𝐁𝐄𝐓, 𝗏. 𝗁𝖺𝖼𝗄𝖾𝗋

𝘀𝗶𝘅.

🎨💭🎸
𝘀𝗰𝗮𝗿𝗹𝗲𝘁𝘁 𝗰𝗮𝗺𝗽𝗯𝗲𝗹𝗹

Acordei com uma dor de cabeça insuportável. Pois é, pai, deveria ter te escutado. Agora não paro de escutar comentários sobre a noite de ontem na minha cabeça. Que merda!

— E aí, Campbell! — Vinnie chegou do lado do meu armário.

— Devia dançar daquele jeito pra mim, Scarlett — um moreno que não reconheci passou falando.

— Vai se foder! — respondi. — E aí, bobão — disse cumprimentando o Hacker. — Preciso ir embora desse lugar. Acho que não volto nunca mais, o que acha? Eu acho uma ótima ideia!

— Relaxa, semana que vem eles esquecem — ele disse encostando no meu braço.

— Podiam já ter esquecido. Por isso eu não vou à festas! É tudo culpa sua.

— Minha? Não fui eu que te convenci a ir.

— É, verdade. Mesmo assim.

— Mudando de assunto... Você tem qual aula agora?

— Nenhuma. Eu vou cabular.

— Sério?

— Eu não consigo olhar na cara de ninguém dessa escola.

— Não é você quem não liga para o que falam ou pensam sobre você?

Fiquei parada encarando o loiro por uns segundos e sorri.

— Beleza. Mas você vem comigo.

O puxei e entramos na sala. Ouvi vários comentários, burburinhos, mas ignorei. Não deveria estar tão incomodada com isso.

❪ uma semana depois ❫

As aulas estavam correndo normalmente, até que eu estava na aula de matemática financeira quando Hacker apareceu na porta da sala ofegante.

— Hacker, o que está fazendo aqui? — o professor perguntou já irritado.

— Oi professor, a diretora pediu pra eu chamar a Scarlett. Arruma seu material — disse apontando pra mim e o olhei confusa.

— E sobre o que se trata? — o professor perguntou desconfiado.

— Ela não me disse — cheguei ao lado do loiro e ele me puxou para fora da sala pela cintura.

— 'Tá ficando maluco?

— Consegui ingressos para aquela exposição que você queria ir e começa daqui a meia hora.

— Mentira.

— É sério!

— Meu Deus! — parei o mesmo no meio do corredor e o abracei. — Obrigada! Eu só falei sobre uma vez, na aula de história, do nada.

— Mas você falou com tanto entusiasmo que fui atrás — ele disse e eu não pude evitar de sorrir. — Agora vamos se não vamos atrasar.

Saímos correndo da escola, sem sermos vistos. Eu e Vinnie estávamos nos aproximando muito rápido, mas eu gostava disso.

A exposição era ainda mais linda do que eu esperava. Eu estava extremamente feliz. Vinnie toda hora tirava fotos — nossas, do lugar ou apenas minhas — o que eu achava fofo.

Quando saímos da exposição já estava na hora do almoço e eu estava começando a ficar com fome, então fomos até um restaurante italiano ali perto.

— Cara, eu amo comida italiana!

— Te trouxe ao lugar certo então.

— Vinnie, porque está fazendo tudo isso?

— Por você, ué.

— É que não faz sentido.  Nada disso. Você me dando atenção do nada... Tem algum benefício pra você? — ele ficou em um breve silêncio e eu balancei a cabeça. — O dia foi ótimo, obrigada. Depois me passa quanto foi o ingresso, eu pago — disse e saí.

— Scarlett! — o loiro tentou me alcançar mas eu já estava longe.

Podem pensar que sou paranoica, maluca, que tenho problemas com compromisso, o que for. Mas para mim é muito difícil confiar nas pessoas. E odeio isso. Mas não consigo mudar isso. Aquele silêncio já foi resposta suficiente. Tinha algo ali, só não sei o que. E prefiro nem ficar sabendo, honestamente.

E só de pensar que estava começando a gostar dele. Não. Não gostar. Confiar.