Capítulo 17.

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•PEDRO•

Ele sente falta de casa, sente falta da comida de Cora, da chatice de Easton e do humor ácido de Naomi.

Mas acima de tudo, sente falta de Amanda.

É como se tivesse deixado parte dele no Colorado, quando ela ficou para trás. Claro, a Itália é linda e Oliver é o melhor amigo do mundo, mas ele sente falta das provocações, do jeito que ela o seguia pela fazenda, toda manhã.

E acima de tudo, sente falta dos beijos.

Ele passou anos sem contato nenhum com mulheres, apenas o alívio da própria mão, mas agora não consegue sequer ficar longe de Amanda. Ele precisa dos beijos, precisa do toque, do carinho, o cheiro do perfume dela...

- Você está me ouvindo? - Oliver resmunga. - Claro que não está.

- Algo sobre todo mundo que precisa fugir vem te visitar.

- Exatamente. Meu melhor amigo, minha filha, amigos nem tão próximos assim...

- Você é um bom refúgio, Oliver. - Pedro aperta o ombro do amigo. - Mas é um péssimo cozinheiro.

- É fácil dizer isso e não mover um dedo para cozinhar.

- Vai para o lado. - Ele o empurra, nem tão gentil. - Me dá essa faca.

Oliver senta do outro lado da bancada, olhando enquanto ele começa a cortar uma cebola.

- E aí, o que você vai fazer?

- Sobre o que?

- Sobre a Amanda.

- Nada.

O amigo fica boquiaberto.

- Nada? Você vai deixar escapar pelos seus dedinhos de moça?

- Não foi isso o que a sua esposa disse. - Pedro mostra o dedo do meio para ele, movendo-o de forma sugestiva.

- Que esposa? - Ele gargalha. - Faz tanto tempo que eu já nem sei mais como fazer.

Pedro larga a faca, olha para o amigo e começa a rir.

- Puta que pariu. - Ele xinga.

- Você está pensando besteira, não está? - Oliver debocha. - Velho safado.

- Ela é... Nossa! - Pedro suspira. - É a melhor coisa que já foi minha.

O amigo toma um gole da cerveja, olhando para ele.

- Não precisa falar no passado, ela ainda é sua.

- Não, não é.

- É sim. - Ele sorri. - Não seja um idiota, Pedro.

- Eu estou tentando.

🌿

•AMANDA•

Ela não se considera uma pessoa muito instável, emocionalmente falando, mas os últimos dias têm sido um inferno.

Amanda se pegou ameaçando entrar no quarto de Pedro, encarando a porta, deslizando os dedos pela fechadura. Ela sente falta dele, mais do que poderia imaginar e é uma tortura. Não existem muitas coisas que possam ser feitas quanto a isso, mas o fato de Naomi ter dado carta branca facilitou um pouco as coisas.

Mas seria melhor se ele estivesse aqui.

Amanda está jogada na cama, as pernas para cima, encostadas na parede. Ela encara o teto, conta até dez e depois até vinte. O tédio toma conta. Quem diria que Pedro movimentava tanto a casa?

Ela pensa em pegar o celular, mas a operadora não funciona bem aqui e mesmo se funcionasse, para quem ela ligaria? Não é como se as amigas mais próximas pudessem fazer algo por ela.

Para quem você liga quando quer alguém de volta? Ela pensa.

O tema de “Ghostbusters” começa a tocar na cabeça dela, os pés balançam no mesmo ritmo e é quando a porta abre.

- Precisamos conversar. - Easton dispara, fechando a porta com força.

- O que eu fiz?

- O que?

- O que eu fiz? - Ela repete, se ajeitando na cama.

- Nada. - Ele ri. - O problema sou eu.

- Ufa. Eu já sabia disso.

- Ei! - Easton pega o travesseiro para bater nela. - Estou falando sério.

- Eu também. - Amanda desvia do golpe, puxando a fronha até estar com o travesseiro em mãos. - Vai, fala.

- O Levi me chamou para uma conversa...

- Ih.

- Ele meio que me pressionou por um posicionamento? Tipo, é óbvio que meus pais aceitam minha sexualidade, mas não é tão simples assim.

- Não é? - Ela arqueia a sobrancelha.

- Se fosse, você não estaria aqui. - Easton aponta. - Quer dizer que o buraco é mais embaixo e eu não faço ideia.

- O problema são os investidores, mas e se os investidores fossem colocados contra a parede?

- Como assim?

- Espera, primeiro. - Amanda levanta um dedo. - Você quer um relacionamento com o Levi? Tipo, é algo que você almeja ou...?

- Eu quero. - East gargalha. - Eu sou apaixonado por esse garoto desde que eu me entendo por gente.

- Tudo bem. Então, as pessoas dificilmente vão admitir que são homofóbicas. Sua sexualidade pode não agradar os investidores, mas o que eles vão fazer se forem confrontados sobre isso depois de você chutar as portas do armário?

- Você acha que eles vão aceitar?

- Vão ter que aceitar. - Ela sorri. - E vai ser ótimo para a marca, East!

- Isso quer dizer que...

Amanda se inclina até alcançar a gaveta da mesinha de cabeceira, sorrindo para ele enquanto procura o que precisa: um bloquinho de papel e caneta.

- Passo número um: terminar comigo.

Eles começam a traçar o plano.

🌿🌿🌿

**Sem revisão.
Bem curtinho, mas é só para atualizar mesmo.
Até amanhã!
Já é agosto!!!! Já ouviram August?


Cowboy Like Me × Pedro Pascal [+18]Where stories live. Discover now