Capítulo 7

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— Capítulo 7 —

Christian franziu o cenho, pegando os papéis que Ana lhe mostrou. A garota se sentou na cadeira em frente a mesa, estava pálida ainda, e se sentia cansada apesar de não ter feito nada o dia todo.

_ É uma intimação - Christian respondeu após ler. - Precisamos ir na vara de família para marcar uma visita da assistente social, eles vão vir aqui para garantir que a casa está segura para crianças e que somos boas pessoas mesmo.

_ Nós temos que ir lá para isso?

_ Sim. Vamos marcar a primeira visita, e depois eles mesmo marcam a segunda, mas geralmente isso já é com as crianças em casa, eles chegam de surpresa para ver como estamos lidando com tudo, e se está tudo organizado. Meu pai me disse que geralmente são duas ou três visitas surpresas até eles decidirem que somos aptos a cuidar delas de fato, e aí tudo certo - explicou.

Ana levou a mão a boca, estava com as unhas todas ruídas já em ansiedade naquelas semanas, não era nada bonito e nem queria pensar em como sua manicure iria descascar em cima dela.

_ Então vamos logo, ue - falou quando finalmente processou o que Christian disse.

Eles iriam na casa deles, confirmariam que estava tudo certo, e aí entravam com o processo das crianças irem para sua casa. Quanto mais rápido, melhor.

_ Vou trocar de roupa - anunciou, se levantando.

Christian a encarou.

_ Amor, calma. Já são 16h, o fórum vai fechar em uma.

_ É há vinte minutos daqui, dá tempo.

_ Ana, espera...

Mas a garota já havia saído e seguia a passos rápidos para o quarto, Christian bufou, seguindo atrás dela.

_ Nós não podemos ir agora, podemos ir amanhã de manhã – ele falou enquanto a seguia.

Ana adentrou o quarto, sem lhe dar uma resposta.

_ Acha que isso é maduro o suficiente para eles entregarem as crianças para nós? – questionou, destacando um macacão cumprido na cor azul claro. - Ou esse me deixa parecer mais como uma mãe? – mostrou o vestido salmão que ia até os joelhos.

_ Não acho que sua roupa vai dizer alguma coisa desse tipo – Christian acabou falando.

Ana pressionou os lábios.

_ Está dizendo que nenhuma das minhas roupas me deixa mostrar que sou madura e responsável? Eu pareço o que com as minhas roupas? Por que nunca me disse que eu me visto mal? – disparou.

Christian suspirou, passando a mão pelo rosto de forma exasperada. Ana parecia no limite a cada dia, ou ela estava com raiva, ou estava triste ou estava dramática, e ele estava surtando com suas mudanças de humor sem um único precedente.

_ Voce não se veste mal, nunca vestiu uma roupa que não tenha ficado perfeitamente linda em você, eu só quero dizer que não importa você usar o vestido ou o macacão, não é isso que eles vão avaliar.

_ Até porque eles vão me avaliar, né? – ela mudou o tom de voz para ansiedade agora, parecendo se esquecer do momento das roupas, decidindo usar o vestido salmão. – Até parece que sabem de alguma coisa, eu sou uma ótima mãe, não sou?

_ Você é perfeita, amor.

_ Christian, você não vai trocar de roupa não, é? Não vai de moletom atrás de mim, heuem.

Ele se perdia em como Ana estava apressada e – bipolar, nunca falando em voz para não atiçar a fera, mas se sentia cansado só de ouvir a garota falando ultimamente.

Duas VidasWhere stories live. Discover now