Capítulo 1: 2 meses depois

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Hoje eu e o Pedro completamos 2 meses de namoro. E sendo bem sincera, meio que faz quase 2 meses que a gente não se vê. Isso porque eu fui embora de Maringá dois dias depois do pedido, e desde então surgiu todo tipo de empecilho. Semana de provas da faculdade, ele cheio de gravações em São Paulo, e pra piorar, nesse meio tempo a minha mãe teve um problema de saúde.

Ela tem diabetes. E até aí ok, a maioria dos idosos devem ter, né? Mas ela teve uma complicação chamada retinopatia. Basicamente ela vê uns borrões e umas áreas escuras na visão. Pelo o que o médico diz não vai passar disso e é muito raro isso desenvolver para uma cegueira. Isso é bom, mas agora ela tá dependente de outras pessoas para fazer algumas tarefas, justamente por não enxergar 100% das coisas.
Cheguei a ficar dormindo vários dias seguidos na casa dela pra ter certeza que tá tudo ok, e eu não fazia isso há anos.

Tirando todas essas complicações, tudo tem dado certo.

Bruno e Cami estão bem e eu não venho mais sendo tão xingada na internet. Apesar de não nos vermos, eu e o Pedro temos nos falado todo dia. Não posso dizer que tá tudo bem essa situação. A saudade é bem chata e eu nunca gostei muito de webnamoro.

Bom, agora eu tô terminando de arrumar minha malinha pra ir rumo à Maringá. É sexta de tarde e eu só posso ficar até domingo por questões de faculdade.
INCLUSIVE semestre que vem começo o meu TCC e finalmente logo estarei livre desse inferno/hospício e serei oficialmente uma engenheira química, quem amou???

Terminei de arrumar minhas coisas e peguei um uber rumo a rodoviária. Uma coisa que me pega muito nesses momentos é não ter um carro. Eu seria tão mais feliz e não dependeria de ônibus nunca mais. E eu penso nisso toda vez que vou pegar ônibus.

Cheguei na rodoviária, fiz todo aquele processo chatinho de check in e peguei o ônibus rumo a Maringacity. Comecei a viagem ouvindo um podcast chamado Histórias para Dormir. E eu realmente dormi o resto da viagem toda.
Cheguei em Maringá e pedi um uber até a casa do mitinho.

Compartilhei a localização com ele e fui recebido com o homem na frente do portão me esperando.
Ele me ajudou a pegar minhas coisas no carro e fomos até a sua humilde residência.

Me sentei no sofá e fui recebida pelo querido Babidi que só me viu uma vez e me considera pacas. Isso me fez pensar uma coisa: Se o Pedro arrumar uma amante, será que esse gato vai se engraçar pra ela também? ou vai notar a infidelidade e arranhar a cara da piranha?
Fiz essa pergunta para o pedro e ele respondeu:

— Normalmente quando eu trago amante pra cá ele fica trancado no banheiro, então não sei dizer.

É realmente um homem muito corajoso.

— Como foi a viagem?

— Eu dormi o tempo tempo praticamente, então foi ótimo.

— Que bom, cê' precisa dormir mais — ele diz isso enquanto entrelaça nossos dedos

— Digamos que você não pode falar muito.

— Não posso. Somos o casal dorme-mal.

— Meu sonho seria sermos o casal dorme-bem.

— Esse final de semana a gente pode ser o casal dorme-bem.

— Você tem live domingo, amor. Sem chance.

it's not by chance • pedro orochiOnde histórias criam vida. Descubra agora