela, prendendo-a ali.

- Ah... — Scarlet não teve tempo de responder pois o garoto cai no chão após ter sido empurrado por alguém.
- JJ!

- Que merda, cara! — O menino resmunga no chão.
- Vocês terminaram, supera, JJ.

- Filho da puta. — O loiro ergue sua mão para dar um soco no garoto mas Scarlet segura rapidamente.

Uma roda enorme já tinha se formado em volta deles então nem tinha como a Reese pedir socorro a John B ou a Pope. Ela sabia que JJ era super impulsivo e não tinha certeza se aquele "poder" de o acalmar facilmente, ainda funcionava.

- Deixa pra lá. Não vale a pena.
— Ela fala baixinho.

- Aí, cara, cuidado com quem mexe.
— O rapaz fala antes de empurrar o Maybank que, dessa vez, não perde tempo para socar o rosto dele.

- PARA! — Scarlet grita.

Ela conseguia escutar os "SAI DA FRENTE!" dos amigos ao fundo.

"BRIGA, BRIGA, BRIGA, BRIGA, BRIGA"

- Merda. — Scarlet murmura para ela mesma quando vê JJ em cima do garoto que já não conseguia revidar.
- JJ, CHEGA! — Ela grita o fazendo parar.

- Saiam da frente! — Pope e John finalmente conseguem chegar no centro da roda.

- Caralho. — Pope sussurra.

- TÁ, GENTE, ACABOU A PALHAÇADA! — Scarlet grita o mais alto possível e todos abrem espaço para ela passar.
A Reese segura a mão de JJ o puxando para o carro.

- Não mexe com a mina dele, cara.
— John B fala com o garoto ainda no chão.

[...]

- "15 de Agosto.
Zarpamos de Porto Príncipe em águas calmas.
Encontrámos o navio espanhol, San Jose, pegando fogo.
O deque inteiro estava em chamas e dava para ouvir os gritos dos homens presos em baixo.
O capitão espanhol só se preocupava com uma coisa.
A carga valiosa. A cruz de Santo Domingo e infinitas barras de ouro.
Quando a cruz veio a bordo, quisemos ajudar os homens mas o capitão Limbrey nos mandou erguer as baionetas e não deixar nenhum espanhol embarcar.
Ele os roubou e os deixou morrer."
— Pope lia, já no castelo e com todos reunidos.
Todos além de Sarah, claro. A garota ainda não estava apta para continuar nenhum plano.

- Então ela não afundou nas Bermudas.

- Foi um Limbrey roubando outra vez.

- Esse diário prova que tanto o ouro quanto a cruz de Santo Domingo, estavam no Merchant. — Pope percebe.

- Porque ela não estava no poço, então? — JJ pergunta.
- Se o Denmark conseguiu tirar a cruz brilhante do Merchant e trazer para terra... porque não escondeu com o ouro?

- Porque ela era grande demais.
— John B palpita.

- Tem razão. Ele teve que esconder em outro lugar.

- Mas onde? — Kiara questiona.

- Logo antes de ser enforcado, Denmark disse que enterrou o tesouro ao pé do anjo.

- Espera aí, isso não era a chave?
— JJ fala desordenado.

- É, então qual é a ligação?

- "O caminho para o túmulo começa na sala da ilha" — Pope lê de novo a frase gravada na chave.

- E que merda é a sala da ilha?
— É a vez de Scarlet perguntar cansada de tanta confusão.

- Sabe o que me ajuda a descobrir as coisas? — JJ intervem.

- Lá vem.

- Fumar cerveja e beber maconha.
As ideias fluem de mim.
— Ele diz sorrindo e se atrapalhando nas palavras.
- Se a gente sentar aqui tentando resolver isso, não vai a lugar nenhum.
Mas se for criativo, e for na fogueira hoje à noite... talvez a gente resolva.

- Olha... se rejeitasse essa oportunidade não seria eu.
— Scarlet murmura fazendo o Maybank rir de leve.

- Eu acabei de ser deserdada pelos meus pais. Virei um membro oficial do clube "nada a perder".
— Kiara aceita.

- Está bem... — Pope diz depois de um tempo pensando fazendo todos comemorarem.

- Então vamos! — A fala de John B foi a deixa para todos se levantaram ansiosos.

. . .

STAY - obx. (2° temp.)Where stories live. Discover now