Velozes e furiosos: um legado com fantasmas

Capítulo 83

》Megan Adams《

    Ponderei a pergunta. Não sei porquê eu continuava a ajudá-lo, não sei se tenho total certeza do meu objetivo inicial: ter Aidan para mim. Mas ainda havia o fato de eu querer derrubar S/n… O quanto eu queria derrubá-la?

    Respondi algo do qual eu tinha certeza:

    — Eu gosto do Renan. 

    A caramela ergueu suas sobrancelhas bem feitas. 

    — O que você vai ganhar com isso? 

    — Não sei. 

    Talvez um coração partido por ele querer S/n e não eu. Talvez uma vida iludida. Talvez uma amizade colorida durante o processo de atingir nossos objetivos. Talvez mais… 

    A cadeira ao meu lado foi aproximada de mim e Henri se sentou, apoiando um braço no encosto da minha cadeira. 

    Tatiana arrumou sua postura e colocou os antebraços na mesa. 

    — Você deve ser o irmão mais velho da minha amiga loira — sorriu me implicando. 

    Henri franziu o cenho para mim, revirei os olhos indicando que era só implicância, mesmo que eu gostasse da ideia. Henri sorriu de canto e assentiu para Tati. 

    — O próprio — O garoto ao meu lado respondeu com confiança — Henrique — se apresentou. 

    — Tatiana — A caramela piscou os cílios de maneira encantadora. 

    Chutei sua canela, recebendo xingamentos vindos da garota. 

    — Tá bom, parei! — respondeu com raiva. 

    Henri riu. Acho que ele já sabia o que estava acontecendo. 

    — Bruna vai vir pra cá — Ele me avisou. 

    — Vou avaliar minha cunhada — lhe lancei um sorriso travesso. 

    — Seja legal com ela, ela é simpática. 

    — Se não estiver a sua altura eu vou rebaixá-la do posto de quase-namorada. 

    — Quem é você? Minha irmã ou minha sócia? — brincou. 

    Rimos e eu desviei o olhar. 

    — Seu irmão já sabe dela? — Olhei um garotinho loiro brincando com uma garotinha ruiva. 

    — Sabe, mas ainda não a viu pessoalmente. Tenho que ver um dia em que o horário de expediente da Bruna bata com a saída do meu irmão da escola.

    — Vai fazer o encontro deles aqui ou na sua casa? 

    — Aqui — respondeu de maneira rápida, parecia que nem precisava pensar muito na pergunta — Não quero que ela conheça meus pais. 

    — Por que não? — Tatiana tinha o cenho franzido.  

    — Meus pais não são lá meus pais. Só me deram a vida e é isso — Henri deu de ombros e suspirou.  

    Eu e Henrique somos mais parecidos do que ele imagina. 

    — Preferem seu irmão mais novo? — Tatiana inclinou a cabeça levemente para a esquerda.

    Uma risada sem alegria saiu dos lábios de Henrique. 

    — Sou mais pai do meu irmão do que meu pai é pai dele — tirou o boné e passou as mãos no cabelo.