Boo Radley

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Estava deitada no meu quarto girando o

medalhão entre meus dedos, afinal de contas por que ele nos mostrou aquela visão? Por que de repente parou de funcionar?

Camila. Pare. Você não sabe o que está fazendo. - Lauren estava na minha cabeça de novo.

Guarde isso!

O quarto começou a desaparecer ao meu redor e eu podia sentir meus dedos tocando os de Lauren, como se ela estivesse ali ao meu lado...

Nada poderia ter preparado Harley para a visão de Green queimando. As chamas lambiam as laterais, consumindo as  madeiras e engolindo a varanda. Soldados carregavam antiguidades e quadros para fora da casa, pilhando como ladrões comuns. Onde estava todos? Estavam se escondendo no bosque como ela? Folhas estalaram. Ela sentiu alguém atrás de si, mas antes que pudesse se virar, uma mão enlameada cobriu sua boca. Ela pegou o pulso da pessoa com as duas mãos, tentando se soltar.

-Harley, sou eu. - A mão afrouxou o toque.

- O que está fazendo aqui? Você está bem? - Harley jogou os braços ao redor do "soldado", vestido com o que tinha restado do uniforme cinza de confederado.

-Estou meu amor - Disse Camila, mas ela sabia que ela estava mentindo.

-Camila, você endoidou de vez. Não deveria ter se infiltrado nessa guerra, e se te descobrem. - Harley falava com um ar de preocupação.

- Se acalme meu amor, esses soldados são tolos, se não me descobriram até agora. Não irão descobrir tão cedo. - Camila dizia confiante.

-Pensei que podia estar... - Harley só tinha tido notícias de Camila por cartas na maior parte dos últimos dois anos desde que ela tinha entrado na guerra como enfermeira, e não tinha recebido nenhuma carta desde a batalha em wilderness. Harley sabia que muitas pessoas havia seguido um lado naquela batalha, nunca tinham saído da Virginia. Ela havia se resignado a morrer solteirona. Mesmo que pela época ela sabia que seu relacionamento com Camila era errado, mas as duas não conseguiam ficar longe uma da outra. Ela tinha muita certeza de que, tinha perdido Camila. Era quase inimaginável que ela estava viva, parada ali, nesta noite.

-Onde estão os outros?

-Na última vez que os vi, estavam perto do Rio seente. - O que quer dizer com a última vez que os viu? Estão todos mortos?

-Não sei. Quando parti, ainda estavam vivos.

-Não entendi.

Eu desertei de tudo, Harley. Não podia lutar como uma pessoa infiltrada por algo que não acredito. Não depois do que vi. A maioria das enfermeiras e dos rapazes que lutaram ao meu lado nem se dava conta do que se trata essa guerra, de que estão apenas derramando sangue por causa de algodão.

Camila tomou as mãos frias dela nas suas, ásperas com vários cortes. - Entendo se não puder ficar mais comigo. Não tenho dinheiro para fugirmos e termos nossa casa, e não tenho mais honra.

-Ei, não me importo que não tenha dinheiro, Camila Cabello. Você é a mulher mais honrada que já conheci. E não ligo do que nossas famílias possam pensar de nossas diferenças, eles estão errados. Você está em casa agora e vamos fazer nosso próprio casamento. Vamos nos casar sim. - Harley se agarrou a ela, com medo de que ela pudesse desaparecer no ar se a soltasse. O cheiro a levou de volta ao momento. O cheiro rançoso de limão queimado, da vida ambos queimando.

-Temos que ir para o rio. É para onde mamãe iria. Ela iria para o sul, na direção da casa de tia Marguerite. - Mas Camila não teve tempo de responder. Alguém estava vindo. Galhos estavam de movimentando como se alguém se debatesse pelos arbustos.

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⏰ Última actualización: Oct 24, 2023 ⏰

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