one-shot

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Thanatos era o deus da morte, um dos deuses da Grécia. Sua função era retirar as almas dos falecidos de seus corpos para que Hermes pudesse conduzi-las até o submundo.

Ele não era como os outros deuses; era reservado e totalmente concentrado em fazer o seu trabalho, sempre com uma expressão séria no rosto e sendo alguém de poucas palavras. Por conta desse seu jeito, os outros deuses não interagiam muito com ele.

Certo dia, Thanatos foi até o jardim de um palácio para retirar a alma de um coelho à beira da morte. No entanto, o que ele não esperava era encontrar um mortal ajoelhado e segurando o coelho em seus braços.

O mortal tinha um olhar terno para com o coelho e estava cercado por muitos outros animais. Ele dizia coisas doces para o coelho, para que o mesmo não sentisse medo na hora de sua partida.

Até que finalmente chegou a hora, o coelho faleceu, e Thanatos se prontificou a retirar sua alma. Quando estava prestes a partir, ele para ao escutar o jovem rapaz oferecer uma canção aos deuses, pedindo que a alma do coelho seja enviada a um lugar tranquilo.

O jovem começa a cantar, e Thanatos fica intrigado com sua atitude. Ele nunca tinha visto um mortal se importar tanto com um pequeno animal, pois esse ato seria considerado pífio por muitos.

A canção do jovem era triste, mas muito bonita, tão bonita que chegou a comover o Deus da Morte. Quando a canção acaba, o jovem se levanta e cuidadosamente enterra o coelho em um local do seu jardim e, então, colhe um lírio branco e o coloca sobre o túmulo do animal falecido.

Vendo o quão cuidadoso e respeitoso o rapaz era com o corpo do coelho já falecido, Thanatos decide realizar o desejo do jovem.

Quando Hermes chega para levar a alma do animal, Thanatos o dispensa e então vai pessoalmente levar a alma do coelho para seu local de descanso.

A partir desse dia, Thanatos, tendo sua admiração despertada pelo jovem rapaz, decide passar seu tempo livre no jardim, observando-o enquanto permanece invisível.

O jovem se chamava Miel e tinha muitos irmãos, todos eram guerreiros que passavam seu tempo treinando esgrima. No entanto, Miel era diferente; ele se recusava a empunhar uma espada, dizendo que não gostaria de machucar ninguém. Isso apenas aumentava ainda mais a admiração de Thanatos pelo jovem.

Miel passava seus dias cuidando dos animais e cultivando as flores do jardim. Sempre que um animal morria, ele repetia as ações daquele dia.

Ele ficava ao lado do animal em seu leito de morte e, quando o animal falecia, oferecia uma canção aos deuses, pedindo que a alma do animal fosse enviada para um lugar tranquilo. Em seguida, ele o enterrava em um local do seu jardim, colocando um lírio branco sobre o túmulo.

E Thanatos, em todas as vezes, dispensava Hermes e cuidava pessoalmente das almas dos animais do jovem.

Isso continuou por um tempo, até que um dia Hermes, curioso sobre o motivo de ser dispensado, resolveu ir até o jardim. Ao chegar, ele se escondeu em um canto e viu Thanatos. Estranhou ao vê-lo com uma expressão "doce", muito diferente de sua habitual expressão fria. Ao seguir o olhar de Thanatos, ficou surpreso com o que viu.

Com longos cabelos castanhos e sedosos, pele clara como a neve, olhos tão negros como o céu da noite e um corpo possuidor de uma delicadeza sem igual, Hermes ficou encantado com a beleza inegavelmente incomparável de Miel.

Infelizmente, um cachorro doente que Miel cuidava há poucos dias estava prestes a falecer. Miel estava com ele em seus braços, tentando reconfortar o pobrezinho que não parava de tremer. Miel percebe que o animal está tremendo por medo de morrer e, para tranquilizá-lo, ele diz a seguinte frase...

Admiração eternaOnde histórias criam vida. Descubra agora