Realidade?

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[...]

— ... Adora...? — Essa voz... — Adora. — Há quanto tempo ela não ouve isso, além de em seus sonhos. Mas isso não é real. Não poderia ser... né? — Adora!!

Ao abrir os olhos, Adora se deparou com uma figura felina lhe chamando. — Catra? Ah, meu Deus, Catra! — A loira grita, assustando a gata, abraçando-a fortemente. — Catra... é você mesmo? Não estou sonhando, estou?

— Claro que sou eu. Tá maluca, Adora? Bateu a cabeça em algum lugar? — Diz a gata, afastando-se do corpo da mais velha e tocando em sua cabeça. Uma lágrima escorre do rosto de Adora, deixando a gata preocupada. Ela a puxa para mais um abraço, permitindo que ela descanse a cabeça entre seus seios.

Já faz alguns dias que Adora começou a ter pesadelos, e honestamente não sabe como lidar com isso. Tudo é muito novo. Viver em Lua clara é algo com o qual ainda está se acostumando. Afinal, só se passaram duas semanas desde a derrota do mestre.

— Adora, cê tá bem? Por que está chorando do nada? Está me assustando.

A gata diz suavemente enquanto acaricia o rosto da loira, porém as lágrimas que caem não são de aflição, são de alívio. Há pouco, estava sonhando que a havia perdido, sem saber distinguir se aquilo foi um sonho ou um pesadelo. Tudo parecia tão real, que teve medo. E se fosse real? E se tivesse perdido Catra? E se não tivesse conseguido salvar ninguém? Mesmo após a derrota do mestre, Adora não havia refletido sobre as possibilidades, e se não fosse por Catra, ela nem estaria ali.

Adora beija a palma da mão de Catra, levando os beijos até o pescoço dela. Adora joga Catra na cama e se coloca por cima dela, beijando-a desesperadamente. Ela retorna aos lábios de Catra e volta a chupar seu pescoço, provocando gemidos na gata.

Adora para de beijar o pescoço de Catra e encosta a testa na dela, soltando um suspiro longo com os olhos fechados, ainda imersa em pensamentos sobre o sonho; no entanto, Catra começa a perder a paciência. "Ela me beija desse jeito e do nada para!" pensa Catra.

— Adora, cê tá bem? — Pergunta, levando suas mãos até a nuca dela.

— Desculpe... é que tive um sonho. Um sonho muito estranho! Eu vivia em um mundo sem você e me senti muito mal com isso agora. — Diz, beijando a bochecha dela. Catra arranha seu pescoço com as garras, fazendo-a soltar um suspiro pesado e carente.

— Pelo visto nesse sonho você não encontrou ninguém, né...? — Provoca Catra, fazendo Adora apenas rir, fechando os olhos e apreciando as mãos da gata sobre si.

— Como eu poderia? Você é a única para mim. — afirma, fitando intensamente os olhos da gata. — Você ficaria surpresa ao saber o que aconteceu nesse sonho, heheh! Foi tão real, que fiquei com medo de realmente ser. — A beija novamente enquanto a outra acarícia sua nuca, provocando suspiros no meio do beijo. Como sentiu falta disso, desse contato, desses lábios, de ser observada daquela maneira tão vulnerável. Ela adora essas sensações. Como poderia viver sem ela? Não viveria.

De repente, Adora interrompe o beijo ao lembrar de algo. — O que foi? — Pergunta Catra.

— No sonho... tinha uma pessoa diferente, alguém que nunca vi antes. — Comenta, acomodando-se sobre a gata, entre suas pernas. — Acho que... era uma criança, mas não me lembro de já tê-la visto.

Os dias sem vocêWhere stories live. Discover now