I did my time

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- Cara, nós precisamos de um guitarrista pra caralho.

Era segunda, e na garagem da casa de Catalina, se encontravam o grupo de metaleiros mais odiado da escola.

- Para de mesquisse Kazu...você sabe que não dá conta de ficar fazendo o vocal enquanto produz esses míseros riffs aí! - Catalina dizia, apoiando a ideia do brasileiro.

- E tem outra meu mano, como é que a gente vai se inscrever na competição com três membros?

Ah. Tinha isso também.

Daqui a 2 meses e meio, aconteceria na escola um concurso de bandas cujo prêmio seria uma chance de contrato com uma produtora musical!

Era tudo o que aqueles jovens precisavam.

Luciano, Catalina e Kazuki começaram a tocar juntos na intenção de serem uma banda a mais ou menos 6 meses.

Infelizmente, eram apenas "adolescentes sonhadores", como dizia o Senhor Antônio, pai de Catalina, e dificilmente conseguiriam algo na vida com "gritos estridentes e instrumentos barulhentos".

O pai da colombiana já fazia muito em deixar os três tocarem em sua garagem, então não reclamavam do jeito que falavam do "seu futuro pão de cada dia" Como também dizia Luciano.

Kazuki ficava puto quando chamavam sua música de barulheira e gritaria.

O japonês conseguia ser estressado quando queria.

A escola inteira sabia de como funcionava aquele grupo dos três, então a maioria passava longe.

Sempre corriam de Kazuki, com aquelas jaquetas de couro lotadas de Spikes, gargantilhas pretas, coturnos e expressão rabugenta.

De qualquer forma, ele não ligava. Se iam o excluir, que se foda, criava a própria panelinha e dane-se todos os outros!

Foi aí que conheceu Luciano, um motoqueiro completamente louco que saia por aí com sua JBL de som estourado e atraía todas as meninas.

Ele empinava sua moto enquanto sua caixinha de som totalmente fudida tocava alguma música do Iron Maiden que não se lembrava o nome, e o japonês por coincidência passava por perto.

O brasileiro de parafuso a menos parou sua moto em frente a Kazuki, tirou o óculos escuros (estava nublado no dia) e disse simplesmente - Ouvi dizer que cê tá precisando de gente pra fazer bagunça! Eu toco uns batuque muito louco e curto essas bosta que cê toca.

Uma veia soltou na testa do de pele clara, que pegou o outro moreno pelo colarinho e balbuciou as mesmas palavras de sempre - Metal não é bosta, é cultura seu desgraçado!

Foi assim que a amizade completamente estranha deu início.

Não se sabe como Luciano sabia que Kazuki pensava em criar uma banda para a tal competição, só se sabe que tempos depois encontrou uma garota tocando violão na praça enquanto havia um chapéu no chão com algumas notas de dinheiro e moedas dentro.

- Você vai entrar na minha banda. -o japonês apenas disse com uma expressão apática olhando para a morena a sua frente, que havia parado de tocar seu instrumento para olhar desconfiada para o de cabelos escuros.

- Tá doidão Kazu? Olha como tu fala com a moça caralho! -o brasileiro com seus inseparáveis óculos escuros disse empurrando o japonês para o lado e indo até a garota - Então gatinha! Que tal entrar pra nossa banda, ganhar a competição, ficar famosa e ganhar dinheiro?

A menina que usava uma faixa vermelha na cabeça arqueou uma sobrancelha para os dois estranhos que a olhavam e deu um sorriso - Eu curti.

Assim, se formava o grupo mais temido do colégio.

To The Vanity -corejapWhere stories live. Discover now