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Eu fui pra um quarto que a Ann me indicou ficar.      Era um quarto bom, legalzinho. Da pra ficar, não é de todo mau.

Tomei banho e como meu "pai" mandou junto com as regras, usar apenas roupas de banho.

Tirei as bandagens das minhas mãos, tomei um banho e coloquei a parte de cima de um biquíni preto e uma calça preta cargo.
Essas roupas ja estavam no armário daquele quarto.      Menos mal.

Logo que fiz tudo isso, me deitei na cama.
Não tava com muita cabeça pra sair agora e explorar.        Mais tarde faço isso.

Eu tava pensando em ficar sozinha aqui dentro por um tempo, mas isso não acontece porque assim que me deito na cama, a minha porta foi aberta sem nem ao menos ser batida.       Quem entrava era o meu pai.

— oi, querida. – se aproxima de mim. — vim conversar, na paz. – levanta suas mãos, como forma de rendimento e paz.

— hm... Desembucha ae. – encaro o teto, não ligando pra sua presença.

— você ja jogou algum jogo? Não encontramos cartas com você. – se senta no canto da minha minha cama, ao meu lado.

— joguei dois jogos. Eu so peguei uma carta de dois de copas, mas entreguei a um amigo que conheci assim que cheguei no lugar onde a gente tava. Então não ta comigo. – coloco meu braço atrás da cabeça.

— ah, sei... – encara o nada.

— é so isso que você veio falar? – finamente olho pra ele, ao ver que o homem tava quieto demais.

— não... – reúne coragem pra falar. — Sinto muito por sumir. Não que isso tenho sido um problema pra você, ja que é maior de idade.

Solto uma risada falsa, fazendo que ele me encarasse.

— você me abandonou quando eu tinha dezoito anos, cara. – S/n.

— maior de idade. – fala como se não fosse nada.

— tive que viver por conta própria. Trabalhei pra conseguir pagar minha faculdade, pra comprar minha comida, pra pagar o aluguel da casa.

— você teve um futuro bom. Sei que agora é médica.

— e isso não foi graças a você. Também não sou mais, esse mundo tirou isso de mim. – volto a encarar o teto.

— eu sei... – toca no meu ombro. — e eu peço desculpas... Muitas desculpas.

— eu ja nem ligo mais. – tiro sua mão do meu ombro. — como passou esses anos? – pergunto depois de segundos calada, mandando o assunto.

— vendendo chapéus. – olha pra mim e repara no meu sorriso. — o quê? É um bom negócio.

Apenas discordo com a cabeça, levantando meu corpo e me sentando na cama, ao seu lado.

— o grandão ainda é seu amigo? – S/n.     Puxo outro assunto.

— Aguni? Ah, sim. Ele viveu isso tudo comigo.

— ele ainda ta vivo? – viro um pouco a cabeça olhando pra ele.

— tá. Por enquanto ele tá. – sorri. — trabalha pra mim aqui.

~ be mine - Shuntarō Chishiya x leitora ~Onde histórias criam vida. Descubra agora