Epílogo

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31 de outubro de 1981 Munique

As ruas de Munique eram belíssimas durante o outono. De fato, uma paisagem de tirar o fôlego até mesmo das pessoas que lá vivem. Era belo até mesmo para Hydra, que havia passado os últimos anos viajando pelo mundo. Ou melhor, fugindo pelo mundo.

Depois de uma ida complicada a penhascos da Irlanda, porém felizmente bem sucedida, Hydra e Regulus caminhavam a pulso. Estavam exaustos e não podiam ser vistos, apesar das aparências modificadas, preferiam não arriscar. E, portanto, não podiam usar transporte público trouxa ou se locomover por locais com muitas pessoas. Eram obrigados, para sua própria segurança, a andar por becos e vielas perigosas porém não convencionais.

Forçando um passo atrás do outro, só queriam chegar logo em seu esconderijo, uma fábrica de fósforos abandonada na periferia da cidade. Aquele local enorme era lar de alguns adolescentes sem teto,  que acolheram os dois sem muita discussão.

Quando dobraram num beco fechado, para livrar uma avenida movimentada, foram surpreendidos por uma mulher alta e de cabelos cacheados, que encarava os jovens bruxos.

O coração de Hydra errou uma batida.

Regulus segurou na mão da namorada com força e se virou para dar a volta. Apesar de nenhuma palavra sair de sua boca, Hydra sabia bem o que Regulus queria dize-la agora. "É só uma coincidência."

Mas não, não era, e eles perceberam isso no momento em que tentaram dar a volta e duas figuras saíram de trás da entrada do beco, deixando-os encurralados.

—Merda. —Hydra sussurrou, já pegando sua varinha do bolso e a deixando a postos discretamente, tentando não se levar pelo desespero. — Regulus virou-se para dar as costas para ela, pretendendo ficar de costas com costas com a namorada, assim, ambos estariam virados para o inimigo e teriam a retaguarda coberta.

Mas Regulus não foi rápido o suficiente. Antes de virar-se por completo, uma das figuras cobertas por roupas pretas saiu da escuridão do beco, revelando-se ser o melhor amigo de infância de Regulus.

— Barty. — A voz de Regulus saiu, antes que ele mesmo pudesse processar a informação.

O garoto moreno encarava Regulus com intensidade, sua cabeça levemente inclinada para a frente e os punhos cerrados, um deles, segurando sua varinha com força.

— Olá, Regulus. Há quanto tempo. — Ele falou sem emoção alguma, fazendo o namorado de Hydra engolir em seco, não esperava por isso.

Barty fora seu melhor amigo, antes mesmo de entrar em Hogwarts. Eles passaram por muita coisa juntos, viveram aventuras, brigaram e reataram milhões de vezes. Era sempre eles dois, juntos contra o mundo inteiro.

Foi numa noite de inverno quando, quando Barty se apaixonou por Evan Rosier. Um sonserino loiro, um ano mais velho que eles e considerado por muitos como um dos mais belos de Hogwarts.

Rosier tinha belos olhos azuis que haviam fisgado Barty com força, e ele se sentia péssimo por isso.

Não somente havia se apaixonado por um garoto, como havia se apaixonado por um garoto cuja família era famosa por fazer uso das artes das trevas.

Barty é de uma família igualmente famosa, porém na política. Seu pai naquela época estava a um passo de se tornar Ministro e ele era de extrema importância na luta contra Voldemort, sendo implacável e extremo com todos os inimigos.

Barty Crouch Senior nunca aceitaria que seu filho único estivesse com alguém relacionado as artes das trevas. 

E agora, ele próprio era parte desse mundo.

Midnight Rain ||| Regulus BlackWhere stories live. Discover now