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O tempo é a única coisa que cura uma ferida. Não tem remédio, técnicas, conselhos que façam você acordar no próximo dia e se esquecer do que aconteceu. Mas o tempo...o tempo ele cura, ele permite tentar e arriscar de novo. Porque não importa quantas vezes você erre, no amor, errar é a parte fundamental, é a parte que nos faz crescer.

26 de junho, meu aniversário. Esse dia não é o meu preferido, deveria ser, mas desde que meus pais começaram a se estressar nos preparativos das festas...eu decidi que era melhor ignorar a data. Meu aniversário só causava tumulto, sempre causou. Minha vó faleceu no meu aniversário, eu quebrei meu braço no meu aniversário, meus pais descobriram a gravidez no meu aniversário, uns dos meus antigos namorados terminou comigo no meu aniversário. Tudo no meu aniversário.

Mas...mesmo assim, se passaram 8 anos desde todas essas tragédias. Não moro mais com meus pais, não comemoro meu aniversário desde então. Acho que aniversários são dadas que só você comemora, no fundo, lá no fundo mesmo, não é importante para ninguém. O que te leva a crer que alguém está ali no seu aniversário só porque você é especial? Quem te convenceu sobre isso?
Ninguém, você nasceu com a felicidade de comemorar, de comer docinhos até passar mal, de poder beber com os amigos, de sair de casa, mas você nunca se deu conta que essa data não tem importância.

Peguei meu caderno, uma capa branca e fria, com detalhes de ouro, um presente de minha mãe a alguns dias. Falando em família, eu me sentia estranhamente leve em não vê-los mais. Todos as semanas eu vou na casa deles para ver meu irmãozinho, mas eles nunca estão em casa. E meu irmão sempre está com a Louise, a babá dele. Ela era uma senhora de cabelos extremamente pretos, uma pele escura e seus olhos cristalinos como água de cachoeira. Ela amava meu irmão, disse que nunca pode engravidar, então decidiu se tornar babá. Gosto dela, por sempre fazer bolos de chocolate para mim, e por sempre cuidar tão bem do meu irmão.

-s/n?__disse uma voz de alerta, logo atrás de mim.

me viro rapidamente, deixando minhas chaves caírem sobre o chão da sala. Era Blake, com um moletom cinza e uma calça escura jeans, seus cabelos voltados para trás de maneira rebelde e seus olhos intensos vidrados em mim. Eu o conhecia desde o começo da faculdade, a 6 meses atrás. Somos bons amigos, juro que não temos nada além disso, mas tudo muda quando estou no mesmo ambiente que ele.

Não, não me permito gostar dele, acho que eu não conseguiria. Não quando meu coração teimoso era tomado por outra pessoa. Uma que eu não via a anos.

Vincent.

-precisamos ir, Jaden está tento um surto de raiva com a Sabrina.

-de novo?__eu sorri fraco enquanto ele se aproximava.

seu corpo musculoso se contraiu quando o homem se abaixou e pegou minhas chaves entre os dedos, e me entregava com um sorriso afiado.

-nenhuma novidade, eu acredito.

eu sorri e senti o toque frio de seus dedos sobre a palma da minha mãe conforme ele me entregava a chave.

-nenhuma novidade.__eu repite.

Jaden e Sabrina eram tanto amigos quanto inimigos, concordavam em coisas e descordavam em muitas. Se aturavam mas não se respeitavam e todos juravam que aquilo era amor. Eu jurava também.

Andei com Blake até a porta principal do curso, aonde vi a loira aod berros com o menino alto e irritado a sua frente.

-você é um idiota, como deixa as chaves do carro caírem no bueiro?__ela grita encarando Jaden, provavelmente querendo mata-lo.

-espera.__eu disse me aproximando, chamando a atenção dos dois.__jaden deixou as chaves caírem?

-sim, e em um bueiro.__ela me encarou com os olhos azuis fulminantes

I NEED YOU (depois que eu te deixei)//Vinnie HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora