Te guardo solta pra se aventurar

215 30 16
                                    

E tá tão fácil de encaixar
Os teus cenários na minha rotina
No calendário passear
Um fim de tarde em qualquer esquina
Tão natural que me parece sina, Vem cá
Te sinto seu ao se entregar
Me tenho inteira pra você
Te guardo solto pra se aventurar
É tão bonito te espiar viver
Se encontra, Se perde, E se vê
Mas volta pra se dividir, amor
É que você fica tão bem aqui
Comigo
Anavitória - Calendário


Luiza decide que ela vai apoiar o acordo. Este arranjo idiota, fadado ao fracasso, concebido por macacos.

– Apoio. – Valentina a lembra. – Também os macacos são criaturas altamente inteligentes. Você poderia ter escolhido coalas.

Quando Gizelly vem jantar naquela noite, ela encontra três potes de vidro no balcão da cozinha, cada um com um post-it amarelo colado nele.

– O que é isso? – Ela pergunta, examinando as notas, que são rotuladas como 'Twizzlers', 'sorvete' e 'fiança'.

– Eu decidi ser solidário! – Luiza exclama. Da sala de estar (que fica a apenas alguns passos - afinal, é a cidade de Nova York), Valentina suspira. – Do seu acordo com Rafaella. Então vou começar a depositar meu troco nesses potes. 

– Hum, está bem. Como isso é favorável? – Pergunta Gizelly.

Luiza sorri, claramente encantada com a pergunta de Gizelly. Ela se aproxima e bate no primeiro pote.

– Este é o seu fundo Twizzlers, porque é o seu lanche ansioso, para quando você inevitavelmente perceber que se apaixonou por Rafaella. – Ela bate no segundo frasco. – Este é o seu fundo de sorvete, para você chafurdar quando Rafaella a esmagar emocionalmente. – Ela toca o último frasco. – E este é o seu fundo de fiança, para sua prisão por causar perturbação pública quando você faz algum grande gesto romântico estúpido para declarar seu amor, como correr para o palco em um show ou parar o trânsito no meio da hora do rush. Mas, por favor, não tente correr para o aeroporto antes que o avião dela decole. Não tenho dinheiro suficiente para lutar contra a TSA.

Cruzando os braços, Gizelly estreita os olhos em um olhar mal-humorado.

– Sabe, você não é tão engraçada quanto pensa.

– Sim, bem, Valentina acha que você é uma coala.

– Não é o que eu disse. – Valentina grita de seu lugar no sofá, uma declaração que é totalmente ignorada pelas irmãs briguentas.

– Bonitinho e gosta de dormir? – Gizelly assente. – Eu estou bem com isso.

– Estupidamente obcecado por comer folhas tóxicas e vulnerável à extinção. – responde Luiza.

– Novamente, caso alguém se importe. – Valentina diz pacientemente. – Não é o que eu disse.

– Ok, quer saber? Ótimo. – Gizelly enfia a mão no bolso da calça jeans e tira uma nota de um dólar amassada, que ela mostra para Luiza ver. – Aqui está minha contribuição. Exceto que não será uma contribuição dos Twizzlers, será um fundo da festa para Talles quando ele voltar e estivermos juntos novamente. – Com grande floreio, Gizelly joga a nota na jarra dos Twizzlers.

Luiza espia dentro da jarra.

– Foi uma nota de vinte.

O rosto de Gizelly se contorce brevemente com arrependimento, mas ela rapidamente o afasta.

– Seja como for, eu estou apoiando isso, Talles merece uma grande festa de boas-vindas.

Luiza inclina a cabeça para o lado e franze o nariz.

Comer, Amar, e um PatetaWhere stories live. Discover now