CAPÍTULO 6

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CAPÍTULO 6

Patrick Limberger

O mês que se seguiu aquela noite com o cowboy, Leon, Leon era seu nome, foi sem dúvida bem agitado. Me permiti lembrar daqueles momentos de vez em quando. Foi memorável, mas tinha consciência que nunca se repetiria. Nas noites, dizer que o cowboy não possuiu minha imaginação e fantasias seria mentira. Mas trabalhar em fazenda te deixa bem ocupado mesmo na administração e é claro que sempre tinha minhas escapadas para montar e praticar laço um pouquinho. Minha paixão era grande demais para ficar afastado do lombo do cavalo.

Foi em uma cavalgada pelas terras da família que senti a primeira tontura, creditei a estar tempo demais no sol depois de ficar no escritório. Como passou rápido, continuei. Nos dias seguintes a minha primeira tarefa pela manhã era vomitar minhas entranhas, seguida por não conseguir me alimentar o que chamou a atenção da família. Como precisava repetir meus exames depois daquela noite, tranquilizei a família protetora, que iria realizar um checkup e que provavelmente era apenas uma virose.

A questão é que os exames no dia da consulta voltaram com uma alteração sanguínea. Segundo meu médico nada para se preocupar, mas necessário realizar um exame específico. Ele foi misterioso demais para o meu gosto, mas estava ali e queria saber porque alguém com um apetite saudável, como eu, precisava ultimamente tomar cuidado com tudo que ingeria.

O grande mistério foi resolvido uma hora depois, quando um grande positivo apareceu no exame, então minha virose era na verdade um pequeno ser dentro do meu corpo, revirando tudo enquanto se nutria de mim. O médico tranquilizou dizendo que até o momento a gestação estava totalmente saudável e não havia o que me preocupar, sintomas comuns e normais estava me fazendo sentir assim. Apenas me sinalizou a não praticar atividades extenuantes e evitar as cavalgadas, afinal o centro de gravidade sofreu alterações e poderia causar quedas. Confesso que o choque foi tão grande que apenas balancei a cabeça concordando.

Sai do consultório parecendo estar em uma realidade paralela. Fazendo tudo no automático sai da cidade e fui para casa.

Entrei em casa com o exame na mão, amaçado entre os dedos. O que me puxou de volta a realidade foi a família que estava exatamente no momento se reunindo para o almoço. Tainan foi o primeiro a me ver entrar, mudando a direção onde todos estavam se encaminhando se voltou para mim. Eu deveria estar com uma expressão horrível porque ao me alcançar ele me segurou pelos ombros e perguntou em seguida. Qual era o problema? Se eu estava doente e o quão sério era isso? Estendendo o braço deixei ele arrancar o papel amassado da minha mão enquanto proferi apenas uma palavra.

Grávido.

A essa altura toda a família estava reunida ao meu redor, Tainan abriu o papel enquanto passava o olhar de mim para os demais enquanto assinalava positivamente, confirmando o que eu tinha dito. A primeira pessoa a falar foi Patrício, dizendo não saber que estava namorando. Quando finalmente percebi que tinha que falar algo. Apenas confirmei que não estava. Todo mundo entendeu. Ninguém questionou mais nada. Naquele momento, finalmente minha ficha caiu, iria ser pai. Daquela noite, no beco escuro e aquele preservativo estourado gerou essa vida. Meus pais até ali calados, me questionaram apenas se era uma gestação saudável, enquanto envolvia com braços a minha volta e me conduziam a cozinha.

Nós éramos os tipos de pessoas que tinha uma cozinha enorme com uma mesa que comportava a todos para fazermos as refeições. Sala de jantar só em eventos especiais e quando recebíamos visitas, gostávamos mesmo de comer na mesa enquanto nos servíamos no fogão nós mesmo. Nos sentamos e expliquei tudo o que o médico disse. Minha família era realmente protetora, mas nunca haviam invadido minha privacidade. Apenas me afirmaram que estariam comigo não importa o que acontecesse, e que poderia contar com eles.

Tuas cicatrizes minhas marcas -  (Mpreg) DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora