13. Lilás

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Amá-lo era lilás.

Era como uma energia cósmica que ultrapassava todos os limites impostos por mim mesma a impedir-me de amar. Era aquela inspiração espiritual que me ajudava a compor mais um verso das diversas poesias incompletas na minha gaveta.

Porque ele era minha inspiração.

E eu, devota a ele.

Devota às suas mãos hábeis e ágeis sobre a folha que descansava em sua mesa, os traços negros e ondulosos como meus cabelos compondo a sua poesia verbal. E, naquele ínterim, onde as mechas dos seus cabelos beijavam-lhe a testa, sentia-me inspirada de tal forma que a purificação e cura dos meus níveis físicos, emocionais e mentais explodiam no universo que havia construído por tanto tempo.

Então eu havia expandido em tons de vermelho, juntando-me ao azul de suas vestes e tivemos uma ionização lilás, assim como o céu crepuscular acima de nossas cabeças.

Noites de PrataWhere stories live. Discover now