AS CRÔNICAS DO LADRÃO - VOLUME UM
Antes de ser conhecido por massacrar Tribos licantropos inteiras, Merikh vivia em uma. Para ser mais preciso, ele nasceu e foi criado com o seu pai na Tribo de Nyhue, uma das maiores no Norte do continente. Desde o...
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Septuagésima Sétima Lua do Inverno do Ciclo de 27 da Era das Espécies.
SOM de música alta e desafinada competindo com os burburinhos pelo salão amplo, cheiro de bebida e de diferentes tipos de tabacos e ervas. Era assim como "casa" soava para Celtigar, uma vez que desde filhote foi criado acompanhando a mãe ao O Elfo Fronteiriço quando não estava junto ao seu pai nas caçadas. E por mais que no começo todos tenham zombado da ideia de uma taverna dentro de uma Tribo de licantropos gerenciada por uma elfa, mas como tudo que Hesyah fazia, deu muito certo.
Era para lá que a maior parte dos foras-da-lei das cidades e vilarejos próximos iam quando queriam algo além de bebida. Prostitutas várias vezes preferiam marcar seus encontros ali, uma vez que Hesyah fornecia algumas acomodações modestas no andar superior, e jamais permitiria que uma mulher fosse machucada sob seu teto. Ladrões do mais diversos tipos e alguns mercenários também iam para lá em busca de novos trabalhos, e aqueles que procuravam esse tipo de serviço na região sabia exatamente onde encontrá-los.
Não era estranho pensar que os maiores criminosos da Tribo de Nyhue praticamente cresceram lá, nem era preciso perguntar onde aprenderam a maior parte de seus truques. No início, eram apenas dois filhotes tentando se encaixar no meio do submundo das fronteiras da época. Agora, apesar de serem ainda muito jovens, eram figuras particularmente respeitadas naquela taverna, principalmente porque aquele era o território deles.
E Merikh parecia especialmente sombrio naquele Luar. Sua pele parecia mais pálida do que o comum, ressaltando as olheiras negras que já se destacavam por causa da tinta negra que costumava usar ao redor dos olhos. Seu cabelo negro repleto de suor estava penteado para trás, se unindo a grossa capa de urso-negro que usava, que parecia ser continuada pelas tiras de pele da mesma espécie atados em seus braços, pernas e tronco. Era por inteiro um homem da linhagem da Lua, aquilo era inegável.
— Minha mãe estava certa, a ajuda de Mavka aqui realmente seria útil. — Celtigar comentou, apoiando os braços no balcão e observando o melhor amigo bebericar mais um pouco de aguardente, seus olhos já parecendo mais relaxados.
— Eu não quero ela aqui. — Merikh declarou com uma expressão muito séria, e não o culpava. Também não estava apreciando muito a ideia.
— Bom, ela já ofereceu e minha mãe já aceitou. — lembrou-o, sabendo que a estratégia da ruiva foi muito bem pensada. — E nós estamos aqui o tempo todo, e mesmo quando não estivermos, Mavka é sua esposa e está protegida por Hesyah. Ninguém aqui ousaria machucá-la.
— Não é tão simples assim, ela é a filha do chefe... — o moreno começou a reclamar, o mesmo ponto de sempre. Era verdade que Mavka havia se deitado com ele sabendo se tratar de um criminoso, mas ele também sabia exatamente com quem estava dormindo.
— Não, ela era a filha do Chefe. — Celtigar o interrompeu, impaciente, pois já tiveram aquela discussão muitas vezes. — Agora ela é a esposa de um dos Ladrões de Nyhue.
