Eu sempre lidei com a escuridão, como se fosse meu álibi para todas as minhas atitudes. Com ela eu aprendi que as vezes precisamos sofrer para abrir os olhos e outras vezes sofremos por ser inevitável.
Nunca quis fazer uma escolha. Nem mesmo deseja...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
_________________________
Alguns dias depois...
Pensar na faculdade é algo que me assusta, afinal começamos a desenvolver algumas redações para as universidades publicas do país e fora dele. A pergunta mais instigante que me ronda é sobre as condições e se a minha mãe terá condições de me ajudar, mas enquanto a resposta não vem e não vou atrás dela, prefiro pensar nas possibilidades que a vida vai me abrir. Mordo a ponta do lápis e arrasto a cadeira para frente da janela, observo os vizinhos passeando na frente e encaro as paredes do meu quarto recém- reformado.
Louis estava certo quanto a cor azul escura e a única parede preta destacando a posição da minha cama, o que conciliava com a estante de livros e meu guarda-roupa. Alguns posters de banda, filmes e livros carregavam a vibe que combina comigo. E as fotos da minha mãe, comigo e Louis no pequeno varal que ele me obrigou a deixar ali. Sorrio, lembrando com detalhes disso:
"— Você vai deixar essa merda aí! — Louis está agarrado com o barbante e alguns Portrait nas mãos.
— Se é uma merda, então não devemos deixá-la aí, não acha? — Indago irônico e isso o deixa furioso.
A pequena pimenta começa a me encarar como se fosse me fatiar em pedaços se eu continuasse abrindo a minha boca. Mas a verdade é que eu achava aquilo detalhe demais para um quarto sombrio, imaginado mentalmente por mim, é claro. Algo que Louis estava tentando quebrar naquele momento.
— Olha, não tem espaço! — Aponto para o cômodo ao nosso redor. — A não ser que você consiga me fazer mudar de ideia.
Meu comentário atraio seu sorriso desafiador e meu namorado avança alguns passos sorrateiros na minha direção. Suas bochechas antes coradas, passam o tom levemente vermelho para seus lábios assim que ele os morde.
— Eu vou.
Levanto as mãos para o alto e deixo com que ele faça o bom trabalho. Louis vistoria o quarto e sorri, ao encontrar o espaço vazio perto do computador. A parede azul estava sem vida e alguns pregos estavam dando bobeira, o que foi o ponto perfeito para ele ligar o barbante e grudar as fotos com os minis pregadores. Assim que ele se afasta, noto que o exagero estava na minha cabeça e ele estava certo quanto as fotos.
— E então?
Balanço a cabeço, sentindo as minhas covinhas afundarem. Levanto admitindo que estava errado e ele havia vencido somente aquela pequena guerra. Mas Louis era pequeno, então eu ganhava vantagem naquilo por conseguir intimidá-lo.
— Como devo pagá-lo com a minha teimosia? — Sussurro contra seus lábios.
— Hum... — Louis arfa e morde os lábios. — Você sabe... — Ele fica na ponta dos pés, desliza seus dedos pelos meus braços e continua: — Como foi um menino malcriado, deverá ficar alguns dias sem me beijar.