sobrenome

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Entendi o recado.

Me levantei e andei até a porta.

- Eu disse que podia sair? - parei com a mão na maçaneta, só então percebi que mais uma vez havia esquecido de tirar aquela merda de aliança falsa!- Você trabalha pra mim, ainda, sente-se.

É sério isso?

Ela estava me repetindo em nossa discussão no chalé?

Respirei fundo, voltei e me sentei, queria ver até aonde ela iria com isso.

Demorou-se lendo os rabiscos em silêncio.

- Não tem apenas a sua letra aqui. - então sorriu maliciosamente.

- Não senhora Waraha. - respondi naturalmente.- A senhora não é confiável? - quem era ela pra falar em confiança? - Passou o trabalho que lhe incumbi a outra ou outras pessoas?

- Sim senhora. - respondi como se isso fosse lógico e ela estivesse me fazendo uma pergunta idiota.

- Por quê? - parecia um tanto irritada, e eu não estava gostando do rumo daquela conversa.

- Porque uma das diretrizes da companhia é que se valorize o trabalho em equipe, você pediu urgência, "quarenta minutos", a gerente comercial e a analista Ágata estiveram presentes para o cumprimento da tarefa.
- respondi segura.

Engfa ficou com a boca entreaberta e negava com a cabeça, por fim passou a mão nervosamente pelo cabelo,despenteando o e o deixando incrivelmente sexy, novamente respirou fundo soltando o ar de uma só vez.

- Eeeu... Vou precisar de mais tempo pra ler suas considerações a respeito dos contratos. - dessa vez falou respeitosamente.

Me levantei, ela observava.

- Se é tudo com licença, Doutora Waraha. - não me respondeu, - me encaminhei até a porta, mas então me lembrei de algo - Apenas um adendo, - mais uma vez me viro e o vejo ainda com os olhos em mim. - ao final de cada contrato encontrará páginas a mais, são gráficos indicadores, a cotação dos valores de reajuste anual com a previsão do dólar nos meses críticos e uma cópia do contrato com as alterações já consolidadas a fim de preservar a companhia.
Engfa se recostou na cadeira e folheou as páginas finais da encadernação que segurava. Parecia impressionada.

- Boa noite, senhora.

- Por que fez isso? - ela não me deixava ir?

- A senhora disse," surpreenda-me positivamente". Agora com licença.

- Charlotte Austin!

- Sim. Senhora... - agora deixei um tom de voz descontente no ar.

Ficamos um tempo nos olhando e aquilo me machucou bastante, ela parecia querer dizer algo, mas não falava nada só ficava me encarando. Não sei se é possível manter qualquer relacionamento que fosse com aquela mulher, não sabendo que ela era... ou, foi, a única que me ouviu de verdade, sem querer só falar de si, pelo contrário, não falou nada de si; a foda mais incrível da minha vida e o melhor macarrão com tomate de todos os tempos.

Engfa parecia zangada e ao mesmo tempo confusa.

- Nada. Boa noite. - a voz era firme e autoritária num simples boa noite.

- Boa noite para o senhora também.

Narração

ENGFA WARAHA

Foi uma longa noite.

Não tão boa quanto ela desejou, se bem que pelo tom de voz, sem dúvida estava me desejando que tivesse pesadelos. Insônia dos infernos! Não podia imaginarque me sentiria daquele jeito quando ela entrou na minha sala com aquela merda de roupa, por que ela não usa nada menos provocante?

contrato Where stories live. Discover now