A morte é pouco

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Meus inimigos, inimigos da família sempre eram mortos. Nós também tínhamos nossa lei e senso de justiça, e nunca, jamais precisamos usar de força bruta para conquistar uma mulher. Muito menos tentar tocar em uma criança.

Minha sogra, me serviu um café enquanto Niara brincava com os irmãos que mostravam as maravilhas da casa nova e a alegria de ter uma cama. E foi ali que eu tomei uma liberdade.

— Então, senhora. Ontem, eu acreditei que iria consumar meu casamento, Mas sua filha não parecia disposta a isso.

Ela me olhou, um pouco assustada. Vi seus dedos precionarem a xícara de café.

— O senhor...

— Não a forcei em nada. Nem aconteceu. Mas, eu notei uma repulsa dela só pela ideia. E quando tentei dormir na mesma cama, ela tremeu a noite toda. Isso não tem haver apenas comigo não é?

— Podemos conversar um pouco?

Ela se levantou da cadeira e foi para o quintal, era rodeado por um muro. Uma boa casa, tinha espaço até para fazer uma plantação mesmo que pena. Uma árvore grande que dava sombra em boa parte, e pelo visto já tinham colocado um balanço.

— Então?

— Quando os pais deles morreram, eu fiz uma burrice. Me juntei com um homem que dizia me amar. Mas, conforme a Niara foi crescendo  conforme seu corpo foi mudando. Eu percebi. Não queria que ninguém a tocasse, mas eu também não queria passar necessidade. Então, assim que ela  encorpou mais, Ele começou a olhar para ela com... E eu, me fiz de cega. Mas assim que eu vi um dia ele a agarrando. Coloquei para fora de casa. Tudo piorou, mas nada iria comprar minha filha. E ela só está com você porque não pude para-la.

— Agora consigo compreender a senhora ter sido contra. Se fosse outras mães, teriam entregado a filha na primeira oportunidade.

Estava cada vez mais fascinado com essa família. Mesmo na miséria não queriam entregar a filha, a irmã. Já entre ricos e poderosos entregaram duas filhas de mão beijada para mim, porém sempre rejeitei. Tudo que eu não queria era mais uma mimada em minha vida.

Aquela manhã foi prazerosa para minha amada, menos para mim. Não era muito fan de crianças correndo e brincando, porém aquilo me acendia a esperança que um dia poderia ter filhos com ela.

Ela estava feliz, e bem humorada. Porém, dessa vez eu não me importava com seu sorriso, pois eu tinha um nome e um homem para procurar. E graças a uma fotografia velha, podia exterminar aquele inseto da terra.

Estávamos nos dois no banco de trás do carro, e ela mantinha o sorriso em silêncio, até que.

— Você está bem? Ficou tão quieto

— Estou bem.

Ela não fez mais perguntas, e infelizmente não tinha ideia do que eu iria fazer. Depois, comentou que seu irmão estava bem melhor agora. E estava dormindo por conta dos medicamentos que havia tomado. Por isso não o vimos.

Quando chegamos ao quarto de hotel, tive que me despedir.

— Ué, você não vai ficar e tentar nada?

— Você quer que eu tente tirar sua calcinha com a boca?

Talvez eu tenha exagerado, ela deu dois passos para trás. Eu peguei o celular e mostrei sua foto nua. Ema ficou olhando para a tela enquanto eu deletava o arquivo.

— Só quero ver seu corpo nu quando você me implorar. Agora, eu retornarei para jantar.

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