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❛ NOAH URREA ❜

Ela me notou aproximando-se e tentou relaxar a sua face e sorrir, mas não conseguia disfarçar o incômodo.

— Você está bem? — perguntei parando um degrau antes de onde ela estava.

— Eu te perdi de vista. — sorriu fraco e logo desmanchou a expressão. — O Frederic falou comigo, me mostrou os documentos que está debatendo com o juiz. Eu o pressionei perguntando o porquê de ele precisar de proteção contra casos de sequestro e assassinato, mas ele só disse para eu ficar tranquila e deixar "os adultos" resolverem. — bufou. — Não gosto quando ele fala assim.

— Sinto muito. — foi a única coisa que consegui dizer.

Eu queria elaborar um conselho melhor, mas ainda estava com o meu coração em pedaços e não conseguia parar de pensar na droga daquele vídeo.

— Eu que sinto. — apoiou as mãos nos meus ombros. — Sei que não gosta que eu seja conivente com tudo isso.

— Não é culpa sua.

Ela ergueu levemente as sobrancelhas, surpresa por eu ter afirmado isso tão rapidamente pela primeira vez.

— Any... — coloquei uma mão na sua cintura, fechei meus olhos por um instante e respirei fundo. Quando tornei a abri-los, quis ter uma visão melhor do rosto dela. — Com licença. — pedi antes de erguer minhas mãos até a sua máscara.

Também retirei a minha e agora estávamos com os rostos mais visíveis, os olhos dela sobre mim de um jeito que quase me faziam sentir queimar. Ela parecia curiosa, seus lábios levemente abertos enquanto me encarava sinuosamente.

— Eu te amo. — foi a primeira coisa que eu falei.

Any arfou e abriu mais os olhos, ainda mais surpresa. Ela murmurou alguma coisa, procurando palavras.

— Antes que você diga qualquer coisa... — segurei o rosto dela com as duas mãos. — Saiba que eu sempre vou proteger você. Não importa o que aconteça daqui em diante, todos os nossos momentos mais íntimos foram tão reais quanto o que você consegue sentir. E eu nunca imaginei que alguém poderia me atingir em cheio como você fez, às vezes literalmente... — brinquei, a fazendo rir. — E não importa o que mude, você sempre vai poder me ver como o cara pavio curto que fica completamente bobo perto de você. A minha missão mais importante agora é ver você bem.

Os olhos dela estavam brilhando pelas lágrimas e ela tinha um olhar emocionado sobre o meu rosto. Os cantos da boca se curvavam levemente em um sorriso e quando eu acariciei suas bochechas com os polegares, ela soltou um suspiro que pareceu uma demonstração de alívio.

— Eu também te amo, Noah. — falou. — E essas palavras estavam presas na minha garganta há tempo demais.

Encostei a minha testa na dela, depois a beijei ali, fui descendo meus beijos pelo seu rosto até o seu queixo e depois voltei a subir para encontrar a sua boca. A beijei ainda segurando o seu rosto, sentindo o sabor de sua língua misturado ao salgado das lágrimas. Ao finalizar, a puxei para um abraço e beijei a sua cabeça. Ainda a abraçando, olhei para a sala e avistei Sabina nos encarando como se me fizesse uma pergunta silenciosa.

Eu levantei o meu polegar, dando um sinal positivo e ela pegou o seu celular e começou a digitar para o Lamar, que estava nos arredores pronto para invadir com a força tática.

Apertei ainda mais a Any contra mim e senti que começaria a chorar se não mantivesse o controle.

— Any, por favor, não me odeie. — falei em seu ouvido.

— O que... — ela parou de falar quando ouvimos o barulho.

De repente todas as entradas estavam sendo invadidas por policiais armados e muito bem equipados, mandando aqueles caras deitarem no chão. Any se agarrou a mim apertando os meus ombros e eu mantive os meus braços em volta dela, observando também aquela movimentação.

First Lady ⁿᵒᵃⁿʸWhere stories live. Discover now