Capítulo Cinco

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Capítulo 5


Draco sentou-se tristemente à mesa de jantar. Sua mãe estava lançando olhares sombrios para ele, mas ainda assim ele não conseguia fazer a carranca em seu rosto desaparecer. Iluminado pelo candelabro à sua frente, as sombras em suas feições angulosas eram profundas e escuras. Ele sentiu uma pequena pontada de culpa, sabendo que não era o único que estava sentado aqui miseravelmente e olhou para cima para ver os olhos azuis de sua mãe deslizarem para longe dele enquanto ela empurrava algumas ervilhas em seu prato.

Ele desviou o olhar rapidamente e seus olhos pousaram na cadeira vazia na cabeceira da mesa. Normalmente, seu pai estaria sentado lá, bebendo um copo de uísque âmbar ou vinho tinto suave para comemorar a noite. Este ano, no entanto, a cadeira vazia só fez Draco perder o pouco apetite que lhe restava. Seu garfo bateu contra o prato quando ele o deixou cair.

- Draco - a voz de sua mãe soou no mesmo tom com que ela falava com ele quando criança. Draco revirou os olhos e evitou olhar para ela. Em vez disso, ele olhou fixamente para baixo em seu prato de comida mal tocada. - Termine sua comida.

- Eu não estou com fome - Draco murmurou e pegou a taça de vinho a sua frente.

- Você precisa comer, querido - Narcisa continuou.

- Eu disse, - Draco pausou enquanto a borda da taça descansava contra seu lábio inferior. – que não estou com fome.

- Você está parecendo magro - o tom de Narcisa mudou. - Estou preocupada sobre...

- Eu não sou mais criança, mãe! - ele estalou e olhou nos olhos de sua mãe.

Ela deu um pulo na cadeira com a súbita explosão dele. Draco sentiu outra pontada de culpa quando a dor brilhou brevemente em seus profundos olhos azuis. Ele tomou um longo gole de vinho para abafá-lo.

- Não incomode o menino, Cissy - interrompeu a voz áspera de sua tia.

- Não me diga como cuidar do meu filho! - Narcisa retrucou, voltando-se para a irmã mais velha.

Bellatrix, seu marido Rodolphus e seu irmão Rabastan eram todos hóspedes da Mansão. Ou pelo menos era assim que sua mãe os chamava. Os três condenados fugitivos ainda estavam escondidos do Ministério e se refugiaram na casa ancestral dos Malfoy. Ele nunca conheceu sua tia enquanto crescia, mas ouviu histórias de seus atos e os anos em Azkaban devem ter apenas antagonizado sua estrutura mental em deterioração, tanto quanto ele poderia dizer.

Seu pai não ficou emocionado em oferecer-lhes um quarto, mas o fez por herança de sua mãe. Sem Lucius como a principal força de poder na casa, porém, Bellatrix estava forçando seus limites e Draco podia ver a tensão tensa entre sua mãe e sua irmã claramente do outro lado da mesa.

- ... você sempre o mimou - a voz curta de Bellatrix cortou seus pensamentos.

- Como você saberia? - Narcisa murmurou sombriamente. - Não é como se você estivesse por perto.

Bellatrix endireitou-se na cadeira.

- Eu estava servindo ao Lorde das Trevas!

- Você estava cumprindo uma sentença de prisão perpétua - a boca de Narcisa mal se moveu enquanto ela pronunciava as palavras.

As mãos da bruxa de cabelos escuros bateram na mesa, seus olhos de carvão piscando com o reflexo das chamas da lareira.

- Eu não estou mais presa - ela sibilou. - O Lorde das Trevas me libertou, ainda... - ela se inclinou para frente em direção a sua irmã mais nova. - Seu marido está passando a véspera de Natal como uma festa para os dementadores!

Na Natureza da Luz do Dia - TRADUÇÃOWhere stories live. Discover now