𝐜𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 2: 𝑯𝒖𝒆𝒏𝒊𝒏𝒈𝑲𝒂𝒊...

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5 dias depois

Eu sentia o suor escorrer por minha testa e minha respiração falhar a cada passo dado, corríamos por nossas vidas, eu segurava a mão de kai com firmeza para não perdê-lo em meio a multidão que se encontrava na mesma situação que nós.

Conseguimos permanecer no apartamento por 5 dias, mas a situação se agravou e tornou-se impossível permanecer lá, não tínhamos mantimentos o suficiente e não conseguimos sair em busca de mais, eu tentei contato com meu irmão mas não consegui, fui até seu apartamento mas estava vazio.

Eu não sei mas...eu temo ter o perdido...

Eu quero que ele tenha apenas fugido mas...não sei...acho que se ele tivesse fugindo...ele tentaria entrar em contato comigo...não é...?

O caos dominou Daegu em menos de 3 dias, o vírus se espalhou até mesmo para as redondezas que se diziam prontas para se protegerem de toda a praga. Boa parte já estava em alerta a alguns meses atrás, conseguindo eliminar boa parte dos infectados e conseguindo controlar a situação, mas já outras não estavam preparadas o suficiente e Daegu está entre elas. Por conta de um mísero erro alguns dos infectados conseguiram escapar e a situação se tornou totalmente incontrolável, dando início ao tão temido e famoso apocalípse.

As pessoas que são atacadas e infectadas voltam em menos de cinco minutos, eles atacam qualquer um, não importa se é algum familiar ou amigo, não importa, eles vão atacar e te matar da forma mais bruta possível, eles vão te matar sem nenhuma misericórdia.

Os gritos alheios eram ensurdecedores, eu sentia kai tremer, eu também estava nervoso com toda aquela situação, só queria sair logo daquele tumulto.

O barulho das pessoas desesperadas só atraiam cada vez mais a atenção dos infectados e tenho certeza de que se não fossem mais rápidos para chegar ao trem que nos levaria para alguma salvação, todos morreriam como muitos já morreram.

Estava focado no caminho, mas parei e senti meu coração doer ao olhar em meio a multidão e ver uma garotinha que aparentava ter seus 5 ou 6 anos chorar e gritar por sua mãe. Ninguém parava, ninguém se importava, as pessoas simplesmente passavam correndo, quase a derrubando.

Eu não consigo, eu não sou assim, eu não sou como essas pessoas, eu não posso deixá-la lá, é uma criança...é perigoso demais.

Parei, fazendo kai me olhar surpreso e tão desesperado quanto todos que se encontravam ali.

_O que foi beomgyu?! Vamos, hyung! Não podemos ficar aqui!

Ele gritava, mas minha atenção estava presa na garotinha que continuava a chorar.

_Beomgyu!

Me virei para ele, segurei seus ombros e olhei em seus olhos, ele me olhava desesperado e com as sobrancelhas franzidas.

_Kai...você tem que ir...você precisa chegar lá, não se preocupe, estou logo atrás de você.

_O que?!

Ele saltou pasmo, parecia tentar entender o que eu estava dizendo, ele direcionou seu olhar para o chão e começou a negar com a cabeça, e quando seu olhar recaiu sobre mim novamente, eu senti meu peito doer mais uma vez ao ver seus olhos marejados.

_O que você está dizendo?! O que vai fazer?! Eu não vou a lugar nenhum sem você, sabe disso!

Eu não conseguia manter contato visual, eu já estava quase chorando junto com ele, minha visão estava embaçada.

_Vá! Vá, kai!

Esbravejei aumentando meu tom de voz, finalmente mirando os olhos arregalados e marejados em minha frente.

𝐻𝑒𝑙𝑙 𝑂𝑛 𝐸𝑎𝑟𝑡𝒉 • 𝐓𝐚𝐞𝐠𝐲𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora