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Lauren

Na hora da saída, como sempre, S/n estava andando um pouco mais atrás de mim, Ty estava do outro lado da rua. Mas eu podia escutar ele falando entusiasmado com um de seus colegas. Eu às vezes o olho, mas trato de disfarçar rapidamente quando ele olha para mim...

Eu sinto um toque gelado em meu cotovelo, fazendo cada célula de meu corpo reagir. Ao olhar para quem era, me deparo com aqueles malditos olhos castanhos. Um frio percorre meu estômago e eu sinto meu corpo estremecer levemente

-- posso te falar uma coisa?-- S/n pergunta um pouco hesitante

-- o que quer agora Cárter?-- pergunto ja irritada com a presença dela. Tinhamos um combinado de dois metros e meio de distância na volta para casa!

-- e-ele não é o cara legal que acha que é... Você não merece isso... -- ela fala baixinho e nervosa, me fazendo ficar extremamente confusa

-- de quem esta falando?

-- Tyrone... Ele não é quem você pensa que é... E bom, nao é de hoje que percebo você toda bobinha por ele. Não quero que ele quebre seu coração -- eu franzi minhas sobrancelhas

-- por que dessa preocupação do nada S/n?-- indago vendo ela buscar palavras

-- e-eu não sei... Achei que, sei lá... É que... Crescemos juntas né, eu me preocupo -- responde nervosa, ela coça sua nuca e posso ver ela morder o lábio inferior -- desculpa...

Ela rapidamente se afasta, começando a andar mais rápido, indo para o mais distante possível de mim. Eu confesso que fiquei confusa, mas talvez seja só mais uma de suas brincadeiras idiotas para me irritar depois.

Ao chegar em casa, vou diretamente para meu quarto, me sentando na cadeira de minha escrivaninha, eu olho para a janela, podendo ver S/n em seu quarto. A garota usava apenas a sua camiseta larga e uma cueca branca. Dava para ver apenas uma pequena parte de sua cueca, já que a blusa tampava o resto. Ela estava distraída mexendo no seu celular... S/n não é uma garota feia... Mas acho que ela ser uma tremenda idiota é o que estraga ela. Se ela fosse um pouco menos irritante e se vestisse como um ser humano normal, ela seria mil vezes mais atraente.

Eu abro minha mochila e pego meu caderno, mas ao encostar no mesmo, sinto algo pegajoso tocar minha mão. Rapidamente eu puxo minha mão, vendo uma gigantesca quantidade de uma espuma branca...

-- é serio S/n?!-- grito atraindo a atenção da garota -- o lance da espuma de barbear de novo?! Você é tão infantil, sabia?! Eu sinceramente já esgotei minha cota de xingamentos com você, sua acéfalo do caralho! Você é uma grande imbecil...

-- eu estava sem muita criatividade e sem tempo hoje... Mas eu também te amo, minha princesa-- ela me manda um beijinho no ar e se afasta da janela, me permitindo ver mais de seu corpo, mas logo ela sai de meu campo de visão

S/n

Eu me sento em minha cama, pegando o caderno de Lauren que ela me emprestou para que eu possa pegar suas anotações... Eu não consigo parar de pensar no fato de que ela acaba de me ver apenas de blusa e cueca... E se ela derrepente ficou com nojo? Será que Lauren sentiria nojo de mim? Sera que ela sente nojo, porém sente dó e empatia por termos crescido juntas?...

Cody entra em meu quarto, rapidamente ele sobe em minha cama, se deitando ao meu lado. Ele coloca sua cabeça em meu colo e fica me encarando, eu sorrio de lado e acaricio sua cabeça

-- bom, pelo menos você é incapaz de sentir nojo de mim... Eu acho... -- o cachorro tomba sua cabeça para o lado, talvez por não identificar nenhuma das palavras ditas por mim...

Rapidamente eu começo a passar todas as anotações, com Cody ao meu lado...

(...)

-- mãe, como você sabe quando é paixão e quando é amor?-- pergunto repentinamente.

-- paixão é mais avassaladora. Ela inibe muitos de seus sentidos e você enxerga a pessoa como alguem perfeito. Ignora todos os defeitos, foca e aumenta cada vez mais as qualidades... Você fica eufórica e cega -- da de ombros -- é um sentimento gostoso, mas não dura muito...

-- e o amor?-- pergunto e ela sorri de lado

-- é o oposto... O amor não te cega, pelo contrário, ele te mostra que a pessoa tem sim defeitos, ela erra bastante... Mas você consegue gostar até dos defeitos, e quer ajudar para que nao erre tanto. Você sente sim a euforia em ver a pessoa, mas não é tão avançador quanto a paixão, é mais calmo... O amor ele é mais tranquilo... Você nem sempre ama alguém pelo qual você pode ter, mas você compreende isso... A paixão te deixa indignado e sedenta quando você simplesmente nao pode ter a pessoa que desperta esse sentimento -- da de ombros -- os dois podem existir juntos, ou um pode levar a outro... Mas também funcionam separados, e podem simplesmente não levar a lugar algum...

-- interessante... -- ela concorda com a cabeça, colocando uma grande quantidade de salada em meu prato -- pra você, qual o oposto de amor?

-- indiferença

-- por que nao o odio?-- pergunto e ela ri fraco

-- todos acham que é o odio, mas eu discordo... O amor e o ódio são sentimentos, ambos precisam daquela pessoa específica para existir, ambos precisam dela por perto, ambos sao intensos, ambos te despertam mais e mais sentimentos... São quase sinônimos... Já a indiferença é o completo oposto. Você nao sente nada por aquela pessoa, você nao se lembra, você não precisa que ela esteja perto e nem que desperte algum sentimento para que a indiferença existe... Você simplesmente nao liga -- da de ombros -- se você odeia alguem que você amou, você ainda sente algo, essa pessoa ainda lhe causa sentimentos... Agora se você é indiferente a alguem que você ja amou, você simplesmente nao sente mais absolutamente nada por quele alguém

I Hate (love) You! (Lauren/You G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora