Quarto capítulo

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Elizabeth

Sou tirada de meus pensamentos ao perceber uma enfermeira se aproximando de nós

- Licença, a situação da sua mãe já está estável, então não é necessário que fiquem aqui, amanhã os médicos farão novos exames e se tudo estiver bem ela será liberada pela manhã, podem ir descansar

Me sinto aliviada ao ouvir aquilo e assim que a enfermeira sai volto minha atenção a Freya

- Bem, já que é assim então já podemos ir embora, eu só vou ao banheiro e depois podemos ir não quero te incomodar mais - Digo a ela

- Tá bom, eu vou te esperar aqui

Saio em direção a recepção, conheço o bom coração de Freya e não queria a preocupar com o pagamento do hospital, porém, ao pedir a conta do hospital recebo uma surpresa ao saber que minha chefe já havia á pago. Volto para onde a morena estava ainda perdida em meus pensamento sem entender como pode alguém ser tão bondosa assim, mas prefiro acreditar que tudo isso é apenas por ela sentir pena de mim, prefiro pensar assim a me iludir pensando que ela esteja fazendo tudo isso com algum interesse em mim

Seria muita idiotice da minha parte pensar isso...

Ao avistar a mais alta me sento na cadeira ao seu lado virando meu corpo para o seu, viro meu corpo em direção a morena a vendo desligar a tela de seu celular

- Freya... - Agora ela olhava para mim tendo seu corpo virado para o meu, pensava em palavras para expressar tudo que sentia naquele momento, toda a gratidão que sentia, porém, nenhuma palavra era suficientemente boa para isso. - Obrigada - Minha mente pensava em um discurso imenso mas tudo que consegui dizer antes das lágrimas tomarem conta do me rosto foi um singelo e sincero "obrigada"

As lágrimas começaram a cair desenfreadas e sem permissão, e no lugar de frases de agradecimento vieram apenas soluços, meu corpo inteiro tremia enquanto eu apenas repetía com minha cabeça  baixa diversas vezes este mesmo "obrigada", sem conseguir olhar em seus olhos por conta da imensa vergonha que agora sentia de mim mesma pude apenas sentir sua mão tocando desajeitadamente meu ombro direito, seu toque pode me trazer um pouco de calma e receio que Freya tenha percebido isso porque logo em seguida seu toque se firmou e me puxou para um abraço, seus braços prendiam o meu e mesmo que eu quisesse retribuir aquele abraço que me fez tão bem eu não conseguiria.

Meu corpo agora se encontrava calcificado, estático, tanto que até mesmo meus soluços pararam, seu abraço me trouxe aquela sensação de estar inebriada o que me levou a parcial insanidade me trazendo aquela vontade imensa de dize-la o quanto a amo, minha mente implorava para serem ditas aquelas três palavrinhas que podiam me trazer a maior surpresa de todas com um "eu também" ou podiam acabar com todas as minhas esperanças e minha ilusão acabaria com um "pegue suas coisas amanhã na empresa". As lágrimas cessaram e tudo que eu mais queria era ser sincera com alguém que estava me ajudando tanto.
Porém, eu não o faço. Apenas fecho meus olhos para aproveitar melhor aquele momento e retribuo o abraço, sinto uma lágrima solitária cair e depois do que pareceu uma eternidade no paraíso sinto seu corpo se afastar aos poucos do meu e novamente me sinto sozinha.

- Vou me despedir da minha mãe - Junto forças para dizer mas mesmo assim sai como um sussurro, meu corpo estava quase que em estado líquido pela paz que senti a pouco estando em seus braços e eu poderia ficar ali pelo resto de minha vida

Entro na sala deixando Freya a me esperar no corredor, me despeço de minha mãe com a promessa de que voltarei no outro dia.
Antes de abrir a porta encosto minhas costas na mesma e inspiro fundo.

Se ela pelo menos soubesse o que me causa...

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⏰ Última atualização: Aug 31, 2023 ⏰

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