capítulo 2

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YOLANDA

Duas semana depois.

Faz duas semana que Tom entrou para a mesma classe que eu, ele vive me alfinetando e me chamando de chorona, motivo, ele me pegou em um momento crítico pois eu estava em minha sofrença literária, lendo Pegasus. Ele fez do meu lado da carteira, o seu lugar definitivo, uma coisa que tínhamos em comum era colocar defeito e avaliar cada um durante a aula.

Sinto uma pequena pedra ser acertada em minhas costas, olho para trás e vejo Tom, esse garoto desde que chegou não sai da minha cola.

— Por que não me esperou hoje? — Questionou confuso, esperando por respostas.

— Minha tia está de folga hoje, ela não pode me ver chegando da escola com um garoto! — Respondo ríspida.

— É só falar que eu sou gay. — Ele responde simples dando ombros.

— Fala sério, Tom! — Reviro os olhos em tédio.

Agora estamos caminhando juntos,para ir embora, os pais deles compraram a casa ao lado, fora que ele tem um xerox em casa, o Bill. Eu já conheci sua mãe e seu irmão, seu pai não parava em casa. Tom é o único que estuda, pois repetiu de ano. Andamos por mais quatro quadras e chegamos em nossas casas.

Chego em casa, pegando a chave em minha bolsa e giro a maçaneta para abrir a porta. Minha tia, como sempre está com um cara em seus dias de folga, esse era novo eu nunca havia visto aqui. Ignoro os fatos e subo para meu quarto, não iria presenciar essa nojeira.

Jogo minha bolsa em um algum canto do quarto, está muito calor então já retiro todas as minhas peças e vou direto ao banheiro, ligo o chuveiro e deixo a água fria cair sobre meu corpo.

Visto uma regata branca e um short preto colado, pego meu celular e um fone que estava em minha cômoda e decido sair para fazer uma caminhada. Desço as escadas e vejo que minha tia ainda está com aquele cara, lá embaixo, tento passar sem que ela veja, pois se não ela irá me encher de perguntas, eu odeio quando ela faz isso. Abro a porta e sigo caminho pela calçada, vou em direção a uma praça que tem ao bairro, tem vários meninos jogando basquete, uns fumando e outros fazendo rodinha, pude ouvir um motim.

"BRIGA!" "BRIGA!" "BRIGA!"

Decidi chegar mais perto, vejo que o autor da briga era Tom, ele estava com uma roda cheia de garotos de sua idade, alguns até mais novos. Ele estão praticando briga de rua, me afasto sem que ninguém perceba e sento em um banco no meio da praça.

Estava olhando o blog da escola, a única notícia que interessava a todos era o baile do Havaí, que teria nesse sábado.

Sinto meus fones serem puxados e quando olho para o lado era, Tom.

— O que disse? — Pergunto segurando os fios de meus fones.

— Você não devia ficar nesse lugar! - Ele diz evitando contato visual.

Seu braço estava por trás de mim, atrás do banco, seus olhos passeavam por toda praça.

— Não diga! — Ironizo em tédio. — Você mal chegou e já está arrumando brigas por aqui, você nem conhece Maze bank direito! — Cuspo as palavras.

— Você que não conhece Maze bank, conheço mais que a princesa encantada que só fica presa na torre. — Dessa vez ele me encarava. — Que por algum motivo resolveu sair de casa.

— Bom, você chegou esses dias, achei que era novo na "cidade". — Faço aspas com os dedos.

— Não é bom você ficar aqui, se não vai ver muitas coisas que não é de seu agrado. — Ele alega atentamente fitando o chão.

— Agora, eu não posso mais vim nessa droga de praça porque o Tom kaulitz está mandando? — Questiono sorrindo amarelo.

— Basicamente isso. — Ele responde em desdém relaxando seus ombros.

— Ninguém manda em mim e eu vou na onde eu quiser. — levanto para ir embora.

— Diga isso a sua tia louca! — Ele diz alto e eu apenas lanço os dois dedos do meio.

Caminho sentido contrário para chegar em minha residência, a praça ficava breves minutos. Na frente vejo Bill lavando seu carro que ao ver eu aceno e logo ele acena de volta.

...

Desço as escadas pois estava com fome e a última vez que comi foi no almoço no colégio, como sempre tia lenne não fez nada para comermos, de novo teremos pão com geleia de amendoim no jantar.

Faço um sanduíche para mim e pego um pouco de leite e volto para o meu quarto, sento em minha mesa de computador e começo a comer, abro minhas redes sociais e começo ver as notícias, e nada de interessante, apenas bandas que estavam fazendo sucessos, vídeos fofos que para mim não era fofos e as garotas do colégio postando foto com hashtag para a festa da elize, será que irá ter outra festa, há dias semanas ela já havia feito uma. Nenhuma notificação para mim, Entro no Orkut e vejo fotos de Ashley e Megan arrumadas, elas estavam com uma maquiagem bem escura, seus cabelos loiros curtos e uma pose bem millenium.

Por falar em nenhuma notificação para mim, chega uma de Tom.

"olhe para a janela"

sem hesitar levanto de minha cadeira e faço o que ele pediu, Tom apenas lança os dois dedos do meio seguido de um riso eufórico, fazendo com que eu fechasse as cortinas em sua cara. Nossas janelas ficavam uma de frente para a outra, pois ele morava ao lado.

“Olhou porque quis, você disse que ninguém mandava em você”

“Você é um babaca kaulitz”

“Tchau, vou para a festa da elize, você não vem?”

“Eu não falo com essa garota desde o fundamental!”

“Mais tarde eu volto para te encher o saco”

Deixei escapar um sorriso com sua última mensagem, cliquei no canto direito de sua foto e entrei em seu perfil. Era um perfil nem tão convencional, havia foto dele apenas de costas, de rosto era só quando ele estava com seu irmão e seus amigos, ele tinha mais fotos de carros, do que de si próprio. Bem nas últimas fotos, pude encontrar uma foto sua com dreads loiros, era um adolescente muito bonito, ele ainda é.

Fecho as guias da internet e desligo meu computador, coloco uma música e deito na cama de barriga para cima fitando o teto, estou ouvindo Depeche mode Strangelove.

A porta abre de maneira bruta, era minha tia.

— Você não ouviu eu te chamar? — Ela questiona desligando meu celular. — Você só sabe ficar deitada igual uma inútil!

— Me desculpe, tia lenne, eu não ouvi! —   Ela odeia ser contrariada.

Ela irá mandar eu ir buscar seus cigarros e suas cervejas, como sempre faz.

— Malboro! — Ordena tacando o dinheiro em minha cama.

Ela logo sai fechando a porta com força, eu odeio essa mulher.

Inefável Where stories live. Discover now