My Angel

Orange

- Sabe que essa ideia é ridícula né Any Gabrielly? E outra, não autorizei você sair de Los Angeles - Minha mãe  tagarelava em meu ouvido enquanto eu andava pelo meu enorme quarto

Um quarto com uma varanda me dando uma vista incrível, banheiro próprio com hidro, uma cama enorme com roupa azul bebê, enquanto o resto do quarto era na cor creme, minha mesa de estudos com as paredes lotadas de pos tit coloridos ao lado do meu closet, minha enorme penteadeira de leds, um espelho enorme reto que ia até o chão enfeitado de luminárias e poleroids, e a cortina tão branca que chegava a ser transparente que balançava o dia inteiro. Esse era o único cômodo da casa que eu podia me sentir livre

- Ué mas não foi você mesma que deixou eu decidir para onde eu podia ir, mamãe? - falei em tom irônico

- Pelo amor de Deus Any - suplicou exageradamente - não para este lugar. Por que não vai a Cancun e curte você e Nour suas férias inteiras em um lugar mil vezes melhor que Orange?

- Qual o seu problema com Orange? - perguntei já cansada- devo lhe lembrar que foi de lá que veio suas raízes, sem contar que você me arrancou de lá sem eu ao menos ter me despedido

- Vai me dizer que irá encontrar seus colegas? - Debochou pois sabe que jamais lembraria de alguém- Larga de ser idiota Any. Não conhece ou reconhece ninguém daquele lugar, O que irá fazer lá?

- Não importa, estando longe dessa casa já me alivia em tudo - entrei no meu closet e óbvio que ela veio atrás de mim - Está no mesmo ambiente que seu marido me sufoca, mas não sei se sabe disso - pisquei para ela

- Não fale assim. Nunca vi Salvatore lhe tratando com má forma

- Claro que não- murmurei

Pois sempre estava ocupada planejando viagens, fazendo compras, me enfeitando ou querendo me intupir de presentes que jamais notou o príncipe dela até querendo levantar a mão pra mim. Ignorei totalmente a presença dela e comecei a separar roupas

- O que pensa que está fazendo? - pegou as peças de cima da ilha de joias que havia no meio do armário e as jogou no chão - Eu já disse que não irá.

- Eu falei que iria e eu vou. Já chega de fazer o que você manda mãe, não me quer lá por que? - ela engole em seco - Porquê não quer que alguém me veja indo pra cidazinha que você surgiu?

- Se não sabe das coisas fique calada. Salvatore estava planejando... - a cortei

- Já deu! - alterei meu tom- Já percebeu que desde que casou com esse homem ou melhor, desde que passou a morar com este homem, que você não faz mais nada comigo? Só comigo? Tudo tem que enfiar ele no meio, e ele só vai para não ficar longe de você mas sabe que ele não me suporta

- Já falei para parar de falar assim dele, Any Gabrielly - apontou a mão cheia de anéis de ouro e diamantes em minha direção - Tem que deixar de ser ingrata, porque se não fosse por ele sabe Deus o que seria de nós duas agora, e ele só é assim porque você o trata mal

Não pude evitar uma risada depois desta. A forma que minha mãe ficava com esse homem era uma graça problemática

- Mãe por favor me deixa sozinha, saia daqui - Apontei e ela arregalou os olhos, nunca mandei ela sair desta forma

- Ficou maluca?

- Eu só quero paz, será que posso? _ perguntei ao passar as mãos pela minha cabeça colocando alguns cachos para trás

Ela suspirou e levantou as mãos

- Primeiro, nunca mais fale comigo desta maneira, e segundo, pode ir sim para Orange, mas saiba que se arrependerá pelo o resto da sua vida de ter voltado naquele lugar - me encarou e saiu batendo seus saltos no chão de porcelanato