Capítulo 2 - Damian Desmond

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Todos do segundo ano estávamos na sala, Anya sentava na minha frente (como se isso a fizesse mais inteligente - eu ri internamente, amava quando ela não sabia de nada e eu tinha que explicar, depois que eu fazia isso, ela entendia e os olhinhos ficavam brilhando e o rosto ficava a coisa mais fofa do mundo, claro que isso não me afeta, é só um fato engraçado que eu gosto de lembrar). Ela estava anotando a matéria que o professor estava anotando no quadro e como eu já sabia essa matéria, eu nem precisava anotar, então o meu passa tempo é olhar a Forger, sem nenhuma pretensão, é claro, só que como ela estava na minha frente, eu não tinha (e internamente, eu não queria) olhar para outro lugar.

De repente o sinal tocou me dando um susto, nem percebi que estava tão disperso do mundo enquanto olhava para Anya.

- Vamos? - Emile perguntou e eu só acenei com a cabeça e internamente amaldiçoando o sinal por tocar, me fazendo parar de olhar a Forger.

Eu caminhei para fora da sala e vi Anya e o tal Thomas junto e isso embrulhou por completo o meu estômago e eu quase vomitei ali mesmo, eles tinham que fazer isso bem na entrada do colégio? Que ódio.

- Você está bem? - Emile.

- Estou, porque a pergunta?

- Você está olhando a Forger a um tempão, desde o recreio, você por acaso gosta dela?

- O que? - eu fiquei vermelho na hora - cla--cla--claro que nã--nã--não. - e para piorar, eu acabei gaguejando.

- Então você gosta, pode deixar, não vou contar ao Ewen.

- Mas eu não gosto - falei um pouco alto de mais, o que fez alguns alunos que estavam passando por ali, nos olharem.

- Tenho certeza que se admitir para si mesmo tudo fica mais fácil.

- Fácil para quem? Ela nem gosta de mim, isso só iria piorar as coisas, isso sim.

- Talvez, ou talvez ela goste de você também, você nunca irá saber se não tentar.

- Como ela gostaria de mim? Ela tem o Thomas agora.

- Quer saber minha verdadeira opinião? Eu acho que eles nem estão junto, se estão, eu nunca vi um casal mais tão sem química, tenho quase certeza que só são amigos.

- É esse quase que me assusta - falei e suspirei logo em seguida, talvez seja verdade, talvez eu goste dela, mas e depois? O que resta? Um coração quebrado? Noites de choros e ficar sem dormir? Não, eu prefiro tudo como está agora.

- Você que sabe, porém dessa vez eu tenho certeza que é você que está perdendo.

- Mas você também não é apaixonado pela Blackbell? Não sei o porque não falou isso ainda.

- Como você sabe disso? - Emile ficou tão vermelho que tenho certeza que o tomate teria inveja agora.

- Estava meio óbvio - de repente eu escutei uma buzina e vi que era o meu motorista, como sempre o meu pai não veio me buscar. Meu pai é dono de uma empresa mobiliária e desde que eu me conheça por gente, ele nunca me deu nem sequer um abraço, nunca ficou mais do que cinco minutos conversando comigo.

No começo eu sempre chorava quando isso acontecia, porém acabei me acostumando com a frieza do meu pai, e minha mãe? Sumiu assim que eu nasci, nunca soube dela e no começo eu até sentia falta, eu queria saber como era ter uma mãe, porém hoje eu prefiro não ter contato com ela e com certeza ela também não quer ter nenhum contato comigo, já que nunca ligou ou mandou mensagem, confesso que tenho inveja da Anya Forger, pois ela tem pais amorosos que se preocupam com ela e só querem ver ela bem e feliz.

- O papo estava bom, mas tenho que ir Emile, diz que mandei tchau para o Ewen.

- Claro, falo sim.

Fui até o meu motorista, ele abriu o carro para mim e antes de eu entrar, Anya veio correndo em minha direção, quase que se machucou toda (estabanada como sempre!) a sorte que eu segurei ela pela cintura e eu fiquei olhando ela de perto, como os olhos dela brilham, como as bochechas dela estava toda vermelha e dava vontade de morder e eu só a soltei quando ela fez barulho com a garganta me avisando que tudo aquilo estava durando mais do que o necessário. A soltei a contragosto e falei mal humorado.

- O que você quer, Forger?

- Pega - ela me entregou um embrulho. - Você não gosta de bolo? O meu pai fez um hoje de manhã e estava uma delícia, e eu decidi dividir com você.

- Mas nós nem somos próximos.

- Quem disse que não? Somos rivais e para mim, isso já é ser próximo o suficiente.

- Okay, você venceu. Tchau, Forger, a gente se vê qualquer dia desses.

- Tchau, depois me conta o que achou do bolo.

- Okay - Entrei no carro e o motorista me levou até a minha casa. Acho que a Anya tem razão, somos rivais, isso é quase como se fossemos amigos, e isso nos torna próximos o suficiente, acho que não é estranho ela dar um bolo para um quase amigo, porém lá no fundo eu queria que isso fosse completamente estranho e queria que fossemos mais do que quase amigos, mais do que rivais, eu queria ser o amor da vida dela, assim como ela era do meu, e talvez, só talvez, eu esteja admitindo que eu sinta algo por ela, porém isso vai ficar só para mim, nada de pensar em me confessar, seria trágico o suficiente se eu fizesse isso, pois eu levaria uma bela de uma rejeição.

Chegando em casa, fui direto tomar banho, e acabei demorando mais do que necessário apenas pensando na Forger, confesso que sempre é assim, eu sempre demoro no banho, por que fico pensando muito nela e isso me irrita, eu só queria tirar essa menina um pouco dos meus pensamentos, porém quem disse que consigo?

Sai do banho, coloquei um pijama de dormir, já que era quase na hora de dormir para no outro dia eu ir (de novo!) para a escola.

Desci as escadas, fui até a cozinha, peguei o bolo que o pai da Anya fez e mordi um pedaço e meu Deus, como isso estava bom. Isso estava divino, o pai da Anya faz cada comida e bolo, que me Deus, são muito bons, já a mãe dela é péssima na cozinha, não sabe fazer nada e sempre queima tudo, pois é, os pais da Anya são como fogo e água, mas juntos se complementam de uma maneira que me faz querer um amor assim, quem sabe no futuro.

Meus Sentimentos por Você | Spy X FamilyWhere stories live. Discover now