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INGLATERRA, 1602

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INGLATERRA, 1602.

Fui prometida, vendida, chame como quiser, ao rei Jaime VI da Inglaterra e Escócia assim que saí do útero de minha mãe. Aos três anos de idade comecei a ser treinada para ser sua esposa e lhe gerar sabe Deus quantos filhos para herdarem o trono.

Minha família era influente na sociedade inglesa da época, fui a escolha perfeita eu diria.

Eu seria rainha consorte da Inglaterra e Escócia, isso seria poder. Mas eu estava assustada, desde sempre eu sabia que esse momento chegaria e eu teria que ser apresentada ao rei, mas era assustador.

Ainda mais sabendo que ele era bem mais velho que eu.

No mesmo dia que eu o conhecesse eu teria que me casar e consumar a relação. Não conseguia fazer nada além de chorar por medo dois dias antes de conhecê-lo.

No fatídico dia que eu entrei no castelo acompanhada por guardas eu vi uma cena peculiar. Era uma mulher e um guarda aos beijos. Eu não era tão ingênua para saber que aquilo era proibido, ainda mais aos olhos de todos, mas mesmo assim ninguém fez nada.

- Ora, ora, o que temos aqui? - ela disse virando para mim assim que percebeu minha presença, eu tinha os olhos inchados pelo choro. - Esqueça isso. - ela disse ao homem que estava beijando e ele voltou para sua posição séria.

- Por que ele lhe obedece? - perguntei curiosa tendo meus braços segurados pelos guardas que estavam parados.

- Soltem a pobre garota e saiam. - ela ignorou minha pergunta, mas os guardas me soltaram e foram, assim como ela ordenou. - Qual é o seu nome? - ela perguntou enquanto me rodeava como se eu fosse uma caça.

- Elizabeth Sawyer. - respondi desconfiada e confusa.

- Sawyer, sobrenome inglês, você é daqui. O que faz aqui no castelo? - ela perguntou parando na minha frente.

- Sou a futura esposa do rei. - respondi triste e ela me olhou com mais atenção. - Qual é o seu nome?

- Katerina Petrova. - ela respondeu, por tudo que eu havia estudado eu sabia seu sobrenome era búlgaro. - Se veio se casar por que estava chorando?

- Porque não quero me casar, fui vendida ao rei, estou sendo forçada. - meu tom saiu tão óbvio que tive medo dela interpretar como uma grosseria.

- Então não se case. Fuja. - ela disse com o tom tão óbvio quanto o meu.

- Eu não tenho escolha. Você já viu o tamanho daqueles homens ao redor do castelo? Não posso enfeitiça-los como você. Afinal, como faz isso? Qual é a sua função aqui dentro?

- Função nenhuma, eu faço o que eu quero. - ela começou a andar pelo castelo e eu a segui depois de hesitar um pouco.

- Você parece ansiar por poder. Por que não se torna rainha se faz tudo o que quer?

𝐂𝐎𝐍𝐒𝐄𝐐𝐔𝐄𝐍𝐂𝐄𝐒, 𝔨𝔩𝔞𝔲𝔰 𝔞𝔫𝔡 𝔢𝔩𝔦𝔧𝔞𝔥 𝔪𝔦𝔨𝔞𝔢𝔩𝔰𝔬𝔫Onde histórias criam vida. Descubra agora