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Capítulo 38

Olho ao redor a sala branca , não tem nada nela apenas um mesa com três cadeiras de metal cinza. Tô em uma , as algemas não incomoda tanto quanto o desconforto no peito , mordo o lábio inferior limpando uma lágrima que desce. A garganta seca impede a respiração , meus pulmões estão doendo assim como o estômago. Não consigo tirar a Kaira da cabeça , preciso volta ao hospital , fecho os olhos com força tentando entender o que aconteceu. Como vim para aqui ? Como aquela droga parou no meu carro e como a Kaira tava com a Letícia ?

Balanço a cabeça em negação sentindo as lágrimas rolarem , abro os olhos não suportando o sufocamento , sinto náuseas. A porta se abre o que não ligo , mantenho a cabeça baixa , parece que minhas forças se foram. Elas forma um belo casal já admiti isso , certeza que a Letícia vai cuidar da Kaira. Mordo o lábio inferior não aceitando isso , Letícia drogou a Kaira ama não é isso , nem pensar , aquela perfeitinha vai me paga!

— Laisa certo ? – questiona um voz masculina

Apenas aceno positiva , olho as algemas.

— Você tem uma vida interessante – diz uma mulher

Ouço as cadeiras serem puxadas , abro um sorriso sem humor.

— Quem fornece as drogas pra você ? Se der os nomes vai fica mais fácil pra você mesma – afirma o homem

Acabo rindo , as lágrimas não para de descer. Meu coração tá tão pequeno no peito que acho que vou morrer.

— Qual a graça ? – pergunta a mulher

Levanto o olhar encontrando olhos castanhos , os dois estão sentados na minha frente. O homem é moreno musculoso a mulher também tem o corpo atlético , ambos estão de roupas formais. Noto os distintivos sobre a mesa. A mulher é loira , seus olhos azuis mar , os cabelos estão presos em um rabo de cavalo alto.

— Quero fala com meu advogado – respondo indo pra trás

Ambos sorri , não desvio o olhar dos dois.

— Só me diz o nome Laisa – pede o homem

— Sabemos que tem uma boate em outra cidade , pedimos um mandato pra ela – conta a loira

Ouvir isso me faz fica tensa , flexiono a mandíbula enquanto sou avaliada por eles.

— Vamos achar alguma coisa lá ? – indaga o homem

— Sabemos do seu passado , aquela cocaína era pro seu uso ? Até onde pesquisei você tá limpa , aliás bela tatuagem – diz a mulher olhando uns papéis que estão sobre a mesa

A regata não esconde a aranha , engulo em seco.

— Tava usando com a garota que entrou no hospital ? – questiona o homem me fitando

Volto minha atenção pras algemas , nunca parei em uma delegacia , todo tempo tomei o maior cuidado em relação a isso até agora.

— Não , eu tô limpa – afirmo calma

— E isso é seu ? – indaga a loira colocando dois baseados sobre a mesa

— Sim – respondo encostando na cadeira de metal

— Assim como a cocaína ? – insiste

— Não , aquilo não é meu – nego seca

— A garota , como chama ? – questiona me fitando

— Ela não tem nada haver com isso – respondo entre dentes

— Ela sabe que você usa ? – pergunta apontando o baseado