Diário

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Yggdrasil - 1 ano e 6 meses após o Ragnarök

Eu estava ansioso, tipo, muito ansioso, afinal eu finalmente ia partir para outras terras, conhecer outras culturas e descobrir um jeito de trazer meu povo de volta. Eu e Angrboda voltamos para a casa na Árvore do Mundo, estava esperando ver meu pai lá, Mimir, Freya, Lúnda com certeza. Mas não foi nada disso que aconteceu.

— Ué... Tá quieto. - Falei depois de andar um pouco no jardim, ou Vergel como meu pai gostava de chamar de um jeito bem tosco.

— Talvez tenham saído em missão. - Angrboda avisou. —Vamos pra dentro.

Assim que entramos, vi Lúnda e... Tyr? Conversando na ferraria?

— Que merda é essa?!? - Perguntei erguendo o arco na direção do estranho antes que ele virasse pra mim. - Que truque é esse agora? Isso é coisa dos Aesir? Algum filho bastardo do Odin?

Tyr se virou erguendo os braços, como rendição, e Lúnda cruzou os braços antes de sorrir pra mim e a Helga, sua cachorrinha, veio correndo até mim pra me receber.

— Eu imagino que você é o Atreus... Seu pai falou muito de você, jovem. - Eu continuei com o arco apontado e Angrboda estava com a faca na mão. — E só pra... Constar... Não que isso vá fazer diferença... Eu sou um filho bastardo do Odin.

— A última vez que eu te vi, você era uma fraude, Odin enganou todos nós! Ele matou o Brok! Eu confiei em você e-

— Atreus. Atreus. - Era a voz de Freya. — Abaixa o arco.

Senti uma mão em meu ombro, era Freya, e quando me virei, vi que Angrboda já havia abaixado a faca e Sindri estava ao lado dela... Sindri?!?

— Mas o que...

— Você ficou muito tempo fora, né? - Sindri perguntou enquanto eu largava o arco no chão.

— Que merda tá acontecendo aqui?

— E vejo que você continua com a boca suja.

Sindri comentou humorado, aquilo era estranho, na última vez que nos vimos, ele me odiava.

— Quem é ele? - Perguntei indo pra trás de Freya, apontando para o Tyr. — Ele devia tá morto.

— Eu e seu pai fomos para Niflheim depois que você partiu, fomos lá para libertar os corvos de Odin e, bom, havia uma prisão lá, uma prisão Asgardiana.

— Então... Você tava lá o tempo todo. Claro. Terra com sangue, eu devia ter deduzido que era Niflheim... Eu falei que era Svartalfheim... Eu falei que era uma mina... E o Odin se aproveitou disso... Foi...

Comecei a me culpar por ter interpretado errado o Santuário Jötnar, porque se tivesse interpretado certo, eu teria levado o verdadeiro Tyr para a Yggdrasil, ele teria nos ajudado no Ragnarök e o Brok ainda estaria vivo.

Freya pareceu perceber meu conflito interno, pois logo ela me puxou para um abraço curto.

— Não tinha como a gente saber, tudo bem? - Ela perguntou depois que me afastei e Angrboda colocou a mão em meu ombro.

— Eu sinto muito, Atreus, eu deveria ter tentado escapar daquela prisão, mas... Tudo que você fez... Suas intenções são puras, e acho que falo por todos aqui quando digo que ninguém culpa você.

— É verdade. - Sindri ergueu os braços indicando que queria um abraço, mas logo recuou. — Não, espera, você tá todo sujo de óleo de Draugr, credo... Fica no abraço imaginário.

— Tudo bem, tô vendo que você voltou mesmo ao normal... Mas eu ainda sinto muito por tudo que eu fiz você passar, Sin. - Avisei antes de dar um giro e ver que meu pai ainda não havia aparecido na sala.
—  Cadê ele?

God Of War - Fúria PassadaOnde histórias criam vida. Descubra agora