Capítulo 6

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Oi, querides! Antes de passar ao conto, como vocês enviaram algumas mensagens perguntando sobre o Caio, eu comento brevemente como estão as coisas aqui.

Ele está se recuperando bem, ainda não está 100%, mas no caminho. As coisas estão bem puxadas, por isso não publiquei mais nada. As crianças querem ficar o tempo todo com o pai e aí eu tô sempre por perto porque ele ainda não pode fazer movimentos bruscos.

Eu precisei pegar uma licença no trabalho para poder cuidar de todos, senão seria ainda mais complicado. Minha mãe e minha tia estão me ajudando muito, mas mesmo assim pai é pai, né? As crianças querem ficar conosco, querem brincar conosco como sempre brincamos, principalmente o Caio. Elas até ficam um pouquinho com as avós, mas no segundo que sentem nossa ausência, elas sempre vêm para pertinho da gente ou de onde estamos.

Vocês sabem como o Caio é, né?! Então, ele está aproveitando ao máximo para ganhar carinho e amor, tá todo dengoso, manhoso e eu cuido dele com toda felicidade.

Eu sumi novamente porque apesar de estar de molho em casa, não tenho tempo para nada. Não sei quando volto aqui, mas vocês sabem, né?! Uma hora eu volto hahaha

Depois de dias horríveis e que eu temi o pior, agora já consigo deixar a tensão de lado e voltar a sorrir. Como eu disse no último conto, nunca senti tanto medo na minha vida quanto naquele dia do acidente. O acidente aconteceu devido um caminhão invadir a contramão e, como o Caio estava sem cinto se segurança, o acidente se tornou ainda mais grave. Meu carro ficou completamente destruído, perda total. Rui está vendo a possibilidade para a "compra" de um carro novo, está falando com o seguro para ver no que vai dar. Era eu quem deveria fazer isso, mas vocês também sabem como o Rui é, né? Ele colocou na cabeça que assim ele me ajuda e cuida de mim, aí ele tomou frente.

Minha casa virou drive-thru da família, todo dia passam uns dois ou três aqui para ver como o Caio está. Ele fica todo felizinho com isso, o que faz com que eu também fique.

O Ben tá num grude com o pai que ele testa minha paciência 500x no dia. As meninas vão lá com o Caio, elas querem ficar com ele, mas quando eu chamo elas vem comigo. Agora o Ben… posso secar a garganta, ele não sai do lado do Caio de jeito nenhum. Para vocês terem noção, ele só come lá com o pai, se eu o colocar para comer na mesa, ele não come de jeito nenhum e olha que ele é o melhor de boca aqui em casa, viu? Ele que sempre gostou de ficar com a Alice e inventar arte pela casa, tá super tranquilo porque ele fica deitadinho com o Caio assistindo TV.

Às vezes, a Luh vem aqui e leva os três lá para a casa dela, só para me dar um respiro e eu poder ficar um pouquinho com o Caio. Carinho e amor são sempre os melhores remédios, né? Então, a gente tá tentando ficar mais juntos. Primeiro, devido a isso que acabei de falar. Segundo, porque acho que ainda tô com medo, sabe? Foi horrível demais aquela espera, ficar sempre na incerteza de tê-lo aqui comigo e não tê-lo mais. Acho que o medo dá a sua contribuição para eu também querer ficar o máximo de tempo com ele, assim como nossos filhos.

Para as crianças foi horrível ter ficado sem nós dois e quando eu cheguei chorando em casa, elas se assustaram muito. Todo o clima pesado que ficou sobre nossa família, com certeza, as afetou de alguma maneira. Talvez por isso o Ben não queira sair de perto do Caio. Pode ser que, inconscientemente, as crianças sentiram um medo parecido com o que eu senti, pois para nós o Caio é muito especial, é nosso alicerce.

Acho que eram essas as breves informações. Vamos ao conto que é a continuação daquele que publiquei antes do acidente.

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Eu esperava blindar o Biel contra preconceitos tão latentes e aí ele vai lá e arranja um namorado que tem uma mãe homofóbica que tenta camuflar o preconceito através de comentários imbecis. Caio, Tonho, Andreza e eu ficamos alguns dias, logo que conversamos com os pais do Paulo, refletindo sobre tudo isso. A nossa vontade foi simplesmente de proibir o Biel de encontrar com o namorado, de tentar afastá-lo de quem provavelmente iria machucá-lo no futuro e do meu irmão levá-lo para morar com ele novamente. Durante as conversas que tivemos com o Biel para entender o que ele sentia de verdade pelo menino, a gente chegou a conclusão de que não adiantaria nada agirmos como pais insensíveis ao que o filho sente. Isso sim iria machucar o Biel! Ele sempre soube que poderia contar com a gente, agora era a hora da gente deixar ele voar um pouco sozinho e estar sempre acompanhando para caso ele se machucar, a gente estar por perto. 

Amor que nunca acabará - HISTÓRIAS DE FAMÍLIAWhere stories live. Discover now