Capítulo 21 - Sim ou Não

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A notícia de que poderíamos voltar para Bangkok animou a todos nós. O papai tinha sido muito claro de que todos os envolvidos estavam presos e que assim que chegássemos ele poderia contar os detalhes. E o comandante Baramee era um homem que eu conhecia como muito amável, mas quando se tratava da proteção de nossa família, ele era implacável. Depois dos problemas que eu havia me metido por estar tentando proteger Mon e Luna, ele certamente teria as incluído na nossa lista de "familia". Por isso estava segura de que a Tailândia era um lugar confiável para pisar com elas outra vez.

— Tudo bem? — pergunto perto do ouvido de Mon quando ouvimos o acionamento dos motores.

— Sim! — Ela confirma, mas seu rosto está pálido.

— Posso pilotar o avião se isso te fizer sentir mais segura... — Tento brincar, mas ela continua séria.

— Eu prefiro que você não saia do meu lado. — Ela respira fundo e prende o ar no momento em que o avião começa a se deslocar. — Nem para ir ao banheiro!

Suas palavras me causam um riso leve e logo eu sinto seus dedos se apertarem aos meus com força. Olho para a coelhinha em seu colo, dormindo com a calmaria de quem retém toda paz da terra, e o contraste é quase engraçado de assistir.

— Vai ficar tudo bem. — asseguro a ela, apertando seus dedos de volta e trazendo-os até os meus lábios. — Eu não sou boa com isso, mas posso tentar te distrair.

Mon balança a cabeça e fecha os olhos, parece não estar ouvindo nada do que digo. Sua concentração é tamanha que posso ver um vinco formado entre suas sobrancelhas. Sua pele também está brilhando com o suor, e apesar de entender quão difícil é a situação para ela, não consigo deixar de observar sua beleza. Ela possui traços delicados, uma face quase oval com maçãs do rosto suavemente definidas, seus cílios são longos e as sobrancelhas são bem alinhadas lhe dando um toque expressivo. O nariz é pequeno e reto, harmoniza com sua face. E ela tem aqueles lábios elegantes, de uma curvatura graciosa e em um tom vermelho morango para os quais eu sou frequentemente seduzida.

Ainda a estou admirando quando percebo que entendo o que Emily tentava externalizar antes de mim, e sem perceber eu mesma estou sussurrando.

De todos os poemas que eu possa escrever...

Nenhum fará juz a isso

Sílabas de veludo

Frases de pelucia

Abismos de rubi não explorados

Reservados

(ó lábio)

para ti

Finge que foi um beija flor

Que agora mesmo te beijou...

Sou atraída pelo tom rosado que tinge suas bochechas e antes que ela possa abrir os olhos eu já estou indo ao encontro de seus lábios. O beijo é delicado e imediatamente correspondido. Seguro seu rosto junto ao meu e inclino a cabeça levemente para a esquerda, nosso encaixe é perfeito. Sua boca é sempre quente na minha, capaz de aquecer rapidamente todas as camadas da minha pele e ela sabe disso porque jamais perde a oportunidade de me provocar puxando meu lábio inferior entre os seus lentamente. Preciso de ar.

— Você é boa nesse negócio. Pode tentar me distrair assim até Bangkok? — Ela fala ainda perto da minha boca.

Sim para qualquer. — eu respondo só para tentar lhe arrancar um sorriso, e consigo.

FIRE LOVE - MonSamWhere stories live. Discover now