13. Saída

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𝙼𝚎𝚛𝚍𝚊! 𝚙𝚛𝚊𝚐𝚞𝚎𝚓𝚘𝚞 𝙹𝚊𝚔𝚎, a voz quase inaudível.

Junto a Richard, ambos se encolheram mais no esconderijo, torcendo para que não tivessem sido vistos.

A dupla mal saíra do corredor do último andar e já fora surpreendida pela presença indesejável do animatrônico, tendo assim, questão de segundos para se esconder. E agora, lá estavam eles, confinados no espaço estreito entre a parede e um dos sofás do salão.

A situação era grave. Gravíssima. Nenhum dos dois poderia negar. Se encontravam verdadeiramente encurralados, porque Leroy, que não era burro nem nada, estava exatamente em um ponto entre o elevador e a escadaria, tornando impossível que qualquer um dos humanos conseguisse se esgueirar sob seu nariz até uma das rotas de fuga.

Uma gargalhada sinistra soou, reverberando pelas paredes dos aposentos. Não era robótica nem humana, assim como de Mia. Talvez fosse até pior nesse quesito, porque da mesma forma que a voz parecia ser um misto dos dois, ao mesmo tempo, não se assemelhava a nada. O que quer que fosse isso, nem Richard e nem Jake conseguiriam descrever. Era de dar arrepios.

A criatura deu alguns passos para frente, mas ainda sem abandonar o seu posto. Pelo tilintar de lâminas metálicas e pelo som de tecido sendo rasgado, logo os dois humanos deduziram que uma das poltronas havia ido pelo os ares. Tudo isso, eles sabiam muito bem, era apenas uma amostra do que o futuro os aguardava: em breve, as lonas seriam suas peles, e o estofo mofado, suas tripas.

Eu sei que você está aí – Leroy anunciou, a voz quase completamente distorcida. – APAREÇA!

Richard, aflito, fitou o amigo, aguardando que ele lhe revelasse algum plano B. Mas a verdade é que não havia nenhum. O peso da missão recaiu sobre os ombros de Jake. Como ele poderia lhe dizer que não sabia mais o que fazer? Logo ele, que estava no controle de tudo desde que pisaram naquela maldita atração? Não. Ainda havia algo que ele pudesse fazer. Era a única opção, por mais que soasse inconveniente.

O mais velho respirou fundo.

– Eu distraio ele – sussurrou – e você vai para a saída.

– O Q-… – Richard mordeu a língua, se interrompendo ao perceber que quase havia levantado o seu tom de voz. Recomeçou, dessa vez, baixinho – Você enlouqueceu?

– Eu vou ficar bem – Jake assegurou, embora suas mãos tremessem – você não pode correr, lembra? Eu alcanço você depois.

O guarda-noturno o encarou seriamente, nem um pouco convencido com aquela ideia. Porém, não podia negar que ele havia levantado um bom ponto: seu tornozelo voltara a doer horrores devido aos movimentos bruscos, e agora, não iria conseguir fugir. Era como um coelho ferido em frente ao predador.

– Eu tenho um plano – insistiu o mais velho – você precisa confiar em mim.

Richard suspirou. Se quisesse que ambos saíssem vivos dessa, teria que confiar nele.

– Está bem – disse o vigia depois de um tempo silêncio – mas só se me prometer que você vai voltar. Me prometa.

– Eu prometo.

Então, sem esperar por outra resposta, Jake tomou coragem e respirou fundo mais uma vez, antes de se arrastar até a lateral da poltrona mais próxima, para evitar revelar o esconderijo do amigo.

– Hey! Lata-velha! – Gritou ele, se levantando de supetão e sacudindo os braços freneticamente para atrair a atenção da criatura. – Estou aqui!

Blueberry's Oz Park: Double Quest [PT-BR]Where stories live. Discover now