11 - Eu quero batalhas assim

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"Eu preciso usar linhas brancas para ver o que está na minha frente"
R.I.P 2 my youth -
The Neighbourhood

Marinette's pov:

-

"Blá, blá, blá"

A professora falava, mas era só isso que eu entendia.

Alya anotava tudo rapidamente ao meu lado, ao mesmo tempo que ouvia música em seus Airpods.

Ás vezes, eu desejava ser como ela: decidida e inteligente.

Talvez ela poderia ser uma Ladybug melhor que eu, porque provavelmente lidaria muito melhor com tudo isso sem precisar do Luka.

Ela não teria perdido os miraculous, não revelaria sua identidade...

- Professora. - chamo-a.

Ela vira seu rosto do quadro negro para a sala.

- Diga, Dupain-Cheng.

- Posso ir ao banheiro? - pergunto, ao notar que meus pensamentos intrusivos ameaçavam voltar.

Ela não diz nada, apenas assente com a cabeça.

Saio da sala sem fazer alarde.

Eu só precisava respirar um pouco e não permitir que meus medos me atacassem de novo.
Pelo menos foi o conselho que Luka me deu.

Ele não estava errado, eu sei disso, tanto que ontem eu estava calma. Entretanto, eu temo pensar que sua plenitude não era a principal responsável por isso... Era aquele ecstasy.

Caminho até o banheiro e paro em frente ao espelho.
Eu estava maquiada, meus cabelos penteados e minha roupa ajeitada.

Apoio uma de minhas mãos na bancada e a outra na pia.

Mesmo assim, eu não me sentia adepta ao ambiente com todos esses devaneios.

Aproximo minhas mãos da torneira automática, seu jato d'agua foi o suficiente para molhá-las. Então, coloco-as em meu rosto apalpando-o e, então, sinto-me melhor por algum motivo.

Mesmo assim, procuro uma cabine desocupada. No caso, todas estavam. Entro na última possível e tranco-me.

O que me martelava a cabeça é o fato de que ter visto meu amigo foi legal, sua presença era realmente confortável porque, de alguma maneira, ele sempre sabe o que dizer.

Mas só isso não era o suficiente.

Assentada no vaso sanitário fechado, procuro em minha bolsa pela mini sacola.

Achei.

Abro-a e pego uma pastilha. Tamborilho ela pelos meus dedos, tentando criar coragem.

Me sinto mal em ter pego algumas pílulas sem ele notar.

Foi por impulso, porém, honestamente, não me arrependo.

Exceto pelo fato que não era corajosa suficiente para fazer isso sem ele.

Sinto como se a droga encarasse minha alma e estivesse debochando de mim.

Respiro fundo e então a sobreponho em minha língua.

Ah, eu espero que isso me mantenha longe das preocupações de novo...

Em um estrondo, a porta do banheiro é aberta, quase arrombada.

- Marinette! - ouço a voz de Adrien.

Saio de uma vez da cabine com certo medo de que ele soubesse o que eu estava fazendo e tivesse vindo me procurar.

Mas era muito pior que isso.

Gritos são ecoados dentro e fora da escola.

Ele me encara, a adrenalina nítida em seus olhos.

- O diretor foi akumatizado, se esconde!

Ele sai correndo.

Espero para ver se ninguém estava próximo.

Que merda!

Como vou lutar contra um Akuma totalmente chapada?

Ai meu Deus...

Uma rachadura é feita no teto da outra sala, apenas ouço a histeria.

Volto para a cabine sem tempo para pensar ou lamentar.

- Tikki, transformar! - digo, me arrependendo a cada sílaba.

-

- Zerou! - eu e Chat Noir comemoramos após resolvermos mais um problema.

Estávamos no topo de um prédio e a vista era espetacular.

- Caramba, Milady, você sempre luta bem, mas hoje... Você estava com garra!

Arregalo levemente os olhos.

- Você acha?

- Acho, sim. Fico feliz que minha parceira de antes esteja voltando aos poucos. - ele sorri de lado.

Sinto-me lisonjeada por algum motivo.

- Valeu, gatinho! - digo com um sorriso bobo, que mais pertencia á droga do que a mim.

Seu anel pisca, assim como meus brincos.

- Bom, até mais, Bugaboo. - ele despede-se preparando para sair.

- Espere! - digo, sem nem saber o porque. Só... porque sim.

Ele ergue-se em minha direção como um gato atento.

- Você tem... - sinto minha garganta estufar um pouco e dou um pequeno tapinha nela. - Dentes muito lindos. Qual pasta você usa?

Ele arregala os olhos e sorri genuínamente.

- Chega de piadas, milady, esse é o meu lance. - ele diz quase como se estivesse ofendido. - Sei que é irresistível olhar para minha boca, mas precisamos ir.

Ele levanta o bastão direcionando para longe.

- Arrevoir! - diz indo embora.

Espero ele ir embora.

Sento-me no chão do prédio e observo o céu, totalmente vidrada, pensando nada com nada.

Eu sei que precisava ir embora. Sei que ia me destransformar, eu só não ligava.

Não ligava em parecer ridícula, em estar vulnerável ou sozinha. Eu não ligava para nada.

Esse era o efeito dessa maldita pílula.

Uau. Por que eu nunca a usei em batalhas antes? Isso seria...

Muito melhor.

-

se gostaram do capítulo, votem e comentem pfv <3

obs: não usem drogas amiguinhos vcs vão ver q a marinette vai se arrepender tbm hehe

Sempre foi você || (Marichat-Adrienette-Miraculous)Where stories live. Discover now