BEIJOS ROUBADOS NO OUTONO

CAPÍTULO 2

Outono, 1841

Sophia se olhou no espelho, ela estava bonita naquele noite.

Seus cabelos castanhos escuros estavam presos em um penteado elaborado no alto da cabeça feito por sua camareira, o vestido que usava era em um tom claro de verde que combinava com seus olhos, o decote era em formato de coração e marcava bem sua silhueta.

Naquela noite ela iria comparecer ao baile outonal dado pela Barão de Allerford, ele sempre dava bailes para comemorar as colheitas e convidava os moradores, era bastante divertido. Porém naquele noite ela sentia que poderia acontecer mais do que apenas uma simples dança.

Por toda a primavera e verão sua mente havia imaginado todos os tipos de encontro possível com o belo cavalheiros MacGyver.

Tudo que ela sabia era que ele era bonito e seu sobrenome, não se atreveu a procurar nenhuma outra informação.

— Meninas, vamos — Posy chamou suas filhas no andar de baixo.

As mãos dala estavam suadas quando colocou as luvas. Sophia estava bastante ansiosa e empolgada.

— Você está linda — Georgette falou ao encontrar a irmã no corredor.

Ambas estavam em idade de casamento agora.

— Você também está radiante, Georgie — Ela falou admirando sua irmã mais nova. Ela usava um vestido rosa claro que combinava com sua beleza delicada.

As duas irmãs desceram as escadas e encontram seus pais esperando por elas. Posy sorriu para suas garotas, elas eram tão adoráveis. Ao se lembrar de sua época ela percebeu que nenhuma parecia com ela, talvez por não ser tão dura quanto sua mãe fora.

Suas filhas podiam ser autênticas e aproveitar sem medos ou preocupação.

A temporada no campo era mais tranquila em comparação a Londres. Elas não estavam apenas a procura de uma marido, mas também precisavam se divertir e criar novas amizades. Foi assim que Posy sobreviveu os anos de seu debute ao lado de sua mãe e irmã, pessoas que atormentaram sua juventude.

— Vocês estão adoráveis, não estão querido?

— Sim, meu amor — Hugh falou beijando a testa de sua esposa.

Minty, a caçula da família, estava com a cara fechada observando eles se prepararem para sair. Ela sempre ficava irritada quando todos saiam de casa e a deixavam sozinha, principalmente quando os meninos não estavam para lhe fazer companhia.

— O que farei aqui sozinha enquanto vocês se divertem?

—  Pode ler... como é o nome mesmo — Hugh falou coçando a nuca — Senhor pássaro, algo assim.

Ela bufou alto e deu as costas para eles, pisando duro no chão enquanto subia as escadas.

— Não espere acordada — Posy gritou antes de sair.

Sophia e Georgette apenas riam da caçula, elas tinham uma grande diferença de idade por isso ela sempre ficava de fora das diversões das duas irmãs.

Hugh pegou o relógio de bolso e conferiu as horas.

— Precisamos ir — Falou estendendo o braço para a esposa.

A carruagem da família estava parada em frente as escadas, Hugh ajudou sua esposa e filhas a subir e logo ela seguiu o caminho para a propriedade Allerford.

As árvores ao redor da casa estavam começando a ficar laranjas, apesar do frio que não lhe agradava Sophia gostava da coloração outonal.

— Soube que o filho mais velho do Barão retornou para Wiltshire — Posy comentou.

Os olhos de Sophia brilhavam ao ouvir as palavras da mãe, ela se controlou o máximo para não fazer nenhum pergunta ou demonstrar interesse demais.

— Como soube disso, querida?

— No último domingo a senhora Carter comentou que ele está à procura de uma esposa. Não acredito muito no que Martha fala, mas com certeza ele está voltando para casa.

— Ele é bonito? — Georgette perguntou como se ouvisse os pensamentos da irmã mais velha.

— Bem, dá última vez que o vi ele era um rapazote — Posy deu de ombros — Mas ele pode estar mais apessoado agora, não se preocupe.

A propriedade do Barão era um pouco distante da propriedade dos Woodson, então elas tiveram bastante tempo para comentar sober o senhor MacGyver e os possíveis convidados que estariam presentes.

Pouco mais de trinta minutos depois eles haviam chegado. Pessoas e carruagens se aproximavam da casa em estilo georgiano do Barão Allerford.

— Esse lugar é tão lindo — Falou Georgette olhando pela janela a bela casa.

— É mesmo muito bonito.

— Não fique nervosa, Georgie — Posy falou segurando a mão da filha mais nova — Tenho certeza que conhecerá alguém essa noite, talvez até saia apaixonada — Brincou.

Sophia levou aquele presságio para si também, esperava conhecer finalmente alguém que roubasse seu coração, era isso que seu corpo e sua alma clamava.

A música tocava alto e casais dançavam no meio do salão quando os Woodson foram anunciados. Algumas cabeças viraram para observá-los entrarem, todos conheciam aquela família por causa do vigário. Hugh era muito popular na região.

Sophia passou seus olhos pelo salão, estava tudo muito bem arrumado e a música era boa o suficiente para fazer ela desejar dançar, mesmo ela não levando tanto jeito para dança.

— Boa noite senhor e senhora Woodson — O Barão e a Baronesa de Allerford se aproximaram para cumprimentar seus convidados. O homem beijou a mãe de Posy e apertou a de Hugh. — Senhorita Woodson, senhorita Georgette. É bom recebê-los em minha residência, espero que aproveitem a noite.

Michael MacGyver era um homem alto e roliço, parecia ter mais de cinquenta anos, seu cabelos eram grisalhos e tinha um grande sorriso no rosto. A baronesa era mais jovem e mais bela que o marido, os cabelos pretos como a noite o os olhos cor de chocolate à deixavam ainda mais bonita.

— Muito obrigado, Lorde Allerford — Hugh fez uma reverência e em seguida beijou a mão da Baronesa.

— Eu que agradeço por ter alguém tão importante como o senhor em minha casa — Brincou o Barão — Gostaria de apresentar meu filho, onde ele está... - Ele olha por entre as pessoas e então encontra o rapaz, o jovem percebeu a atenção e se aproximou — Esse é meu filho mais velho, Edgar MacGyver, acabou de regressar de Oxford.

Por um milésimo de segundo o coração de Sophia parou. O homem que se aproximava havia causado uma imensa confusão dentro dela, nunca havia acontecido nada assim em toda sua vida.

Ele era muito mais bonito do que ela imaginou.

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