A Aposta

"Brasil~" Uma voz melosa com um sotaque argentino que lhe tirava do sério soou perto do brasileiro, que olhou para o lado e seus olhos se encontraram com os de Martín, que sorria arrogantemente para ele. Havia se passado mais ou menos um mês desde a vitória da Argentina da Copa do Mundo e desde então, a nação loira se mostrava cada dia mais insuportável toda vez que a nação brasileira estava presente.

"O que você quer, Hermanito?" Perguntou Luciano já sentindo qualquer resquício de paciência sendo torrada, se as confusões de São Paulo e Rio de Janeiro já testavam diariamente a paciência da nação brasileira, imagine isso sendo triplicado por causa de Martín Hernández, também conhecido como República Argentina.

Ele e Martín estavam no banheiro, o brasileiro nem tinha percebido que o argentino havia entrado também. Naquele momento, Luciano só queria usar o banheiro depois de longas horas de reunião da ONU e depois ir para o hotel, mas pelo visto Martín já queria causar e não deixaria ele em paz sem tirá-lo do sério. O loiro o olhou através do espelho da pia e se aproximou, o som de passos contra o piso frio do banheiro deixou a situação mais tensa para o moreno, e Luciano já sentia que algo muito ruim iria acontecer já que o argentino estava sorrindo que ia muito além da arrogância.

"Sabe, Brasil, um pombinho me contou que você fez uma aposta no dia do meu jogo contra o França." Disse Martín bem próximo de Luciano, que fez questão de tentar desviar o olhar mas havia algo que o forçava a não ignorar a presença do argentino ali. Mas o brasileiro manteve sua calma, e ele se perguntava como ele ainda conseguia fazer isso, e olhando através do espelho para Martín, o respondeu.

"É mesmo? E qual era a minha aposta?" O brasileiro respondeu com uma pergunta. Mas ao invés de abalar o argentino, o moreno viu o sorriso do loiro crescer como se fosse do Gato de Cheshire, o que fez com que Luciano já sentisse leves tremores.

"Sim e se não me falhe a memória, você apostou o seu cu caso eu não ganhasse~" A nação argentina respondeu com um tom que causou mais arrepios na nação brasileira, mais do que o normal. A face de Luciano começou a esquentar, se lembrando da vergonha que passou por ter apostado sua própria dignidade, inclusive na frente do Croácia.

"E como tem certeza disso, você tem provas de que eu disse isso?" Perguntou Luciano, ganhando uma leve confiança já que o argentino não teria como provar a existência dessa aposta. Mas ao invés da pergunta do brasileiro afetar o loiro, o sorriso de Martín permaneceu e seus olhos castanhos transbordavam de uma emoção que Luciano conhecia muito bem: luxúria.

"Te conhecendo, eu não duvido nem um pouco que fez essa aposta. E conhecendo você há um bom tempo, você não é uma pessoa de cumprir promessas." Respondeu Martín à medida que se aproximava mais do moreno e parou bem pertinho dele, ao ponto do brasileiro sentir o hálito quente do argentino contra a pele do seu pescoço.

"V-Você está insinuando que sou arregão?" Luciano perguntou indignado e desviou o seu olhar do espelho, mas paralisou quando a mão de Martín pegou a sua mandíbula e o forçou a olhar para o espelho novamente. Porém desta vez, o argentino estava mais perto e a sua expressão de luxúria se tornou mais evidente e mais obscura, seu sorriso causava calafrios intensos em Luciano, que ainda tinha suas bochechas queimando de vergonha.

"Isso daí só vai depender de você, Lucho. Só vim aclamar o meu prêmio, só isso~" Respondeu o argentino com sua voz sedutora com seu sotaque forte, que levaria qualquer pessoa normal à loucura e Luciano tentava ao máximo se conter para não ser levado pelas palavras lindas e sotaque atraente de Martín.

"Que prêmio? Já não tem por ter ganhado a Copa?" Perguntou o brasileiro levemente tenso com a afirmação de Martín de que veio somente para aclamar sua recompensa, só havia uma coisa que Luciano pensava e ele queria o máximo o possível tentar negar que não mas a expressão maliciosa do argentino só piorava cada vez mais.