Prólogo.

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Há muito tempo atrás, acredita-se que foi no século XVI o primeiro relato do Conto da Sereia. Que consiste simplesmente que quando uma sereia nasce, é porque seus pais desrespeitaram ou incomodaram algum sereiano, o fazendo amaldiçoar aos seus filhos para que se submetam nessa vida indigna.

Por mais que o conto seja bem famoso, nunca houve realmente sereias que contassem suas histórias abertamente para as pessoas ou as deixassem saber, fazendo assim, o conto se tornar mais uma historinha para criança dormir e sonhar que poderia ser uma sereia algum dia.

Mexer com os sereianos não é a melhor escolha, para se falar a verdade, ninguém nunca teve coragem de se mexer com eles.

Ninguém, até Lucius Malfoy nascer.

Ambicioso, nariz em pé, o rei maior que sua própria autoestima que não cabia mais em sua barriga. O sonserino mais esnobe que já poderiam ter visto.

Não aceitava um não, queria tudo do seu próprio jeito e odiava se estivesse errado, faltando ou incompleto. E claro, se você o desafiasse, ele faria você pagar a língua.

Oh, que Merlin amaldiçoe o dia em que James Potter desafiou Lucius Malfoy ir até o Lago Negro, apenas para insultar os sereianos e toda sua linhagem patética.

Claro que todos achavam que se você fosse se meter com eles, nunca voltaria vivo, já que a espécie não é a mais tranquila de se conviver.

Mas quando ele voltou intacto, com seu sorrisinho de gente antipática e seu ego mais inflado que bola em festa de criança. James soube que sua reputação como o mais brincalhão, havia acabado.

Lucius se tornou o mais incrível, de toda a escola, por todos os anos que estudou lá e continuou esnobando os estudantes grifinórios que se auto-titularam como Marotos. Esses que odiaram Lucius até o dia de sua formatura – não tanto depois, já que não viam a cara dele todos os dias –, o dia da entrega de diplomas e a última vez que se viram na estação de trem.

Lucius achava que tinha o rei do jogo, quando o ás estava prestes a chegar no dia 5 de junho.

Quando seu primeiro filho nasceu, seu herdeiro e tudo para si, seu mundo pareceu ganhar um pouquinho de cor e nunca se sentiu tão feliz em anos de vida.

Era sua cara. Aos longo dos anos, era notável sua carranca típica Malfoy, os cabelos loiros lambidos de gel para trás e a personalidade cruel se formando para apenas um garotinho que não sabia nem escrever seu nome sem colocar uma letra ao contrário.

Quando chegou o aniversário de 8 anos, estava tudo perfeito com sua família. Apenas ele, sua mulher e seu filho, tirando os elfos que trabalhavam na residência, claro. Estava tudo como sempre quis.

Estava.

O dia estava lindo. O lago da Mansão Malfoy estava magnífico para o aniversário do garoto. Era a primeira vez dele nadando em algo tão grande sem ser sua banheira particular no enorme quarto de sua mansão.

"Lucius! Lucius, querido! Draco... Draco, ele-" Não foi preciso mais palavras para o pai sair em socorro ao seu filho. Baseado no desespero de sua esposa, achou que o filho estava se afogando.

Mas não.

Ele não parecia se afogar.

Para falar a verdade, parecia estar longe de ter problemas com a água.

Uma pequena cauda brilhante, reluzente e prateada estava no lugar das pequenas perninhas do loiro, enquanto seus cabelos que antes eram inteiramente de uma única cor, agora tinham pequenas mechas verdes espalhadas por seus fios.

Sua pele parecia mais pálida do que antes e era encantador.

Maravilhoso, ele diria.

Não conseguiu sentir raiva da criança, nem de sua mulher, pois sabia que a culpa não era deles. Então se recordou de anos atrás, quando desafiou o sereiano no Lago Negro de Hogwarts.

Era tudo culpa sua. E de James Potter.

Lidar com tudo aquilo não foi fácil para os pais, que não saberiam o que dizer para as pessoas e nem para o próprio filho. Estabelecer regras, foi o mais próprio para o que estavam pensando.

"Draco. Você não pode contar isso para ninguém, está bem? É segredo nosso. Meu, seu e do papai, tudo bem?" Sorriu triste para o menininho, que assentiu enquanto a mãe o enrolava em uma toalha cor de creme.

"Por que isso não acontece com você e com o papai?"

"Nós não somos tão especiais quanto você, dragãozinho. Você é o garoto mais especial que existe, então, precisa manter isso em segredo." Lucius se agachou para ficar da altura do garoto, que abraçou o pai com força.

A partir deste dia, foi criado para manter aquilo em segredo e obviamente enquanto crescia, foi entendendo o que era aquilo e o perigo de alguém saber.

Enquanto foi crescendo, pesquisou e descobriu coisas sobre si que nunca imaginou que saberia.

"O encanto da sereia? Hipnose? Alucinações? É como um Imperius sem feitiço, céus... Não posso utilizar isso, jamais." Fechou o livro com força e jogou no fundo do seu malão.

Ao crescer, sua visão sobre seus pais foi distorcida e não sabia mais onde estava aquele Lucius carinhoso e como ele tinha se tornado aquele Lucius manipulador, frio e narcisista. Nem ele sabia como estava metido nisso, para ser sincero.

Mas permaneceu sempre obedecendo. Sempre foi educado para saber que se descumprisse uma regra, seria o pior filho que existisse.

E foi assim que se sentiu quando voltava de um passeio noturno, emergiu da água e deu de cara com aqueles belos olhos verdes que tanto admirava desde seus onze anos.

Estava quebrando por dentro por saber que foi descuidado ao ponto de descobrirem seu segredo, que tanto lutou para guardar e nem mesmo o Lorde das Trevas sabia.

"Potter?"

"Foda-se... Malfoy?"

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⏰ Last updated: Aug 18, 2023 ⏰

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O Conto da Sereia | DrarryWhere stories live. Discover now