45. Little Change's

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Pov Priscila Caliari.

- Por favor amor... Só me deixa falar.

Assim que entrei pela porta principal da casa da Elana, fui surpreendida pela minha namorada com um olhar completamente triste praticamente me implorando para termos uma conversa.

Depois do nosso projeto de conversa mais cedo, eu sai para dar uma respirada. O ar londrino sempre me fez muito bem e era um dos únicos lugares em que eu me permitia pilotar motos. Um pouco de adrenalina talvez sufocasse o sentimento de rejeição que começava a me dominar.

Eu nada respondi apenas acenei positivamente com a cabeça e deixei que ela me guiasse pela mão.

Mas não sem antes notar que um pouco mais distante Elana nos observava com aquele olhar que sempre me lançava quando queria dizer que ficaria tudo bem.

Entramos mais uma vez naquele quarto em que estávamos hospedadas e retirei a jaqueta, os tênis e me joguei na cama. Sentia a exaustão nos meus músculos, uma vontade sufocante de chorar.

Cobri os olhos com o antebraço e senti Carolyna se sentar ao meu lado segurando minha outra mão que repousava sobre a minha barriga.

- Priscila... me desculpa, meu amor. Eu... - Respirou fundo. - Eu fui uma idiota e reagi mal com toda aquela informação. Amor eu não quero que você pense bobagens ou que fique introspectiva. Conversa comigo, me fala o que tá passando na sua cabeça. Combinamos que conversando tudo se acertaria, lembra?

Me sentei devagar na cama, apoiando as costas na cabeceira e umedeci os lábios, olhando para o tempo lá foda, tentando organizar as ideias na minha mente.

- Eu não sei o que fazer... - Falei baixo ainda sem olhar para ela. - Eu realmente não sei. - Repeti, dessa vez olhando nos seus olhos e recebendo um olhar cúmplice seguido de um sorriso de canto enquanto acariciava minhas mãos.

- Eu também não. Mas eu tenho certeza que juntas conseguimos descobrir como lidar com tudo.

Notando como eu permanecia em silencio ela se aproximou e sentou no meu colo, de frente para mim e envolvendo os braços no meu pescoço.

- Olha para mim, amor... - Pediu e eu atendi. - Eu não vou a lugar algum. Eu estou com você hoje, amanhã, depois de amanhã... Seja lá qual for a decisão que você tenha que tomar, o que queira fazer eu vou estar do seu lado.

- Carolyna, eu não quero que faça nada por...

- Não fala isso, amor. Eu não vou fazer nada por me sentir obrigada ou por pena ou por qualquer outra merda que você esteja pensando em dizer. - Me interrompeu. - Eu vou fazer porque eu quero, porque eu te amo, estou sendo clara?

Seu tom era firme e decidido.

- Priscila, você já passou por isso uma vez meu amor, a diferença é que agora você não está sozinha. Eu estou aqui com você e se a sua decisão for de deixar a CIA e ficar aqui para cuidar do Theo... - A observei com atenção. - Eu tenho certeza que posso encontrar algum trabalho em Londres.

Sorriu enquanto acariciava meu rosto.

- Steve acha que essa é a oportunidade para que eu me afaste. Pelos últimos exames o meu pé nunca vai ficar 100% o que me invalida para qualquer operação de campo.

- Eu sinto muito. Sei o quanto você está chateada com isso. E triste por tudo que está acontecendo. Mas eu estou aqui, benzinho. E vou amar te ajudar a recomeçar. - Sorriu colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

- Tem certeza? Lua, filhos são complicados... - Sorri coçando a testa me lembrando de como era ter um filho pequeno, afinal passaria por aquilo de novo. - Eles são...

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